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PiTacO do PapO - 'O Confeiteiro' | 2018

NOTA 8.0

As entrelinhas detalhistas de situações ligadas ao coração

Por Raphael Camacho @guiadocinéfilo

Após quatro curtas metragens e trabalhos como editor e roteirista, o cineasta Israelense Ofir Raul Graizer escreve e dirige seu primeiro longa metragem que busca nos rodapés das explicações emocionais, respostas para situações que envolvem a vida de duas pessoas, uma na Alemanha e outra em Israel. O belíssimo roteiro se renova a cada movimento, a cada caminho que os personagens percorrem embalados por uma refinada trilha sonora. Um trabalho surpreendente e deveras interessante.


Indicado a categoria de melhor filme no importante Festival de San Sebastian em 2017, 'The Cakemaker', no original, conta a história de Thomas (Tim Kalkhof), um habilidoso, organizado e simples confeiteiro alemão que acaba se envolvendo com Oren (Roy Miller) um executivo de uma empresa de construção de trens, que mora com a família em Israel. Entre as idas e vindas de Oren (Berlim/Jerusalém), uma escondida história de amor é criada. Após 12 meses juntos, Oren desaparece por um tempo e Thomas vai atrás de informações, descobrindo que ele falecera em um acidente automobilístico. Sem rumo e tentando se encontrar, Thomas resolve partir para Jerusalém e acaba conhecendo Anat (Sarah Adler), a esposa de Oren.

Todo bom filme é como se fosse um grande prédio que é construído aos poucos, com as portas sendo abertas para as surpresas que envolvem seus personagens. Em 'O Confeiteiro', tudo é muito delicado, quase minimalista, o protagonista diz muito com seu olhar, um trabalho excelente de Tim Kakhof. Somos completamente envolvidos pelo que há depois que as portas vão se abrindo, não há exageros, o tom certeiro da direção e as surpresas que vemos pela jornada de Thomas nos mostram muito sobre tradições judias (o olhar sobre o estrangeiro), e como o amor pode chegar de todas as formas possíveis.

Já que falamos de um filme que envolve bolos e surpresas, podemos dizer que a cereja desse ótimo longa é a impressionante atuação da atriz francesa Sarah Adler. Fascinante em cada cena. A carga emocional recai totalmente sobre Anat e as dúvidas que começam a aparecer quando as coincidências de seu curto passado se encontram com a fresta de felicidade que se abre no presente. A partir disso, escolhas dominam os desfechos dos fortes personagens.

O único lamento é que o filme ainda não foi comprado por nenhuma distribuidora no Brasil, o que infelizmente anula a possibilidade dele ser exibido no circuito de estreias.

Vale Ver !


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