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PiTacO do PapO ! 'Bruxa de Blair' - 2016

NOTA 6.5



Pode parecer um grande exagero, mas quando paramos para pensar, é a mais pura verdade: 'A Bruxa de Blair' é um dos filmes mais importantes de todos os tempos. Isso não faz dele um grande filme , mas sua estratégia, absolutamente brilhante de produção e marketing, inspirou não só o gênero do terror, ao reinventar o formato 'found footage' de forma marcante, mas toda indústria cinematográfica no que diz respeito a produções baratas que acabam lucrando imensamente – 'A Bruxa de Blair' rendeu mais de 248 milhões de dólares, com um custo de 22.500 US$. A ideia de forçar a veracidade dos eventos retratados, também atraiu as massas aos cinemas, em uma época onde isso era possível de se acreditar graças à uma internet ainda não tão difundida, e que só conseguiu um feito ligeiramente similar com o primeiro 'Atividade Paranormal', em 2007. Obviamente, o estúdio não demorou para lançar uma continuação logo no ano seguinte, mas o resultado foi tão inferior que acabou ignorado na mitologia. O que nos leva a 2016, com a chegada inesperada deste Bruxa de Blair, que surpreendeu o público e a mídia ao ser lançado por Adam Wingard sem nenhum anúncio prévio. 


O filme é uma sequência direta dos acontecimentos do primeiro, apresentando-nos a James, irmão da protagonista do original e que prepara uma expedição para retornar à floresta de Black Hills após encontrar um vídeo antigo da famosa gravação da “Bruxa de Blair” que lhe oferece uma nova pista sobre seu desaparecimento, há 17 anos. Junto com um grupo de amigos e várias câmeras, James embarca na mata que ainda carrega a lenda e o mito da Bruxa de Blair. 


É uma premissa que recria quase que exatamente a estrutura do original, com apenas algumas atualizações tecnológicas esperadas e uma ou outra reviravolta na trama, bem amarrada pelo roteiro de Simon Barrett. Claro, algumas viradas são bem previsíveis e o texto peca em apostar em diversos arquétipos de personagens batidos e que impossibilitam apego com qualquer um deles, merecendo apenas o jogo de distração que a narrativa cria em torno dos misteriosos personagens de Lane e Talia, locais da cidade de Burkittsville que servem como guia dos personagens pela floresta. 


A presença de múltiplas câmeras permite que Wingard crie soluções interessantes para a estética do longa, que traz mini câmeras no ouvido de cada um dos personagens (dando espaço para uma montagem de ação e reação bem rara no gênero do found footage), câmeras antigas cuja resolução difere do HD e até mesmo um drone que se revela bem, inútil, sendo sincero. Como condutor de terror, infelizmente Wingard revela-se um escravo dos sustos fáceis que enganam o espectador ao trazer uma ação comum que se confunde com algo sobrenatural (como quando algum dos personagens abre o zíper de uma cabana repentinamente, por exemplo). 


São muitos momentos assim, mas felizmente Wingard traz alguns momentos de domínio da arte de provocar medo, e estes acabam sendo o diferencial que eleva o filme acima do nível de outras produções ineficientes. Quando as câmeras de Wingard apostam no desconhecido e na paisagem sonora, aí sim temos uma genuína atmosfera que literalmente deixa o espectador perdido com os personagens, causando um grande desconforto. Tudo culmina no excelente e apavorante clímax que nos leva novamente à icônica casa que serviu de palco para a conclusão do longa original, com uma condução altamente imersiva graças à câmera literalmente em primeira pessoa presa aos personagens (mas que em alguns momentos me causou até um certo mal estar). 


A Bruxa de Blair é eficiente ao oferecer uma continuação mais respeitável para um filme tão importante. Nem de longe causa o mesmo impacto ou efeito, quase servindo como um remake do que um longa que expande a mitologia, mas é um sucessor digno (em comparação ao de 2000). 




Vale Ver , Mas nem Tanto !




Crítica por Bruno Santos 

Um comentário:

  1. Bruno, adorei a crítica, fiquei curiosa! Agora vou ter que ver o primeiro filme e esse tb, hehehe. Bjss

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