PiTacO do PapO! 'Lolo: O Filho da Minha Namorada' - 2016
NOTA 8.2
A frança é mestre em comédias de situação. Aliás, a comédia parece ser mesmo um gênero que cai bem ao delicioso sotaque francês. Em 'Lolo - O Filho da Minha Namorada', que foi destaque no Festival Varilux de Cinema Francês esse ano, seremos apresentados à um jeito todo especial de trabalhar a comédia: é fina (como toda produção francesa) e ao mesmo tempo escrachada. Uma delÃcia de comédia que me pegou simplesmente por ser despretensiosa.
No filme, a sempre ótima Julie Delpy é Violette, uma produtora de moda, acostumada aos meios sofisticados de Paris. Como está há muito tempo sem um namorado, ela aceita se encontrar com Jean-René (Dany Boon), um técnico em informática pouco culto, acostumado ao interior do paÃs. Para a surpresa dos dois, o relacionamento funciona, mas o filho mimado de Violette, Lolo (Vincent Lacoste), pretende infernizar a vida do intruso até sua mãe terminar o namoro.
Julie Delpy , muito conhecida pela trilogia 'Antes do Amanhecer', além de estrelar, foi responsável pelo roteiro e ainda dirigiu a produção, fica então, perceptÃvel o cuidado com a figura feminina , cuja temática ainda abrange o polêmico complexo de Édipo*: uma mãe super protetora que recebe o filho de volta em casa depois de um desentendimento amoroso e precisa se dividir entre os dois homens da casa. É claro, que com esse segundo homem (que não é seu pai) o roteiro aproveita pra lançar mão desse argumento- o ciúme - para fomentar então, as mais variadas confusões. O mais interessante é que nem sempre as situações ficam claras ao espectador, e é nesse aspecto que a comédia fica mais gostosa.
Mas, não se engane, 'Lolo: O Filho da Minha Namorada' não é uma comédia tão inofensiva assim, o personagem tÃtulo carrega algo de sombrio: O que inicialmente parece ser uma simples e encantadora comédia romântica, voltada para espectadores acima dos 40 anos, revela-se uma sátira obscura sobre um garoto de 19 anos que está disposto a fazer qualquer coisa para manter sua mãe só para ele. Dito isso, Vincent Lacoste foi a escolha perfeita para retratar Lolo. O jovem, que está sempre por perto para apoiar sua mãe, carrega um peso no olhar, algo que se torna assustador ao decorrer da trama.
Pode parecer meio ingênuo na raiz (uma mulher com seus 40 e poucos anos em busca de um novo amor para dar sentido à vida)- o que por vezes pode soar mais do mesmo, mas a produção tem a dádiva de ter atores fantásticos em cena que abrilhantam até aqueles roteiros que muitas vezes nos parecem familiares demais.
Vale Ver !
* Complexo de Édipo :
É um dos conceitos fundamentais de Freud, na Psicanálise. Este conceito refere-se a uma fase no desenvolvimento infantil em que existe uma “disputa” entre a criança e o progenitor do mesmo sexo pelo amor do progenitor do sexo oposto.
A frança é mestre em comédias de situação. Aliás, a comédia parece ser mesmo um gênero que cai bem ao delicioso sotaque francês. Em 'Lolo - O Filho da Minha Namorada', que foi destaque no Festival Varilux de Cinema Francês esse ano, seremos apresentados à um jeito todo especial de trabalhar a comédia: é fina (como toda produção francesa) e ao mesmo tempo escrachada. Uma delÃcia de comédia que me pegou simplesmente por ser despretensiosa.
No filme, a sempre ótima Julie Delpy é Violette, uma produtora de moda, acostumada aos meios sofisticados de Paris. Como está há muito tempo sem um namorado, ela aceita se encontrar com Jean-René (Dany Boon), um técnico em informática pouco culto, acostumado ao interior do paÃs. Para a surpresa dos dois, o relacionamento funciona, mas o filho mimado de Violette, Lolo (Vincent Lacoste), pretende infernizar a vida do intruso até sua mãe terminar o namoro.
Julie Delpy , muito conhecida pela trilogia 'Antes do Amanhecer', além de estrelar, foi responsável pelo roteiro e ainda dirigiu a produção, fica então, perceptÃvel o cuidado com a figura feminina , cuja temática ainda abrange o polêmico complexo de Édipo*: uma mãe super protetora que recebe o filho de volta em casa depois de um desentendimento amoroso e precisa se dividir entre os dois homens da casa. É claro, que com esse segundo homem (que não é seu pai) o roteiro aproveita pra lançar mão desse argumento- o ciúme - para fomentar então, as mais variadas confusões. O mais interessante é que nem sempre as situações ficam claras ao espectador, e é nesse aspecto que a comédia fica mais gostosa.
Mas, não se engane, 'Lolo: O Filho da Minha Namorada' não é uma comédia tão inofensiva assim, o personagem tÃtulo carrega algo de sombrio: O que inicialmente parece ser uma simples e encantadora comédia romântica, voltada para espectadores acima dos 40 anos, revela-se uma sátira obscura sobre um garoto de 19 anos que está disposto a fazer qualquer coisa para manter sua mãe só para ele. Dito isso, Vincent Lacoste foi a escolha perfeita para retratar Lolo. O jovem, que está sempre por perto para apoiar sua mãe, carrega um peso no olhar, algo que se torna assustador ao decorrer da trama.
Pode parecer meio ingênuo na raiz (uma mulher com seus 40 e poucos anos em busca de um novo amor para dar sentido à vida)- o que por vezes pode soar mais do mesmo, mas a produção tem a dádiva de ter atores fantásticos em cena que abrilhantam até aqueles roteiros que muitas vezes nos parecem familiares demais.
Vale Ver !
* Complexo de Édipo :
É um dos conceitos fundamentais de Freud, na Psicanálise. Este conceito refere-se a uma fase no desenvolvimento infantil em que existe uma “disputa” entre a criança e o progenitor do mesmo sexo pelo amor do progenitor do sexo oposto.
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