PiTacO do PapO! 'O Nascimento de Uma Nação' - 2016
NOTA 9.5
"Em mais uma de suas andanças com seu senhor para pregar o evangelho aos negros rebeldes, Nat assistia atônito enquanto uma menina branca puxava por uma corda , tal como um cão, uma outra garotinha negra que, em sua inocência , se mostrava feliz com a situação". Nat não era qualquer negro, era uma homem fiel à Deus e obediente aos seus senhores, além de nascer com um dom muito especial: o da palavra.
'O Nascimento de Uma Nação' é um remake de 1915 e baseado na história real de Nat Turner (Nate Parker) , um escravo que viveu na Virginia, Estados Unidos, e liderou uma rebelião de escravos, causando mortes de negros e brancos. Depois disso os negros sofreram ainda mais, perdendo o direito de votar, estudar e terem armas. As reuniões religiosas só eram permitidas se houvessem pessoas brancas. Nat lutou não só por sua causa, mas por uma desigualdade que nunca deveria ter existido. Nat, foi aquele que se doou por uma nação inteira de negros e fez do mundo um lugar um pouco melhor com suas ações e pensamentos. Pode ser que naquele momento ele tenha usado as armas erradas, mas não deixou de pelejar pelo que acreditava.
Ol’ prophet Nat’, é como Nat Turner é celebrado no folclore afro-americano. Como um profeta da consciência negra – para o discurso de supremacia branca, ele foi apenas o escravo que liderou uma revolta para satisfazer seu instinto de matar. É assim que a história oficial (branca) eterniza os eventos de 1831 no Condado de Southampton, na Virginia. Lideranças negras, artistas, historiadores queixam-se de que Nat Turner só sobrevive a muito custo no imaginário, porque foi feito todo um esforço para eliminá-lo da história.
O filme é o trabalho de estreia do ator Nate Parker à frente da direção e já nasceu polêmico: o filme era dado como certo entre os indicados a temporada de premiações e ao Oscar, mas no meio do caminho, uma pedra - ressurgiu na mídia um caso acontecido há 17 anos quando Nate foi acusado de estupro, juntamente com o roteirista Jean McGianni. Parker foi absolvido do crime, McGianni, não. Os dois alegaram ser vítimas de racismo. A mulher que dizia ser vítima de estupro acabou se suicidando em 2012. Definitivamente a academia não perdoa, e mesmo com toda grandeza do filme, ele passou direto nas indicações do Globo de Ouro e do Oscar também.
Uma pena, Parker impressionou e demonstrou maturidade em sua direção: 'O Nascimento de Uma Nação' não manda recado, ele faz. É um filme que engrena aos poucos... e a ideia é essa - vem devagarinho até chegar à sua maior catarse. Ele é literal e expositivo. A violência e a crueldade visual são palpáveis, causando agonia e constrangimento, e por mais que algumas cenas fortes pareçam desnecessárias, o 'primeiro filho' de Nate Parker numa direção dá seu recado e sensibiliza. Uma filme irretocável que merecia mais atenção tanto da mídia, quanto do público.
Super Vale Ver !
"Em mais uma de suas andanças com seu senhor para pregar o evangelho aos negros rebeldes, Nat assistia atônito enquanto uma menina branca puxava por uma corda , tal como um cão, uma outra garotinha negra que, em sua inocência , se mostrava feliz com a situação". Nat não era qualquer negro, era uma homem fiel à Deus e obediente aos seus senhores, além de nascer com um dom muito especial: o da palavra.
'O Nascimento de Uma Nação' é um remake de 1915 e baseado na história real de Nat Turner (Nate Parker) , um escravo que viveu na Virginia, Estados Unidos, e liderou uma rebelião de escravos, causando mortes de negros e brancos. Depois disso os negros sofreram ainda mais, perdendo o direito de votar, estudar e terem armas. As reuniões religiosas só eram permitidas se houvessem pessoas brancas. Nat lutou não só por sua causa, mas por uma desigualdade que nunca deveria ter existido. Nat, foi aquele que se doou por uma nação inteira de negros e fez do mundo um lugar um pouco melhor com suas ações e pensamentos. Pode ser que naquele momento ele tenha usado as armas erradas, mas não deixou de pelejar pelo que acreditava.
Ol’ prophet Nat’, é como Nat Turner é celebrado no folclore afro-americano. Como um profeta da consciência negra – para o discurso de supremacia branca, ele foi apenas o escravo que liderou uma revolta para satisfazer seu instinto de matar. É assim que a história oficial (branca) eterniza os eventos de 1831 no Condado de Southampton, na Virginia. Lideranças negras, artistas, historiadores queixam-se de que Nat Turner só sobrevive a muito custo no imaginário, porque foi feito todo um esforço para eliminá-lo da história.
O filme é o trabalho de estreia do ator Nate Parker à frente da direção e já nasceu polêmico: o filme era dado como certo entre os indicados a temporada de premiações e ao Oscar, mas no meio do caminho, uma pedra - ressurgiu na mídia um caso acontecido há 17 anos quando Nate foi acusado de estupro, juntamente com o roteirista Jean McGianni. Parker foi absolvido do crime, McGianni, não. Os dois alegaram ser vítimas de racismo. A mulher que dizia ser vítima de estupro acabou se suicidando em 2012. Definitivamente a academia não perdoa, e mesmo com toda grandeza do filme, ele passou direto nas indicações do Globo de Ouro e do Oscar também.
Uma pena, Parker impressionou e demonstrou maturidade em sua direção: 'O Nascimento de Uma Nação' não manda recado, ele faz. É um filme que engrena aos poucos... e a ideia é essa - vem devagarinho até chegar à sua maior catarse. Ele é literal e expositivo. A violência e a crueldade visual são palpáveis, causando agonia e constrangimento, e por mais que algumas cenas fortes pareçam desnecessárias, o 'primeiro filho' de Nate Parker numa direção dá seu recado e sensibiliza. Uma filme irretocável que merecia mais atenção tanto da mídia, quanto do público.
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