PiTacO do PapO! 'Eu Não Sou Seu Negro' - 2017
NOTA 10
'Eu não sou negro... eu sou um homem'...
Essa afirmativa feita por James Baldwin, um escritor e ativista americano, de certa forma norteia toda a produção que passa a limpo não só o conceito do preconceito dentro do 'American way of Life', mas inova também na abordagem e na condução. O documentário 'Eu Não Sou Seu Negro', que chegou essa semana aos cinemas do Brasil, é inclusive um dos indicados ao Oscar na categoria.
Narrado pelo ator Samuel L. Jackson, o documentário constrói uma reflexão sobre como é ser negro nos Estados Unidos. Em 1979, James Baldwin iniciou seu último livro, “Remember This House”, relatando as vidas e assassinatos dos lideres ativistas que marcaram a história social e politica americana: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr. Baldwin não foi capaz de completar o livro antes de sua morte, e o manuscrito inacabado foi confiado ao diretor Raoul Peck, que combina esse material com um rico arquivo de imagens dos movimentos Direitos Civis e Black Power, conectando essas lutas históricas por justiça e igualdade com os movimentos atuais que ainda clamam os mesmos direitos.
É muito interessante como Peck conduz seu documentário. Ao abordar toda temática histórica por si só, ele lança mão da cultura pop e do cinema para mostrar que o chamado 'poder branco' era passado aos americanos em doses homeopáticas e de maneira aparentemente inofensivas, mas que refletiam no dia a dia dessa relação tempestuosa negros x brancos. Intercalado com comerciais e cenas de cinema que impunham acintosamente a violência contra minorias (como índios sendo mortos em filmes de bang bang por exemplo) o documentário revela um conteúdo criativo único, juntamente com seu poder de exortar e protestar.
Além de unir três universos tão parecidos e ao mesmo tempo tão distintos como o do trio Malcom, Martin e Medgar (pois cada um militava de uma maneira muito diferente) o filme faz também uma denúncia ao capitalismo americano que parece ter aberto as portas aos negros simplesmente porque isso era inevitável e também porque eles, em determinada altura, já movimentavam milhões na economia na terra do Tio Sam.
A condução de Peock é brilhante, forte, e as figuras de linguagem muito bem empregadas, que ao meu ver só pareciam aliviar os momentos mais verborrágicos e enfáticos, eu disse só pareciam... pois na verdade o intuito de 'suavizar' também serviu como forma de protesto. 'Eu Não Sou Seu Negro' é sem dúvidas uma joia preciosa dentre as produções nesse nicho.
Super Vale Ver !
'Eu não sou negro... eu sou um homem'...
Essa afirmativa feita por James Baldwin, um escritor e ativista americano, de certa forma norteia toda a produção que passa a limpo não só o conceito do preconceito dentro do 'American way of Life', mas inova também na abordagem e na condução. O documentário 'Eu Não Sou Seu Negro', que chegou essa semana aos cinemas do Brasil, é inclusive um dos indicados ao Oscar na categoria.
Narrado pelo ator Samuel L. Jackson, o documentário constrói uma reflexão sobre como é ser negro nos Estados Unidos. Em 1979, James Baldwin iniciou seu último livro, “Remember This House”, relatando as vidas e assassinatos dos lideres ativistas que marcaram a história social e politica americana: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr. Baldwin não foi capaz de completar o livro antes de sua morte, e o manuscrito inacabado foi confiado ao diretor Raoul Peck, que combina esse material com um rico arquivo de imagens dos movimentos Direitos Civis e Black Power, conectando essas lutas históricas por justiça e igualdade com os movimentos atuais que ainda clamam os mesmos direitos.
É muito interessante como Peck conduz seu documentário. Ao abordar toda temática histórica por si só, ele lança mão da cultura pop e do cinema para mostrar que o chamado 'poder branco' era passado aos americanos em doses homeopáticas e de maneira aparentemente inofensivas, mas que refletiam no dia a dia dessa relação tempestuosa negros x brancos. Intercalado com comerciais e cenas de cinema que impunham acintosamente a violência contra minorias (como índios sendo mortos em filmes de bang bang por exemplo) o documentário revela um conteúdo criativo único, juntamente com seu poder de exortar e protestar.
Além de unir três universos tão parecidos e ao mesmo tempo tão distintos como o do trio Malcom, Martin e Medgar (pois cada um militava de uma maneira muito diferente) o filme faz também uma denúncia ao capitalismo americano que parece ter aberto as portas aos negros simplesmente porque isso era inevitável e também porque eles, em determinada altura, já movimentavam milhões na economia na terra do Tio Sam.
A condução de Peock é brilhante, forte, e as figuras de linguagem muito bem empregadas, que ao meu ver só pareciam aliviar os momentos mais verborrágicos e enfáticos, eu disse só pareciam... pois na verdade o intuito de 'suavizar' também serviu como forma de protesto. 'Eu Não Sou Seu Negro' é sem dúvidas uma joia preciosa dentre as produções nesse nicho.
Super Vale Ver !
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