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PiTacO do PapO! 'Frank & Lola - Amor Obsessivo' - 2016

NOTA 7.0


Por Thayná Prado  @cinemanoporão 



Matthew Ross é um diretor conhecido por produzir e dirigir curtas metragens, com histórias regadas a dramas realistas e diálogos bem construídos.

Temos aqui o seu primeiro longa, a trama conta a história de Frank (Michael Shannon) um talentoso chef, e Lola (Imogen Poots) uma designer que almeja trabalhar no ramo da moda, quando se conhecem acabam se envolvendo  e começam a vivenciar uma relação muito intensa, cheia de segredos, ciúmes, descontrole emocional e é claro, muita paixão.

O longa não apresenta uma narrativa muito autêntica, pelo contrário, é bem clichê; o que acaba se tornando um diferencial no filme são as marcantes atuações de Michael e Imogen que entregam até mais do que deveriam por trabalharem com um roteiro bem limitado.


É notório perceber a paixão que há entre os dois mesmo com os ciúmes de Frank e os segredos e fantasmas do passado de Lola, eles sempre estão tentando se regenerar e dar uma chance ao sentimento que um tem pelo outro. Há muita indecisão e descontrole de ambas as partes, e isso é mostrado em um processo de deterioração dos personagens ao tentar buscar respostas dos motivos de estarem tão perdidos.


Michael Shannon (que homem! risos), como sempre está excelente. Ele consegue passar uma maturidade afetiva em sua interpretação, só nos olhares, no entanto ao mesmo tempo, ele se mostra completamente instável e disposto a não querer mais vivenciar sua relação com Lola. A carismática e talentosa Imogen Poots não fica pra trás, sua personagem é completamente desenfreada e perdida em sentimentos do passado e ela nos convence de tudo isso com a sua sucinta atuação.

Em alguns momentos eu lembrei do longa, “Blue Valentine” (2010), uma relação regada a fortes sentimentos e instabilidades. Os personagens de Ryan Gosling e Michelle Williams são como Frank e Lola, há sentimentos, uma história e a vontade de ficarem juntos por ene motivos, porém o desequilíbrio é maior e acaba prevalecendo no final.


Destaque para a belíssima fotografia, que obtém uma paleta de cores quentes principalmente quando é focada nos personagens principais, o vermelho é demasiadamente usado para indicar a intensidade da relação de Frank & Lola.


O que me incomodou ao assistir o longa, é que em todo momento eu sentia falta de algo, gostava das cenas, dos diálogos bem construídos mas sempre aquela sensação de que faltava explorar outros caminhos, ousar mais na construção do roteiro e até mesmo dos personagens. Na minha percepção, o longa funcionaria até melhor como um curta já que é a especialidade do diretor. Apesar de achar que o filme fica devendo em alguns aspectos, ele nos convence e merece ser visto.




Vale Ver ! 

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