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PiTacO do PapO! 'Paterson' - 2017

NOTA  7.8



O americano Jim Jarmusch é o queridinho da crítica mundial. Suas obras são incontestavelmente de alto nível,  mas é bem verdade que muitas vezes dividem o público.  Seu mais recente trabalho, que tive o prazer de assistir ('Amantes Eternos' - 2013) , é um exemplo que muitos poderão amar e outros odiar. Mas não dá pra negar que o diretor transcende poesia em suas obras. Mais um exemplo acabou de chegar aos cinemas por aqui : 'Paterson' é o mais novo trabalho que também poderá dividir a opinião do espectador. 


Vivido por Adam Driver (o Kylo Ren de 'Star Wars), o personagem que divide o nome de batismo com o da cidade de New Jersey onde se passa a história, é um pacato motorista de ônibus. Todo dia, ele faz tudo sempre igual: acorda, passa uns minutos preguiçosos na cama com a esposa, vai ao trabalho, tira alguns minutos para escrever alguns versos no caderno que leva sempre consigo e sai para sua rota. Volta, janta, leva seu cachorro para passear e toma uma cerveja no bar vizinho. Sua excentricidade se resume a não andar com telefone celular, que se recusa a ter julgando que todos viviam muito bem antes dele. 

Destaque na 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme tem sim uma narrativa mais compassada e isso com certeza é proposital: o objetivo de Jarmusch é mostrar como a rotina é rotativa e viciosa, se imprime como o lado 'boring' da vida, mas a diferença é a maneira que se vive essa rotina:  Paterson , decidiu fazer poemas do seu 'day by day', talvez não porque ele achasse chato, é justamente o contrário- ainda que a rotina fosse massante e a certos momentos ele parecia entendiado com aquilo tudo, ele também sabia que o que tinha à sua volta, era muito precioso para ele se perder com o lado chato do cotidiano.

No que tange ao ritmo, o filme definitivamente não há de aguardar à grande maioria (e me incomodou em certos momentos também, até confesso) mas é impossível não se apaixonar pelos detalhes, pela personalidade pacata e postura sincera,  quase ingênua do protagonista.  Jarmusch joga a sensibilidade pro alto em 'Paterson' e quem quiser que pegue. 






Vale Ver !  






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