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PiTacO do PapO ! 'Aloys' - 2016

NOTA 7.0


Por Karina Massud  @cinemassud 



Solitária: foi como me senti vendo "Aloys", filme do diretor suiço Tobias Nolle.

Aloys Adorn (o ótimo ator Georg Friedich) é um detetive particular que perde seu pai, parceiro na agência de investigações e única referência pra tudo, e fica só no mundo, junto com suas milhares de fitas de investigações gravadas, o gato que não sai do leito de morte do dono e os vídeos que fez ao longo da vida.


Ele parece tentar manter a memória do pai viva fazendo exatemente tudo o que faziam, seguindo casais adúlteros, filmando e fotografando, e também vendo a imagem do pai no caixão, hábito mórbido. Mesmo porque ele não se relaciona com ninguém, não tem amigos muito menos parentes, seu hobby é assistir aos vídeos dos investigados e de outros desconhecidos que filma aleatoriamente.

Aloys começa então a receber telefonemas de uma chantagista que roubou sua câmera e fitas enquanto dormia no ônibus, e acaba se apaixonando pela voz. Vai até uma boate tentar encontrá-la, mas como todo sociopata, ele quase tem um treco no meio de tanta gente alegre, viva e dançando. Imaginação e realidade se mesclam e o romance telefônico segue com joguinhos e um certo viés terapêutico para o introspectivo Aloys, que passa a ter uma vida social com amigos, festas e uma namorada.

É um filme um pouco lento e bem reflexivo, com tomadas que exigem alguma atenção para se entender o que o diretor quis dizer, pois mostram objetos como uma ovelha na chuva ou no meio de um jardim interno que podem servir como metáforas diversas de acordo com as experiências de cada espectador. É também meio doido e curioso, com pitadas de surrealismo que nos levam a questionar o que seria concreto ou apenas sonho do protagonista.

Se a intenção do diretor era fazer um retrato de como a sociedade anda solitária, cada vez mais voyeur e por isso perturbada, ele decididamente conseguiu.





Vale Ver ! 

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