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PiTacO do PapO! 'Paris Pode Esperar' - 2017

NOTA 8.0



Por Rogério Machado


Depois de trabalhar na direção de alguns documentários, a matriarca da família Coppola,  Eleanor Coppola,  estreia na frente de um longa metragem aos 81 anos de idade. Com a experiência, o pedigree e a sabedoria de que não precisa provar nada a ninguém, a Sra Coppola deixa transparecer que não mudaria uma vírgula em uma história de ficção que quisesse contar num primeiro trabalho. 'Paris Pode Esperar', que chegou aos cinemas no último dia oito de junho, vai um pouco além de uma simples história de ficção, pelo menos para a diretora.



Na comédia romântica, seremos apresentados à Anne (Diane Lane), que está casada com o produtor de cinema Michael (Alec Baldwin). Ele a ama muito, mas não tem tempo suficiente para dedicar-se à esposa. Por isso, no trajeto de Cannes até Paris, Anne é acompanhada pelo sócio de seu marido (Arnaud Viard). O trajeto deveria demorar em torno de sete horas, mas ao longo de várias paradas, eles passam a se conhecer melhor enquanto apreciam a exótica gastronomia e as belíssimas paisagens francesas.

'Paris Pode Esperar', cujo roteiro também é de autoria de Eleanor, baseia-se em sua própria experiência quando fez esse mesmo itinerário: Em 2009, enquanto acompanhava

seu marido, (o grande e também diretor
Francis Ford Coppola), ao festival de cinema de Cannes, ela contraiu uma gripe forte que a impediria de embarcar em um avião com Francis para Paris, onde teria curtas férias com o marido, nesse instante, um sócio de longa data dos Coppola que também iria à Paris, mas dirigindo, ofereceu uma carona à Eleanor até a capital da França, a diretora logo aceitou o convite e quando se deu conta, ela e o amigo acabaram tornando uma viagem de sete horas em muitas horas a mais, e embarcando em uma hilariante história, que anos mais tarde se tornaria fonte de inspiração para a primeira narrativa da diretora. 

No formato de um rodie movie, o ponto alto do filme é mesmo a fotografia com lugares que são verdadeiras pinturas. A personagem de Anne carrega muito, claro, de Eleanor (como documentarista que é), a mulher tinha sempre a câmera em punho fotografando todo e qualquer detalhe, por mais insignificante que fosse. Os diálogos são inteligentes e apresentam a frança de uma forma que ainda não vimos muito em produções do tipo - a velha rivalidade nos costumes entre americanos e franceses, seja na gastronomia ou no comportamento,  também estão presentes no contexto e também rendem bons momentos.  Tudo sob o olhar feminino -  até a maneira de apresentar o já tradicional sex appeal masculino dos franceses, aliado a tipificação de conquistadores natos que são. 

Através de cores, sabores e muita sensibilidade, o filme de Eleanor conquista o espectador pela leveza e pelo bom humor tão natural. O bate bola entre a talentosíssima Diane Lane e o ator francês Arnaud Viard funciona, ficando fácil para o público se livrar até de pudores e se render à essa deliciosa comédia sobre possibilidades, vida e liberdade. 





Vale Ver ! 


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