Dica do Papo ! 'Trem Noturno Para Lisboa' - 2013
'Trem Noturno Para Lisboa', do diretor dinamarquês Billy August, é uma adaptação para os cinemas da emblemática obra do escritor francês Pascal Mercier que tem como pano de fundo um episódio histórico em Portugal: a Revolução dos Cravos em 1974.
É bem verdade que o filme foi recebido com frieza pela crÃtica em geral, contudo, principalmente para quem não conhece a história, é quase certo que o encanto pela trama, principalmente por conta do protagonista, virá logo nos primeiros minutos de pelÃcula.
Na história, Jeremy Irons (sempre formidável em qualquer papel) dá vida ao professor suÃço Raimund Gregorius, que num dia de muita chuva, salva uma mulher portuguesa que se preparava para pular de uma ponte em Berna, na SuÃça. Repentinamente, a mulher desaparece, deixando seu casaco para trás. No bolso de sua roupa esquecida, ele encontra um livro de um autor português, Amadeu do Prado (no longa vivido pelo ator Jack Huston), e um bilhete de trem para Lisboa com data desse mesmo dia. Ele resolve, então, sair de sua rotina e embarca em uma emocionante aventura, que o levará a uma jornada ao seu próprio coração.
O trem do tÃtulo é o primeiro estágio dessa aventura do protagonista, que embarca nele movido apenas por uma vontade quase sobre-humana de entender tudo isso que cruzou sua vida. Quem é essa mulher e, mais ainda, quem é esse tal de Amadeu de Prado, médico português que dita suas lembranças nesse livro e parece prender Raimund em suas páginas.
'Trem Noturno para Lisboa' então passa a se dividir em duas linhas, uma que acompanha o professor suÃço em busca do que estava por trás do livro e desse homem que parece discorrer pensamentos filosóficos belÃssimos (e ai talvez esteja a motivação do autor em sua área). Na outra linha, o próprio Amadeu narra sua própria história, de filho de juiz até “soldado” da resistência contra a ditadura portuguesa de Salazar.
E ainda que seja interessante seguir as sutis transformações desse professor que precisou “fugir” e encontrar uma nova motivação para voltar a enxergar melhor o que realmente quer da vida (a analogia com os novos óculos, mais leve e quase sumido de sua face, faz bem seu papel), em pouco tempo 'Trem Noturno para Lisboa' passa a ser sobre esse Amadeu, e principalmente sobre o quanto todos que cruzaram sua vida, de um modo ou de outro, terminaram com cicatrizes profundas que os marcaram até os dias de hoje. Essa outra ponta mesmo pautada em fatos históricos, por sinal, passa a não ser tão interessante e até com falhas no desenvolvimento, mas diante da condução previsÃvel, mas não tão convencional, e a maneira como uma história se mistura a outra, o filme conquista aos espectadores mais românticos, digamos.
'Trem Noturno Para Lisboa', apesar de entregar muito menos do que promete, ainda consegue ser um pequeno deleite para o espectador que acompanha Irons (que, mesmo no piloto automático, funciona bem e cativa o cinema) e torce não para que ele chegue ao final da história, mas sim para que ele não pegue o trem noturno que sai de Lisboa, decisão que o permitiria que continue a ser esse novo homem que encontrou uma nova razão ao invés de ser aquele velho personagem triste e que não só salvou a desconhecida da ponte, mas fez o mesmo consigo próprio.
O filme que está disponÃvel na Netflix, ainda conta com as ilustres participações de Lena Olin (sumidÃssima por sinal) , Charlotte Rampling e o saudoso Christopher Lee, falecido em 2015.
É bem verdade que o filme foi recebido com frieza pela crÃtica em geral, contudo, principalmente para quem não conhece a história, é quase certo que o encanto pela trama, principalmente por conta do protagonista, virá logo nos primeiros minutos de pelÃcula.
Na história, Jeremy Irons (sempre formidável em qualquer papel) dá vida ao professor suÃço Raimund Gregorius, que num dia de muita chuva, salva uma mulher portuguesa que se preparava para pular de uma ponte em Berna, na SuÃça. Repentinamente, a mulher desaparece, deixando seu casaco para trás. No bolso de sua roupa esquecida, ele encontra um livro de um autor português, Amadeu do Prado (no longa vivido pelo ator Jack Huston), e um bilhete de trem para Lisboa com data desse mesmo dia. Ele resolve, então, sair de sua rotina e embarca em uma emocionante aventura, que o levará a uma jornada ao seu próprio coração.
'Trem Noturno para Lisboa' então passa a se dividir em duas linhas, uma que acompanha o professor suÃço em busca do que estava por trás do livro e desse homem que parece discorrer pensamentos filosóficos belÃssimos (e ai talvez esteja a motivação do autor em sua área). Na outra linha, o próprio Amadeu narra sua própria história, de filho de juiz até “soldado” da resistência contra a ditadura portuguesa de Salazar.
E ainda que seja interessante seguir as sutis transformações desse professor que precisou “fugir” e encontrar uma nova motivação para voltar a enxergar melhor o que realmente quer da vida (a analogia com os novos óculos, mais leve e quase sumido de sua face, faz bem seu papel), em pouco tempo 'Trem Noturno para Lisboa' passa a ser sobre esse Amadeu, e principalmente sobre o quanto todos que cruzaram sua vida, de um modo ou de outro, terminaram com cicatrizes profundas que os marcaram até os dias de hoje. Essa outra ponta mesmo pautada em fatos históricos, por sinal, passa a não ser tão interessante e até com falhas no desenvolvimento, mas diante da condução previsÃvel, mas não tão convencional, e a maneira como uma história se mistura a outra, o filme conquista aos espectadores mais românticos, digamos.
O filme que está disponÃvel na Netflix, ainda conta com as ilustres participações de Lena Olin (sumidÃssima por sinal) , Charlotte Rampling e o saudoso Christopher Lee, falecido em 2015.
'Papo de Cinemateca - Porque Cinema e Diversão é com a Gente Mesmo'
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