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Matéria Especial: 'Blade Runner' - Um Clássico Atemporal! (1982)

Em junho de 1982 chegava aos cinemas o inesquecível 'Blade Runner', que por aqui ainda ganhou o complemento 'O Caçador de Androides' ...   O pai desse evento em forma de filme? Ridley Scott, cujo toque de midas elava muitos de seus filmes pipoca ao status de clássico vanguardista.



Eis que depois de 35 anos, um novo filme , dessa vez dirigido pelo renomado Denis Villeneuve, está prestes a se colocar entre nós e para a alegria dos cinéfilos mais inveterados e resistentes, o nome de Villeneuve pode representar uma das poucas chances do longa unir a tradição que o filme de 82 carrega com ele à nova proposta dos filmes de ficção da atualidade. Afinal de contas, como esquecer 'A Chegada', que bombou em festivais e teve indicações ao Oscar, quebrando todo paradigma dos filmes do gênero. É Villeneuve!  E talvez por isso seja tão mais animador esperar por uma continuação do nipe de 'Blade Runner'. Acredite , o risco de colocar tudo à perder, com ele, se torna bem menor.  E para refrescar sua memória e celebrar o novíssimo 'Blade Runner 2049' e sua estreia nos cinemas neste quinta (que se passa , claro, 30 anos depois do primeiro filme) aqui vamos nós numa matéria especial fazendo um apanhado geral sobre a produção balzaquiana. 

Mas, voltemos pois ao filme de 1982:  A história é ambientada no início do século 21, mais precisamente em Los Angeles. O clima quente e ensolarado é substituído por uma metrópole de formas e cores sinistras, onde uma superpopulação se amontoa em arranha-céus decadentes, corroídos por uma incessante chuva ácida que teima em cair.


É nesse decadente planeta Terra que vive o detetive Deckard, interpretado por Harrison Ford. Ele é convocado por seus superiores a realizar um último trabalho. Exterminar ("aposentar" é o termo técnico) quatro androides desertores, chamados de Replicantes, que fugiram da cidade após uma rebelião em um sistema estelar. O detalhe é que essa geração de androides - a NEXUS 6 - é o mais próximo que os humanos chegaram da perfeição robótica. Além de serem dotados de grande inteligência, agilidade e força física, os replicantes têm um objetivo a ser alcançado: A busca por mais tempo de vida. E é aí que a trama tem seu início - esses mesmos replicantes acreditam que só seu criador pode fazer isso por eles, e tudo que representasse um obstáculo, teria que ser sumariamente aniquilado. 


Andei pesquisando e descobri que o escritor da obra original, Philip K. Dick, é um dos mais celebrados dentro do gênero: suas obras já foram levadas às telonas várias vezes, com diversas visões, direções, atuações e até mesmo gêneros. No entanto, de todas elas a que mais logrou êxito foi, de longe, a versão de Ridley Scott para O Caçador de Androides. Segundo leitores, o filme de  Scott consegue transpor em cenas o sentido que Philip expressa com as palavras. Os elementos tão explorados pelo escritor estão presentes no filme: o uso excessivo de tecnologias pelo homem e a revolta da mesma, a substituição do orgânico pelo mecânico, a fuga da realidade e o onirismo, o desespero humano por não controlar sua criação, e de forma bem sutil como isso pode ser comparado com preceitos religiosos. 

Além de tantas teorias, o que temos nessa temática é a busca pela longevidade, uma fuga do pós-morte, ainda que inevitável. Frases como “É uma pena que ela não vá viver! Mas quem vive?” mostram bem isso. No entanto, há muito mais do que o desespero espiritual nesse filme. Há um resquício de poesia num ambiente hostil, sujo. Há beleza e até mesmo amor. É tudo isso e mais um pouco que fazem da obra um cult movie.

Com uma trilha assinada por ninguém menos que Vangelis, várias canções do filme se eternizaram e passaram a ser usadas em outras diversas ocasiões e
também produções. Enfim, muito da obra do músico grego atravessou os anos e continua atual. Um exemplo disso é um outro clássico que tem sua música como marca, o filme 'Carruagens de Fogo' de 1981. 



Não só por se tratar de uma distopia - tão na moda no cinema de hoje - mas também pela estética, pelos efeitos especiais e cenários, o figurino impecável e o requinte da concepção e filosofia da obra, 'Blade Runner' permanece como um clássico sem data de validade. Só nos resta segurar a ansiedade pois dia 05 de outubro finalmente está às portas, e também agradecer, pois vivemos para saber o que aconteceu com Deckard depois que aquele elevador se fechou.

E por falar em continuação, na Comic Con em San Diego esse ano, houve um painel falando de uma linha do tempo desde 2019 (data em que a trama de 82 se passa) até o ano que dá nome ao novo filme. O vídeo foi narrado por Edward James Olmos, que fez o papel de Gaff no primeiro filme. A linha do tempo tem início com o que aconteceu com Rick Deckard (Harrison Ford) ao final de Blade Runner:

👉 2019: Deckard escapa
👉 2020: Um novo modelo de replicante
👉 2022: Um blecaute acontece na costa oeste dos EUA
👉 2023: A proibição de replicantes tem início. Aqueles que podem, se escondem.
👉 2025: O crescimento da Wallace Corp ajuda a resolver o problema da falta de comida
👉 2030: A proibição regride com a ajuda da Wallace Corp
👉 2049: A sociedade se divide em duas classes, replicantes e humanos



'Papo de Cinemateca - Muito Cinema pra Todo Mundo'



DIREÇÃO
Ridley Scott

EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Darryl Ponicsan, David Peoples
Produção: Charles de Lauzirika, Michael Deeley
Fotografia: Jordan S. Cronenweth
Trilha Sonora: Vangelis
Estúdio: Michael Deeley Production, Ridley Scott Productions, Shaw Brothers, The Ladd Company, Warner Bros. Pictures

ELENCO
Bob Okazaki, Brion James, Carolyn DeMirjian, Daryl Hannah, Edward James Olmos, Harrison Ford, Hy Pyke, James Hong, Joanna Cassidy, Joe Turkel, John Edward Allen, Kevin Thompson, Kimiko Hiroshige, M. Emmet Walsh, Morgan Paull, Rutger Hauer, Sean Young, William Sanderson












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