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PiTacO do PapO - 'Lego Ninjago: O Filme' | 2017

NOTA 6.0

Legalzinho, legozinho...

Por Vinícius Martins  @cinemarcante


Lembro-me de ter assistido 'Gravidade' em 2013 e ter a sensação de ter vivido três horas à deriva no espaço com a Sandra Bullock, quando na verdade o filme todo teve apenas uma hora e vinte.

'Lego Ninjago: O Filme' tem pouco mais do que isso, mas parece ter igualmente lá suas três horas e tantas de duração. A diferença entre esses dois filmes e sua sensação de demora, apesar da aparente semelhança na reação ao assisti-los, está no fato de que um é bom e o outro não. 'Gravidade' parece demorado por conta da tensão criada por ele, gerando uma angústia singular, nunca antes vista com tanta riqueza no cinema. O novo Lego, por outro lado, é tedioso e por várias vezes confuso em sua trama.



Os estúdios da Warner Bros. resolveram investir mesmo nas animações baseadas na franquia de brinquedos Lego depois do sucesso e da boa recepção de 'Uma Aventura Lego', em 2014, e lançou mais duas produções do segmento em 2017; são elas o genial 'Lego Batman: O Filme' (que é o melhor filme do Batman já feito, empatado com 'O Cavaleiro das Trevas') e o mediano 'Lego Ninjago: O Filme', que é um dos filmes que me fez torcer pra esse ano acabar logo.

Aparentemente quem escreveu era muito fã de 'Transformers' e 'Star Wars'. São robôs gigantes para todos os gostos, com até mesmo um idêntico a um de 'A Vingança dos Derrotados' da franquia bombástica de Michael Bay, e dilemas iguais aos de Luke Skywalker e Darth Vader em 'O Império Contra-Ataca' - aqui há até a figura paterna em face e trajes pretos, como que para gritar "olha, eu sou o cara sombrio e do mal dessa bagaça".

Ver isso sob um olhar satírico torna o filme mais interessante; o problema é que nem como sátira ele funciona. Falta-lhe uma identidade, algo que dê um carisma similar ao do filme de 2014, que igualmente quis mesclar a realidade e a animação e entrelaçá-los em seu roteiro. Aqui, tal artifício não acrescenta em nada na história além de dar à ela um contexto de "história que é contada". Por causa disso, a presença do ilustre Jackie Chan soa um capricho questionável e descartável. Seu rosto só foi usado mesmo para dar um pouquinho mais de público ao levar seus fãs para o cinema.

Claro, há coisas legais no filme. Memes, um gato gigante, uma piadinha ou outra que faz rir, mas é só. Sua intenção se perde em seu desenvolvimento e isso faz parecer que a preocupação estava mais em passar uma mensagem fofinha no final e não em COMO essa mensagem seria passada. Nada de original é apresentado, e se não fosse pelo gato, provavelmente esse filme seria um fiasco total. 

Longe de ser um filme excelente, 'Lego Ninjago: O Filme' é um entretenimento desses bacaninhas para ver na Temperatura Máxima daqui uns anos com os filhos, em uma hora e meia que são salvas por um gato (acho que era uma gata) em uma representação remontada de uma história já vista (em uma fórmula gasta) de redenção familiar e explosões exageradas.


Vale Ver, Mas Nem Tanto! 


DIREÇÃO
Bob Logan, Charlie Bean, Paul Fisher

EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Bryan Shukoff, Dan Hageman, Kevin Chesley, Kevin Hageman
Produção: Chris Miller, Dan Lin, Phil Lord, Roy Lee
Trilha Sonora: Mark Mothersbaugh
Estúdio: Animal Logic, Lin Pictures, Vertigo Entertainment
Montador: David Burrows, Garret Elkins, John Venzon, Julie Rogers, Ryan Folsey
Distribuidora: Warner Bros.

ELENCO

Abbi Jacobson, Alex Kauffman, Ali Wong, Charlyne Yi, Chris Hardwick, Dave Franco, David Burrows, Doug Nicholas, Fred Armisen, Garret Elkins, Jackie Chan, Justin Theroux, Kumail Nanjiani, Laura Kightlinger, Michael Peña, Olivia Munn, Randall Park, Todd Hansen, Vanara Taing, Zach Woods


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