PiTacO do PapO - 'Eu, Tonya' | 2018
NOTA 9.5
Por Karina Massud @cinemassud
O que é uma história senão a versão de quem a conta?!
Gelo, inveja, abuso, triunfo e tragédia... E várias versões de um crime que ficou mais notório que seus participantes: Tonya Harding e Nancy Kerrigan.
Tonya Harding, ex-patinadora artÃstica no gelo que alçou a glória como a segunda mulher a dar o dificÃlimo salto triplo axel em competições, ficou mundialmente conhecida pelo escândalo que acabou por bani-la do esporte. Ela era o estereótipo da moça “white trash” americana: pobre, sem estudo ou muita perspectiva na vida. Desde muito pequena, a mãe a colocou na aula de patinação artÃstica visando o suce$$o - investia tudo na filha e claro, cobrava. O massacre da mãe dominadora sempre foi grande, ela então casou-se para ficar livre e caiu nas garras de um marido violento, que no auge das competições foi acusado de mandar quebrar o joelho de Nancy Kerrigan, grande adversária da esposa.
Os Estados Unidos sempre tiveram tendencia à nomear Ãcones em todas as áreas e reparti-los entre mocinhos e vilões, e não foi diferente na patinação artÃstica: Tonya era a “bad girl”, rotulada e discriminada pelos juÃzes por seu estilo de vida, por dançar ao som de rock e não usar roupas convencionais. Já sua rival Nancy (a quem Tonya chamava de amiga ) era a mocinha queridinha da América, ainda mais depois de ser vÃtima de violência.
A trama não cai no lugar comum de uma simples cinebio, o imbróglio todo é contado sob vários pontos de vista - do marido, da mãe e da própria Tonya. Os depoimentos têm um tom delicioso de humor ácido e inteligente, numa ótima mistura de drama com comédia em tom documental - e o movimento desgovernado da câmera, como se fosse o olhar dos personagens, contribui muito pra isso. O brilho e glamour das apresentações fica mesmo no ringue de patinação, fora dele é tudo bem bizarro.
E que performances arrebatadoras! Margot Robbie (indicada ao Oscar 2018 de Melhor Atriz e já ganhadora de vários prêmios pelo papel) está bárbara como a protagonista injustiçada pelas circunstâncias (seria isso mesmo?!), cabelo espigado e sotaque caipira perfeitos. Allison Janney ( também premiadÃssima e favorita a levar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante) como a mãe obcecada, fumando desbragadamente e com um pássaro que a importuna o tempo todo no ombro, é de dar ódio de tão sensacional.
O diretor Craig Gillespie (do belo e pouco conhecido “ A Garota Ideal” - 2007) não teve em “Eu, Tonya” a pretensão de contar os fatos de maneira definitiva, ainda mais num caso extremamente controverso, confuso e famoso mundialmente. Cabe ao espectador tirar suas próprias conclusões, ou ficar ainda mais em dúvida, como foi o meu caso.
Super Vale Ver !
Por Karina Massud @cinemassud
O que é uma história senão a versão de quem a conta?!
Gelo, inveja, abuso, triunfo e tragédia... E várias versões de um crime que ficou mais notório que seus participantes: Tonya Harding e Nancy Kerrigan.
Tonya Harding, ex-patinadora artÃstica no gelo que alçou a glória como a segunda mulher a dar o dificÃlimo salto triplo axel em competições, ficou mundialmente conhecida pelo escândalo que acabou por bani-la do esporte. Ela era o estereótipo da moça “white trash” americana: pobre, sem estudo ou muita perspectiva na vida. Desde muito pequena, a mãe a colocou na aula de patinação artÃstica visando o suce$$o - investia tudo na filha e claro, cobrava. O massacre da mãe dominadora sempre foi grande, ela então casou-se para ficar livre e caiu nas garras de um marido violento, que no auge das competições foi acusado de mandar quebrar o joelho de Nancy Kerrigan, grande adversária da esposa.
Os Estados Unidos sempre tiveram tendencia à nomear Ãcones em todas as áreas e reparti-los entre mocinhos e vilões, e não foi diferente na patinação artÃstica: Tonya era a “bad girl”, rotulada e discriminada pelos juÃzes por seu estilo de vida, por dançar ao som de rock e não usar roupas convencionais. Já sua rival Nancy (a quem Tonya chamava de amiga ) era a mocinha queridinha da América, ainda mais depois de ser vÃtima de violência.
A trama não cai no lugar comum de uma simples cinebio, o imbróglio todo é contado sob vários pontos de vista - do marido, da mãe e da própria Tonya. Os depoimentos têm um tom delicioso de humor ácido e inteligente, numa ótima mistura de drama com comédia em tom documental - e o movimento desgovernado da câmera, como se fosse o olhar dos personagens, contribui muito pra isso. O brilho e glamour das apresentações fica mesmo no ringue de patinação, fora dele é tudo bem bizarro.
E que performances arrebatadoras! Margot Robbie (indicada ao Oscar 2018 de Melhor Atriz e já ganhadora de vários prêmios pelo papel) está bárbara como a protagonista injustiçada pelas circunstâncias (seria isso mesmo?!), cabelo espigado e sotaque caipira perfeitos. Allison Janney ( também premiadÃssima e favorita a levar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante) como a mãe obcecada, fumando desbragadamente e com um pássaro que a importuna o tempo todo no ombro, é de dar ódio de tão sensacional.
O diretor Craig Gillespie (do belo e pouco conhecido “ A Garota Ideal” - 2007) não teve em “Eu, Tonya” a pretensão de contar os fatos de maneira definitiva, ainda mais num caso extremamente controverso, confuso e famoso mundialmente. Cabe ao espectador tirar suas próprias conclusões, ou ficar ainda mais em dúvida, como foi o meu caso.
Super Vale Ver !
DIREÇÃO
- Craig Gillespie
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Steven Rogers
Produção: Bryan Unkeless, Margot Robbie, Steven Rogers, Tom Ackerley
Fotografia: Nicolas Karakatsanis
Trilha Sonora: Peter Nashel
Estúdio: Clubhouse Pictures (II), LuckyChap Entertainment
Montador: Tatiana S. Riegel
Distribuidora: Califórnia Filmes
ELENCO
Al Bianchi, Allison Janney, Alphie Hyorth, Amy Fox, Annie Livingston, Anthony Reynolds, Bobby Browning, Bobby Cannavale, Bojana Novakovic, Brandon O'Dell, Caitlin Carver, Cara Mantella, Cecil Love, Cory Chapman, Dan Triandiflou, Daniel Thomas May, Davin Allen Grindstaff, Jan Harrelson, Jason Davis, Joshua Mikel, Julianne Nicholson, Kelly O'Neal, Lisa Kaye Kinsler, Luray Cooper, Lynne Ashe, Maizie Smith, Margot Robbie, Mckenna Grace, Mea Allen, Miles Mussenden, Paul Walter Hauser, Ricky Russert, Sean Goulding, Sebastian Stan, Steve Wedan, Suehyla El-Attar
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