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PiTacO do PapO - 'Toc Toc' | 2018

NOTA 8.0

Por Karina Massud @cinemassud 



De perto ninguém e lá muito normal, mas algumas pessoas parecem ser um pouco mais fora da casinha que a maioria.

Qual não foi minha alegria ao me deparar com uma boa comédia sobre pessoas com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) na Netflix. Pra quem não é familiarizado com a doença, ela faz com que a pessoa tenha comportamentos repetitivos e obsessivos incontroláveis, e achar que se não os fizer algo de muito ruim acontece. “Toc Toc” conta a louca e imprevisível reunião de vários pacientes portadores de TOC no consultório de um renomado psiquiatra no qual depositam toda a esperança de cura e de, quem sabe, terem uma vida normal. Pessoas aflitas com neuras de limpeza, micróbios, repetição de movimentos, cálculos, acúmulo de objetos inúteis e outras doideiras. Conhecemos um pouco a historia de cada um dos personagens antes de irem ao consultório médico, chegando lá a secretária avisa que o psiquiatra teve o vôo cancelado e irá se atrasar. Aí eles começam uma terapia em grupo onde tentam curar a obsessão de cada um fazendo-o enfrentar justamente o que evitam.


As piadas são bem previsíveis, pois claro, zoam das manias de cada personagem, mas fazem rir bastante, principalmente quem se identifica ou conhece alguém com alguma esquisitice. O ponto alto são os diálogos afiados com críticas inteligentes que não são desrespeitosas com portadores de síndromes, e cenas que beiram o pastelão de tão ridículas, e que o diretor não teve medo de usar. O longa levanta questões simples como a discriminação, (auto) isolamento social, dificuldade de tratamento que pessoas com transtorno enfrentam, e que muitas nem admitem ter!

O roteiro não ousa muito, é fiel à peça na qual foi baseado e fica apenas no cenário do consultório (poucos e rápidos flashbacks das vidas dos pacientes), mas o super elenco compensa a simplicidade do filme. Rossy de Palma (que pra alegria dos fãs, recentemente voltou à cena com o filme “Madame” -2017) rouba a cena como Ana María, um senhora sisuda que veste tailleur, faz o nome do pai a cada meio minuto e tem que verificar tudo mil vezes: se apagou a luz, se fechou o pote de bolacha, se pegou as chaves ou beijou o santinho. Destaque também pro ator Paco Léon que é Emilio, taxista acumulador que é obcecado por cálculos matemáticos - ele calcula tudo incessante e loucamente. O final traz uma surpresinha muito bem bolada.


Vale Ver !

DIREÇÃO

  • Vicente Villanueva
  •      

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: Laurent Baffie ,Vicente Villanueva
Produção: Mercedes Gamero,Mikel Lejarza, Gonzalo Salazar-Simpson
Música: Antonio Escobar
Fotografia: David Omedes
Montagem: Juana Martínez


ELENCO

Paco León, Alexandra Jiménez,Rossy de Palma, Nuria Herrero, Adrián Lastra, Oscar Martínez, Inma Cuevas, Ana Rujas, Carolina Lapausa, Iris Solís, Paqui Horcajo,Pepa Gracia, Inmaculada Gamoneda, Maty Gómez,Blanca Gil

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