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PiTacO do PapO - 'The Place' | 2017

NOTA 8.5

Por Rogério Machado



Indicado a 7 prêmios David di Donatello 2018 (o Oscar da Itália),  'The Place' , do competente Paolo Genovese, questiona a índole do homem e até onde ele iria para satisfazer um desejo ou uma necessidade. Nove pessoas comuns, um homem que tem o poder de favorecer esses 'desejos' (ou como ele mesmo diz, oferecer possibilidades) e um lugar: o palco desse desfile de dilemas e vaidades é um charmoso café que dá nome ao título, gerenciado pela bela e simpática Angela(Sabrina Ferilli).


O longa que é uma adaptação cinematográfica da série americana 'The Booth at the End', reúne as histórias de vários personagens que têm em comum a necessidade de verem realizados os seus próprios desejos. A realização passa, porém, pelo cumprimento de alguns pedidos específicos provenientes de um homem misterioso,(Valerio Mastandrea), que está  sempre sentado na mesma mesa de um café acompanhado por um grande livro, uma espécie de missal, que contém as instruções do que cada pessoa tem que seguir para que o seu desejo se concretize. Aparentemente, estas tarefas não têm sentido e vão gerar no interior dos protagonistas alguns conflitos, que vão levá-los a se confrontar  com seus próprios princípios morais e éticos.

Na trama conheceremos o policial Ettore (Marco Giallini), que para encontrar um dinheiro furtado num roubo, tem que espancar sem piedade um desconhecido; o mecânico Odoacre (Rocco Papaleo) deverá proteger uma criança em troca de uma noite de amor com  Amanda, a mulher do calendário dos seus sonhos; para salvar a filha de uma doença terminal, Gigi (Vinicio Marchioni) tem que matar uma outra criança; a velha Marcella (Giulia Lazzarini) deverá colocar uma bomba num lugar público para que o marido se cure do Alzheimer; Martina (Silvia D’amico) tem que obter a quantia de 100.005€ para se tornar mais bonita com a ajuda do traficante de drogas Alex (Silvio Muccino), que quer que o pai pare de procurá-lo; Fulvio (Alessandro Borghi), para recuperar a visão deverá violar uma mulher; a freira Chiara (Alba Rohrwacher) encontrará novamente a sua fé quando se disponibilizar a apaixonar-se por um homem e ter um filho, e Azzurra (Vittoria Puccini), para reconquistar o seu marido, deverá destruir a relação de um outro casal.

O drama nos coloca frente a frente com a ambição e a irresponsabilidade do homem e mostra que não estamos preparados para o famoso fator surpresa e que nossos desejos (ou o que achamos necessário), pode representar a desgraça do outro. Num mundo de egoísmo e auto suficiência, a trama coloca o espectador para pensar e escolher um lado , que ironicamente, não representa o bem ou o mal e sim a escolha mais sensata a se fazer. 

Além do roteiro que pega a espectador ainda na sinopse, destaco a montagem de Consuelo Catucci, cuja condução deixa os olhares incapazes de se desgrudarem da tela. Em contrapartida, achei inoportuna a trilha sonora à cargo de Maurizio Filardo, que às vezes entra em momentos onde ela se faz totalmente dispensável. A maneira natural como as histórias individuais se conectam é o grande filão dessa envolvente trama. 


Vale Ver !

DIREÇÃO

Paulo Genovese
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EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: Christopher Kubasik, Paolo Genovese, Isabella Aguilar
Produção: Marco Belardi
Música: Maurizio Filardo
Fotografia: Fabrizio Lucci
Montagem: Consuelo Catucci

ELENCO

Valerio Mastandrea, Marco Giallini, Alessandro Borghi, Silvio Muccino, Alba Rohrwacher, Vittoria Puccini, Sabrina Ferilli, Silvia D'Amico, Rocco Papaleo, Giulia Lazzarini, Vinicio Marchioni










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