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PiTacO do PapO - 'Thoroughbreds' | 2018

NOTA 7.5

Por Rogério Machado



'Thoroughbreds' (que se refere à cavalos, especificamente os de puro sangue) , ainda segue sem previsão de estreia oficial por aqui e é muito provável que chegue diretamente ao sistema VOD ou streaming. Cory Finley, em seu longa de estreia, apresenta um thriller com pitadas de humor negro, que confirma ao longo da narrativa como a vingança é mesmo um prato que se come vagarosamente e sem dúvida alguma, frio... gelado. 


Na trama, Lily (Taylor-Joy) e Amanda (Olivia Cooke, de Bates Motel) são duas amigas de infância que se reencontram em Connecticut. Juntas, as jovens bolam um plano maquiavélico para assassinar, Mark (Paul Sparks, de House of Cards),  o padrasto  de Lily a quem ela nutre uma antipatia especial por acontecimentos que não ficam exatamente claros, mas que com certeza passa perto de uma relação abusiva e opressiva. 

Para ajudá-las na empreitada, as garotas chamam o desajustado Tim (Anton Yelchin), ator falecido em 2016 que cumpriu aqui seu último trabalho nas telas, também usuário de drogas e que não tem nada a perder. A narrativa é conduzida pelos olhares atentos de Amanda, sempre insensível, direta nas palavras e com respostas curtas. Já Lily , reprime o que sente e é muito emotiva. Duas personalidades tão diferentes, resultaria na mistura ideal para levar adiante o plano de vingança.  

O longa trás diversas influências desde 'Atração Mortal', de Michael Lehmann, de 'Psicopata Americano', de Mary Harron,  até o cinema de Hitchcock. Mas não quer dizer que o cineasta não imprima um certo frescor à obra. Pelo contrário, o talento de Finley impressiona e seu filme se destaca como uma obra de estilo único. É um trabalho elegante, com enquadramentos precisos e imagens que dizem muito mais que aparentam.

'Thoroughbreds' é um filme de certa forma até divertido, inteligente, bem dirigido e com boas performances da dupla de protagonistas - eu diria que ambas nasceram para o gênero. Mas, como toda boa obra de estilo tão único, corre o risco de ser amado ou odiado, sem muito espaço para meio termos. Muitos poderão ficar incomodados com seu ritmo lento. Ou talvez com a insistência do diretor em manter a violência sempre implícita. Ou mesmo com o final, onde muitas coisas importantes deixam de ser ditas. De qualquer forma, principalmente ao final da sessão, descobrimos que estamos diante de um trabalho com marca própria. Ponto pra Finley. 


Vale Ver! 



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