Adsense Cabeçalho

PiTacO do PapO - 'Sombra Lunar' | 2019

NOTA 7.0

Por Karina Massud @cinemassud


A primeira cena de “Sombra Lunar”, a mais nova produção Netflix, nos deixa intrigados para seguir com a trama: uma bandeira americana diferente, com poucas estrelas, flutua sobre uma cidade em cinzas - parece que o apocalipse chegou e nada mais restou no planeta. Corte prum concerto de piano onde o pianista morre em cena se esvaindo em sangue, ele e mais uma motorista de ônibus e um cozinheiro.

Thomas Lockhart é um policial que sonha em ser investigador, e ele não perde uma chance de colocar em prática seus dotes de Sherlock Holmes nas chamadas que atende no trabalho. Numa dessas ocorrências, no ano de 1988, aparecem esses assassinatos tão estranhos: todos morreram de hemorragia com o cérebro diluído e com 3 furos misteriosos na nuca. Esse serial killer misterioso ataca a cada 9 anos virando a obsessão da vida de Thomas, numa trama que começa como thriller policial e se torna uma ficção científica de viagem no tempo. Em nome dessa ideia fixa de encontrar o assassino, ele corre o risco de destruir seu emprego, família e até a própria sanidade.


Há uma pitada de “12 Macacos”, outra de “O Exterminador do Futuro” e um tiquinho de “Efeito Borboleta”: ou seja, um pot-pourri de gêneros. Escolhas erradas no passado podem causar danos futuros poderosos: e se alguém voltasse no tempo e executasse o pai da ideia-gatilho pro caos apocalíptico? Seria a viagem no tempo a tábua de salvação diante da catástrofe planetária?

A narrativa do longa tem um certo excesso de saltos no tempo e de fugas alucinadas atrás do criminoso, o que tira a fluidez da trama e torna o roteiro confuso - não assista com sono que você  certamente irá se perder na história! O diretor Jim Mickle (“Julho Sagrento” e “Somos o que Somos”) atirou para tantos lados, tantos gêneros e reviravoltas que acabou entregando pro público uma mistura meio indigesta. A crise existencial e o tormento no qual mergulham o protagonista são o que há de melhor no filme, que podia ter se aprofundado também na crítica social : estamos falhando com o planeta, e sua destruição (que não parece mais tão fictícia) será pelas mãos do próprio homem.

Em sua ânsia por quantidade de produções de todos os gêneros, a Netflix muitas vezes peca na qualidade dos filmes e séries que, como “Sombra Lunar”, tem um roteiro bacana (batido mas que funciona), boa direção e elenco, mas que resultou em um filme que em alguns meses será esquecido pela maioria.


Vale Ver !



Nenhum comentário