PiTacO do PapO - 'Bixa Travesty' | 2019
NOTA 8.5
Arte queer
Por Sérgio Ghesti @meuhype
Quase um ano depois de fazer bastante barulho vencendo o Teddy Awards, prêmio de cinema oferecido a filmes de temática LGBT em Berlim, e receber o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular do Festival de Cinema de BrasÃlia, o documentário 'Bixa Travesty' finalmente chega em circuito comercial no Brasil.
Não haveria cenário melhor como agora; o cinema nacional transborda tÃtulos cada vez mais empolgantes, e acompanhar a trajetória de Linn da Quebrada é uma forma de entender toda uma vivência de outras milhares de pessoas LGBT que lutam e sofrem para mostrar sua arte, sua intimidade, seus pensamentos , na busca pelo respeito em meio aos obstáculos da vida e do preconceito. Sua história é a representação de um Brasil moralista, machista e que aos poucos, e na base da resistência, se abre a conhecer a cultura Queer.
O filme mostra o nascimento da cena musical produzida pela cantora transsexual na periferia de São Paulo para atingir repercussão e público com um discurso exposto de letras ácidas contra o conservadorismo. Conhecemos também Jup do Bairro, rapper que tem grande representatividade dentro do filme, quase que como um braço direito da Linn em seu processo criativo.
A direção de Cláudia Priscilla e Kiko Goifman não perdem tempo de tela e apresentam uma edição dinâmica de acontecimentos e opiniões. Linn se abre ao público com um discurso aonde diz: "Você precisa se gostar independente do que pode parecer certo para ser aceito". A luta pela liberdade de comportamento rege seu manifesto. A interessante abordagem do filme está em mostrar a afetividade de Linn e sua mãe com um registro bonito desse amor que ultrapassa qualquer barreira cultural: a cena do banho entre eles é sem dúvidas uma representação disso, humanidade acima de tudo e que a famÃlia precisa entender a dinâmica da diversidade de cada ser humano, sem amarras.
O filme cresce ainda mais em ressaltar a urgência de debater as questões de gênero em um momento onde crescem os retrocessos nas conquistas de direitos. Os pensamentos e as músicas da Linn dão energia ao filme assim como a representação artÃstica do seu corpo e da materialização do sexo em um campo de guerra contra uma sociedade que prega o puritanismo e o falso moralismo. Com estética libertária, o protagonismo de Linn da Quebrada em dividir suas ideias e opiniões é o ponto forte de um documentário corajoso e necessário.
A direção de Cláudia Priscilla e Kiko Goifman não perdem tempo de tela e apresentam uma edição dinâmica de acontecimentos e opiniões. Linn se abre ao público com um discurso aonde diz: "Você precisa se gostar independente do que pode parecer certo para ser aceito". A luta pela liberdade de comportamento rege seu manifesto. A interessante abordagem do filme está em mostrar a afetividade de Linn e sua mãe com um registro bonito desse amor que ultrapassa qualquer barreira cultural: a cena do banho entre eles é sem dúvidas uma representação disso, humanidade acima de tudo e que a famÃlia precisa entender a dinâmica da diversidade de cada ser humano, sem amarras.
O filme cresce ainda mais em ressaltar a urgência de debater as questões de gênero em um momento onde crescem os retrocessos nas conquistas de direitos. Os pensamentos e as músicas da Linn dão energia ao filme assim como a representação artÃstica do seu corpo e da materialização do sexo em um campo de guerra contra uma sociedade que prega o puritanismo e o falso moralismo. Com estética libertária, o protagonismo de Linn da Quebrada em dividir suas ideias e opiniões é o ponto forte de um documentário corajoso e necessário.
Vale Ver !
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