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PiTacO do PapO - 'Pássaro do Oriente' | 2019

NOTA 7.5

Por Karina Massud @cinemassud


Filmes de suspense noir sensuais sempre têm um público cativo, eu mesma sou uma fã do gênero que é mais uma das apostas da Netflix em suas múltiplas produções recentes.

Em “Pássaro do Oriente” estamos na cidade de Tokyo no ano de 1989, passeando pela capital japonesa e pela fascinante cultura oriental, entre ruas movimentadas e chuvosas, os populares karaokês, bonsais, terremotos e gueixas tomando chá em  ambientes escuros  - o que estabelece uma atmosfera misteriosa e sensual que é fundamental para a trama. Atrevo-me a dizer ser um misto de “Encontros e Desencontros” ( 2003) com “Nove e Meia Semanas de Amor” (1986), com muito mistério e melancolia.





Alicia Vikander é Lucy , uma jovem tradutora misteriosa que vive há anos no Japão. Ela é muito sóbria, usa zero de maquiagem, roupas apagadas, tem voz baixa e semblante sempre em estado de torpor, e apesar de ocidental passa despercebida entre os orientais. Ao contrário de sua nova e radiante amiga Lily (Riley Keough, neta de Elvis Presley e atriz já experiente), que usa o cabelo crespo armado bem anos 80, roupas coloridas e maquiagem brilhante. A vida chata de Lucy dá uma chacoalhada quando ela conhece Tenji (o galã Naoki Kobayashi), um fotógrafo sedutor e também enigmático; e com Lily eles formam um triângulo amoroso que vai aos poucos consumindo a tradutora num ciúme enlouquecedor. Eles se relacionam de maneira estranhamente sexy e ao mesmo tempo fria e distante, sem toques, carinhos ou intimidade. Lily então desaparece e essa é a espinha dorsal da narrativa.

Intrigante, o longa tem como fetiche a morte, que parece rondar a vida dos personagens de maneira estranha, em fotos de uma morta (na época vitoriana tirar fotos de mortos era moda, o chamado “Memento Mori”, que apareceu antes no filme “Os Outros” e causou um impacto tremendo!) e em situações quotidianas. - Já disse quantas vezes a palavra “estranha/o”? - É como definiria o clima do filme, pois algo incomoda e não sabemos exatamente o quê.

Adaptação do romance de Susanna Jones (e produção de Ridley Scott, aliás o filme tem a cara dele!), “Pássaro do Oriente” foi muito  bem filmado pelo diretor Wash Westmoreland ( de “Para Sempre Alice” e “Colette”) : prende pelas ótimas atuações, a química do triângulo amoroso, pela fotografia lindíssima e pelo mistério bem conduzido até a última cena.


Vale Ver !


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