PiTacO do PapO - 'O Juízo' | 2019
NOTA 7.5
Por Rogério Machado
Mais uma investida em filmes de gênero no Brasil chega aos cinemas sob forte expectativa. Não somente pela nossa curiosidade em ver como produções nacionais se saem explorando um terreno ainda pouco caminhado por aqui , ou ainda por se tratar de uma obra com pedigree. 'O Juízo' , que chega essa semana aos cinemas, é praticamente um filme feito em família: Fernanda Torres ficou a cargo do roteiro e o marido, Andrucha Waddington dirigiu, e para completar o que já era promissor, Fernanda Montenegro estrela e ainda apresenta o neto, Joaquim Waddington, em seu primeiro papel nas telas.
A história gira em torno de Augusto Menezes (Felipe Camargo), que está falido e ainda por cima tem sérios problemas com a bebida. Afim de começar uma nova fase na vida, ele se muda com a mulher Tereza (Carol Castro) e o filho Marinho (Joaquim Waddington) para a fazenda herdada do avô. Além de iniciar uma nova vida longe do álcool, ele é atraído pela lenda de que haveria uma fortuna escondida nas terras. Augusto não sabe, no entanto, que ainda circulam por ali os espíritos de Couraça (Criolo) e sua filha Ana (Kênia Bárbara), mortos em uma emboscada armada pelos Menezes há quase duzentos anos. Os dois querem um acerto de contas.
Para incrementar a trama, Fernandona dá vida a sensitiva Marta Amarantes, uma mulher que tem visões e sabe tudo do passado (e antepassados) da família Menezes. Augusto apresenta traços de um distúrbio mental sério, e Marta contará com a ajuda do Dr Lauro (Fernando Eiras) que tratou o pai de Augusto décadas atrás, depois de um evento traumático na fazenda que guarda segredos de um passado obscuro, com sangue inocente derramado, pelo autoritarismo desenfreado que subjugou escravos.
Há que se valorizar a obra em sua espinha dorsal: o roteiro de Fernanda Torres abraça um tema que tem identificação com o Brasil. Existe uma dívida desse país com os negros, já que fomos os últimos a abolir a escravidão. Por ser tão próximo da nossa realidade e não por um motivo banal qualquer, o conteúdo deve sim ser respeitado, porém é preciso dizer que enquanto suspense, o longa não explora todo seu potencial. A figura de Criolo, gera mais incômodo do que propriamente medo ou apreensão. Contudo, a trama tem bom clima, um design de produção acima da média, e alguns plots - que mesmo não sendo inéditos em filmes do gênero - causam surpresa ao espectador.
'O Juízo' faz parte daquele nicho de filmes que ficam no meio da caminho, mas que não necessariamente decepcionam: tem bom ritmo, argumento e um elenco que , salvo algumas exceções, elevam a régua no quesito atuação. Até o estreante Joaquim, mesmo tendo poucas oportunidades, consegue entregar uma boa performance. O longa ainda conta com o veteraníssimo Lima Duarte numa pequena mas marcante participação.
Vale Ver !
Para incrementar a trama, Fernandona dá vida a sensitiva Marta Amarantes, uma mulher que tem visões e sabe tudo do passado (e antepassados) da família Menezes. Augusto apresenta traços de um distúrbio mental sério, e Marta contará com a ajuda do Dr Lauro (Fernando Eiras) que tratou o pai de Augusto décadas atrás, depois de um evento traumático na fazenda que guarda segredos de um passado obscuro, com sangue inocente derramado, pelo autoritarismo desenfreado que subjugou escravos.
Há que se valorizar a obra em sua espinha dorsal: o roteiro de Fernanda Torres abraça um tema que tem identificação com o Brasil. Existe uma dívida desse país com os negros, já que fomos os últimos a abolir a escravidão. Por ser tão próximo da nossa realidade e não por um motivo banal qualquer, o conteúdo deve sim ser respeitado, porém é preciso dizer que enquanto suspense, o longa não explora todo seu potencial. A figura de Criolo, gera mais incômodo do que propriamente medo ou apreensão. Contudo, a trama tem bom clima, um design de produção acima da média, e alguns plots - que mesmo não sendo inéditos em filmes do gênero - causam surpresa ao espectador.
'O Juízo' faz parte daquele nicho de filmes que ficam no meio da caminho, mas que não necessariamente decepcionam: tem bom ritmo, argumento e um elenco que , salvo algumas exceções, elevam a régua no quesito atuação. Até o estreante Joaquim, mesmo tendo poucas oportunidades, consegue entregar uma boa performance. O longa ainda conta com o veteraníssimo Lima Duarte numa pequena mas marcante participação.
Vale Ver !
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