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'Maria e João: O Conto das Bruxas' se inspira no clássico infantil apresentando o lado sombrio dos acontecimentos | 2020

NOTA 7.0

Por Sérgio Ghesti @meuhype


Baseado no conto de fadas João e Maria, popularizado pelos irmãos Wilhelm e Jacob Grimm, o filme dirigido por Oz Perkins (filho de Anthony Perkins, o Norman Bates de 'Psicose' , 1960) muda o direcionamento da história e nos aponta para um realismo interessante do famoso conto com algumas adaptações interessantes. Um detalhe importante é a inversão do nome dos personagens no título, a protagonista principal é Maria, interpretada por Sophia Lillis ('It- A Coisa') em uma trama sobre amadurecimento e enfrentamento, seguindo apenas três personagens principais: Maria, João e a Bruxa.  


Há uma sensação de que Maria precisa levar João por toda parte, cuidar dele como uma mãe, é uma mudança bem estratégica, inclusive para diferenciar das milhares de abordagens de João e Maria no cinema. Como terror, o filme funciona bem na construção da tensão com alguns bons momentos. Como história, falta refinamento nas decisões que muitas vezes surgem como previsíveis demais. Desta vez, as migalhas guiam por um caminho muito mais sombrio. 

Durante um período de escassez, Maria ( Lillis) e seu irmão mais novo, João (Sammy Leakey) saem de casa e partem para a floresta em busca de comida e sobrevivência. É quando encontram uma senhora (Alice Krige) cujas intenções podem não ser tão inocentes quanto parecem. 

Com um visual muito original e cheio de simbologias, o suspense acerta na pegada diferenciada e semelhante a outra produção do gênero: 'A Bruxa', de Robert Eggers. A produção foi filmada na Irlanda, em locações que incluem um pavilhão de caça abandonado que, segundo uma crença local, era frequentado pelo Diabo. Mesmo com um visual excelente e boa atuação de Lillis, a tensão se torna um tanto repetitiva com o avançar da trama, e no fim das contas se torna pouco envolvente mesmo com uma atmosfera perturbadora.  O longa consegue se afastar de uma mera transposição da fábula para o cinema, mas funciona melhor como fantasia adicionando novos elementos, e ainda mantendo a história original. Como um filme de terror, pode não ser tão assustador como deveria mesmo sendo muito eficiente em gerar tensão, graças também a uma trilha sonora baseada em sintetizadores. Mesmo com falhas pontuais, o resultado final é positivo.

Vale Ver !


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