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'Super Mario Bros. - O Filme' : produto apaixonado é deleite para os fãs e inicia nova franquia no cinema | 2022

NOTA 7.0 

- E essa coisa funciona?
- Claro que sim, é só dar uma assopradinha no cartucho 

Por Vinícius Martins @cinemarcante 

É difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar do Mario - sim, aquele que… é encanador e tem um irmão chamado Luigi. Você certamente sabe de quem estou falando, a figurinha popular dos jogos da Nintendo que, sugestivamente, crescia após ter contato com cogumelos. O icônico personagem infanto-juvenil é o marco de praticamente todas as gerações dos últimos 35 anos - gerações essas que, agora, se reúnem nos cinemas para celebrar as memórias saudosas adquiridas na infância, seja ela longínqua ou não.

A produção do longa-metragem dirigido por Aaron Horvath e Michael Jelenic acerta em cheio na ambientação e na fotografia, com uma paleta de cores belíssima e uma construção de universos muito rica em seu design. A trilha sonora é outro ponto que merece atenção, mesclando temas clássicos e originais à incorporação do roteiro na medida em que o mesmo abre uma brecha, entregando alguns momentos de pura nostalgia feliz e empolgação familiar. A enxurrada de acenos que o filme faz aos arcos e fases de Mario e seus parceiros é de encher os olhos de qualquer fã, e essas referências se encaixam de uma forma organizada para que tudo faça sentido dentro de uma estrutura convencional de cinema. Contudo, apesar de ter alguns momentos inspirados e de brilho genial, o roteiro infelizmente não consegue se desvencilhar de alguns vícios narrativos contemporâneos.

O problema do filme é o mesmo dos títulos americanos recentes do Godzilla: insistem na necessidade de uma contextualização dependente do núcleo humano, o que acaba empobrecendo o conjunto da obra. Ao invés de ter coragem de jogar o Mário logo de imediato no mundo dos cogumelos (ou de colocar o Godzilla e o Kong para trocarem uma porradaria direta), escolhe-se dar pretextos e motivações que, no fim das contas, não fazem uma diferença grande o bastante para não considerar tais cenas descartáveis. Nesse quesito o roteiro se embaralha e quebra até mesmo algumas lógicas internas ao ignorar os problemas que ele mesmo impõe ao seu protagonista, mas isso em nada prejudica a experiência das crianças que não entendem ainda conceitos mais complexos e/ou ainda não se importam tanto com relações de causa e consequência.

Com fofura e entusiasmo, o filme tem tudo para ser um dos maiores sucessos de público de 2023 - afinal de contas, o cinema de videogames é a nova tendência do momento, assim como a de quadrinhos veio antes dela e antes ainda houve a temporada de vampiros e outras criaturas místicas. Está mais do que esclarecido que teremos universos compartilhados e derivados em breve, mas ainda resta saber se teremos entre SEGA e Nintendo uma concorrência acirrada como a de Marvel e DC. Pra fechar, fica o aviso: o filme tem cenas no meio e no final dos créditos, sendo essa última literalmente uma cena chocante. Leve a família ao cinema e divirta-se com a revisita a esses personagens que marcaram época e ainda são referências quando se trata de videogames.





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