Adsense Cabeçalho

'O Protetor: Capítulo Final' : Denzel Washington encerra a saga do justiceiro lutando contra a máfia italiana | 2023

NOTA 8.0

Por Karina Massud @cinemassud


Quando a câmera dá close na pupila de Robert McCall, em suas mãos acertando o cronômetro, ou em detalhes importantes  como as armas e posicionamento do adversário, o espectador  já sabe que em seguida vem pancadaria e matança das boas, sempre com os golpes precisos e fatais do justiceiro.

“O Protetor” é uma adaptação da série oitentista “The Equalizer” (1985-1989), que traz o ex-agente secreto Robert McCall, um matador implacável que depois de deixar o serviço secreto tenta (sem sucesso) viver uma vida simples como um homem solitário. Em “O Protetor: Capítulo Final”, Denzel Washington encerra a trilogia do  assassino misterioso na bela Altomonte, cidadezinha encravada nos rochedos do sul da Itália. Depois de lutar contra a máfia russa e vingar a morte de uma amiga, ele agora luta contra a máfia italiana que massacra o povoado que o acolheu e que ele aprendeu a amar.

A trama é conduzida pelo Antoine Fuqua; ele dirigiu os dois longas anteriores (2014 e 2018) com competência e, nesse, se não produz o mesmo impacto, entretém sem deixar a sensação de ser um longa “caça níquel”. Há menos ação nessa terceira parte, a narrativa tem mais cenas contemplativas da linda região, das suas tradições e do quotidiano de McCall do que sequências de pancadaria insana. A violência é rápida e pesada, tanto por parte da máfia quanto do  protagonista, que continua a matar cruelmente com as próprias mãos ou com o que tiver ao seu alcance. Por outro lado, o desenvolvimento do personagem é maior, seus fantasmas estão mais distantes e os sentimentos que dominam são reconfortantes: pertencimento, companheirismo, espírito comunitário e religiosidade. A participação especial da Dakota Fanning é um deleite, pois ela contracenou com Denzel Washington ainda pequenina em “Chamas da Vingança” (2014), e na trama ela é uma agente especial que tem a admiração e a mentoria de McCall.

Denzel Washington é um monstro da atuação, ele hipnotiza o público com pouco esforço e poucas falas, apenas com o olhar penetrante e gestos sóbrios e minuciosos.  McCall envelheceu e está cansado, mas finalmente achou um lugar pra chamar de seu, com comida farta e deliciosa, e com pessoas carinhosas diante das quais ele não vê motivos pra voltar para uma metrópole americana.

O título original do longa, “The Equalizer”, faz todo o sentido nesse derradeiro capítulo, equalizer quer dizer “aquele que iguala, que equilibra”. Diante de tantas injustiças, Robert McCallan encontra um pouco de paz sanando as arbitrariedades que a vida impõe aos oprimidos. Ele faz justiça com as próprias mãos, visto que perto de grandes facções criminosas os poderes públicos são ineficazes e corruptos. Nesse capítulo final ele encontra a redenção e o propósito para tantas chacinas, e finalmente um lugar para se aposentar, ou não.






Nenhum comentário