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“Five Nights at Freddy’s– O Pesadelo Sem Fim” : produção agrada legião de fãs do jogo e promete virar franquia | 2023

NOTA 6.0

Por Karina Massud @cinemasssud 


O sucesso de um filme pode ser analisado sob o prisma do público-alvo ou sob o olhar do crítico de cinema, e nem sempre eles coincidem; isso é nítido no caso de “Five Nights at Freddy´s – O Pesadelo Sem Fim”. Sob o meu olhar de crítica, eu achei uma produção fraca, super comercial e esquecível em pouco tempo. Já na visão da legião de adolescentes fãs e usuários do jogo no qual o longa é baseado, ele é um sucesso estrondoso, fato que pude comprovar “in loco” na sessão lotada de jovens fantasiados como os personagens, que ovacionaram por diversas vezes o filme - as bilheterias não me deixam mentir, pois o filme tem batido recordes,  até o momento foram arrecadados  cerca de US$ 132 milhões.

O longa é uma adaptação da famosa franquia de jogos lançada em 2014 e criada por Scott Cawthon; nele o jogador atua como segurança noturno da pizzaria Freddy Fazbear´s Pizza, e deve completar seu turno sem ser morto pelos animatrônicos do lugar. O roteiro é bem parecido: nele acompanhamos Mike Schmidt, um jovem com traumas profundos que precisa cuidar sozinho da irmã caçula, e que, pra sua sorte, é contratado pra ser vigia da pizzaria. Sorte nada, pois quando a noite cai o restaurante vira um lugar sinistro e perigoso, os robôs animados (antes o chamariz da pizzaria) ganham vida e se transformam em assassinos sanguinários, e aí começa a chacina.

A diretora Emma Tammi, na tentativa de agradar ao mesmo tempo os fãs do jogo e os leigos acerca dele, acabou ficando numa zona cinzenta. A narrativa foca mais nos traumas e dramas pessoais dos personagens do que na recriação da tensão existente no jogo. Ela não usou a fórmula básica das últimas adaptações que foram bem sucedidas, como a série “The Last of Us”, ou os filmes “Super Mario Bros – O Filme” e “Sonic: O Filme”, que seguiram a essência da história original tanto no conteúdo quanto na parte visual. Todo o potencial do game pra ser um bom suspense foi desperdiçado: local claustrofóbico, personagens sinistros com história impactante, crianças desaparecidas e muito mistério. O filme falha no que se propõe: ser um terror sangrento e violento. 

Por outro lado, a fotografia sombria é boa, assim como a trilha sonora  com Iggy Pop, Elastica, Kool & The Gang e outros. Os bonecos animatrônicos são bem feitos, realistas (sem CGI) e idênticos aos do jogo, mas me intrigam bastante porque têm aparência infantil e não aterrorizante; mas nada disso importa, visto que os adolescentes amaram ver seus personagens prediletos das telas do celular ganharem vida na telona.

Para simples espectadores como eu, “Five Nights at Freddy´s – O Pesadelo Sem Fim” foi uma experiência insossa porém curiosa ao assistir a reação frenética do público. Já para os gamers, que vibravam a cada aparição dos animatrônicos, o filme foi incrível e, para a alegria deles, promete virar a mais nova franquia da produtora de terror Blumhouse. Ponto pra ela.





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