PiTacO do PapO ! 'A Frente Fria Que a Chuva Traz' - 2016
NOTA 7.9
O diretor Neville D'Almeida é um dos grandes nomes do cinema nacional. Sob sua batuta estão filmes como 'A Dama do Lotação'(1978) , 'Rio Babilônia'(1982) e 'Navalha na Carne'(1997). Isso só pra citar alguns. O curioso é que mesmo sendo um nome estabelecido dentro do nosso cinema , ele tenha pouquÃssimos trabalhos. Consequência não apenas das dificuldades em filmar após a extinção da Embrafilme, mas especialmente em se adequar à realidade da Lei Rouanet, onde boa parte do financiamento vem do próprio mercado, que costuma escolher projetos mais palatáveis - algo que o diretor nunca buscou ser, sempre escancarando perversões e falsos pudores. O bom disso tudo é que ele mantém o bom nÃvel de sempre em suas produções: 'A Frente Fria Que a Chuva Traz' é apenas o décimo filme em mais de 40 anos de carreira e o diretor prova que ainda está em plena forma.
Na história, um grupo de jovens ricos liderados por Alison (Johnny Massaro) e Espeto (Shay Suede), alugam com frequência uma laje na favela carioca do Vidigal, onde costumam organizar festas regadas a muita bebida e drogas. O local pertence a Gru (Flávio Bauraqui), que vive rondando os locatários, ora reclamando dos abusos cometidos ora simplesmente sonhando em fazer parte daquela realidade. Durante o dia vários deles permanecem no local, aproveitando a bela vista para se bronzear. Uma delas é Amsterdã (Bruna Linzmeyer), uma jovem pobre que se infiltra nas festas dos ricos para conseguir drogas, mesmo que para tanto precise fazer favores sexuais como pagamento.
O filme de Neville é nitidamente uma crÃtica escrachada e sem vergonha da juventude de hoje. Burgueses ou não , o fato é que os jovens tem se tornado cada vez mais fúteis e vazios. Tudo gira em torno do dinheiro, da superexposição , das músicas de refrão fácil e dos cantores fabricados aos montes pela indústria do movimento sertanejo e do funk. O tom de deboche está em praticamente toda trama , que na verdade é uma adaptação da peça de mesmo nome de Mário Bortolotto, que inclusive encarna o segurança nos 'regabofes' da rapaziada.
De narrativa e atuações cheias de altos e baixos, o que vale mesmo no longa é o tom de crÃtica da pelÃcula. Uma das lendas do nosso cinema continua com toda certeza tocando na ferida de maneira irreverente e ousada.
Vale Ver !
O diretor Neville D'Almeida é um dos grandes nomes do cinema nacional. Sob sua batuta estão filmes como 'A Dama do Lotação'(1978) , 'Rio Babilônia'(1982) e 'Navalha na Carne'(1997). Isso só pra citar alguns. O curioso é que mesmo sendo um nome estabelecido dentro do nosso cinema , ele tenha pouquÃssimos trabalhos. Consequência não apenas das dificuldades em filmar após a extinção da Embrafilme, mas especialmente em se adequar à realidade da Lei Rouanet, onde boa parte do financiamento vem do próprio mercado, que costuma escolher projetos mais palatáveis - algo que o diretor nunca buscou ser, sempre escancarando perversões e falsos pudores. O bom disso tudo é que ele mantém o bom nÃvel de sempre em suas produções: 'A Frente Fria Que a Chuva Traz' é apenas o décimo filme em mais de 40 anos de carreira e o diretor prova que ainda está em plena forma.
Na história, um grupo de jovens ricos liderados por Alison (Johnny Massaro) e Espeto (Shay Suede), alugam com frequência uma laje na favela carioca do Vidigal, onde costumam organizar festas regadas a muita bebida e drogas. O local pertence a Gru (Flávio Bauraqui), que vive rondando os locatários, ora reclamando dos abusos cometidos ora simplesmente sonhando em fazer parte daquela realidade. Durante o dia vários deles permanecem no local, aproveitando a bela vista para se bronzear. Uma delas é Amsterdã (Bruna Linzmeyer), uma jovem pobre que se infiltra nas festas dos ricos para conseguir drogas, mesmo que para tanto precise fazer favores sexuais como pagamento.
O filme de Neville é nitidamente uma crÃtica escrachada e sem vergonha da juventude de hoje. Burgueses ou não , o fato é que os jovens tem se tornado cada vez mais fúteis e vazios. Tudo gira em torno do dinheiro, da superexposição , das músicas de refrão fácil e dos cantores fabricados aos montes pela indústria do movimento sertanejo e do funk. O tom de deboche está em praticamente toda trama , que na verdade é uma adaptação da peça de mesmo nome de Mário Bortolotto, que inclusive encarna o segurança nos 'regabofes' da rapaziada.
De narrativa e atuações cheias de altos e baixos, o que vale mesmo no longa é o tom de crÃtica da pelÃcula. Uma das lendas do nosso cinema continua com toda certeza tocando na ferida de maneira irreverente e ousada.
Vale Ver !
Deixe seu Comentário: