PiTacO do PapO ! 'Wiener- Dog' - 2016
NOTA 7.0
Quando começo a ver qualquer filme que tenha como protagonista um cachorro eu já fico agoniada e aflita de que venha algo triste pela frente. Nessa produção não foi diferente, já que o filme de Todd Solondz se trata de uma comédia de humor negro e meio melancólica, a trilha sonora contribui pra essa sensação de tristeza e vazio.
Em 'Wiener-Dog' (destaque no Festival do Rio) o protagonista é um dachshund, o popular salsichinha, que ao longo da trama se torna coadjuvante. É um filme de relações e transformações narrado em episódios curtos onde o cão vai passando por vários donos esquisitos e/ou especiais.
Na primeira estória Wiener é comprado pra alegrar a vida de um menino que venceu o câncer, mas o problema são seus pais sádicos e que praticam bullying com o filho (quantos iguais não devem existir assim por aÃ!), fazendo coisas como aterrorizar a criança contando sobre o estupro de uma cachorra. Talvez os únicos momentos de alegria do menino tenham sido com o cachorro, que acaba parando no veterinário depois de uma forte diarréia.
Lá ele é roubado por Dawn, a veterinária carente ( Greta Gerwig) que vê no pet uma saÃda pra solidão. De lá ela sai pra uma road trip com um ex-colega de escola ( Kieran Culkin ). O destino é o lar do casal especial ( com sÃndrome de Down) que acaba adotando o cachorrinho. Finalmente um bálsamo e algumas cenas felizes, de alegria simples e ingênua.
Gostei mais da segunda metade do filme, tanto pelo elenco como pelo roteiro.
Danny De Vitto está ótimo como Dave, professor deprê de roteiro na faculdade de cinema ( quem sabe um alter ego do próprio diretor?!), eternamente frustrado por nunca conseguir ter um roteiro aprovado/vendido e a maioria dos estudantes reclamar dele devido a essa postura "ó dia, ó azar". Nesse quadro o cachorro é mero coadjuvante e instrumento da vingança final.
Na última estorinha o salsicha, agora chamado Câncer ( sim, isso mesmo!), é filho de Nana,uma senhora cega e amarga ( Ellen Burstyn ,como sempre excelente) que recebe a visita da neta meio doida que parece centrada em si própria e no namorado artista moderno e que só aparece pra pedir dinheiro.
Agora você pode perguntar : O que une os episódios além do cachorro?! A frustração e escolhas erradas dos donos que nos são apresentados, e a vida que poderia ter sido mas não foi. No final isso é jogado, praticamente estapeado, na cara do espectador sem dó nem piedade.
Mas calma, nem tudo é fel, de alguma forma o salsichinha deixou algo de bom na vida de quem passou : amor, companheirismo, alÃvio, resgate. É um filme legal, que embora meio estranho à primeira vista vale a pena ser visto.
Vale Ver !
Por Karina Massud
Quando começo a ver qualquer filme que tenha como protagonista um cachorro eu já fico agoniada e aflita de que venha algo triste pela frente. Nessa produção não foi diferente, já que o filme de Todd Solondz se trata de uma comédia de humor negro e meio melancólica, a trilha sonora contribui pra essa sensação de tristeza e vazio.
Em 'Wiener-Dog' (destaque no Festival do Rio) o protagonista é um dachshund, o popular salsichinha, que ao longo da trama se torna coadjuvante. É um filme de relações e transformações narrado em episódios curtos onde o cão vai passando por vários donos esquisitos e/ou especiais.
Na primeira estória Wiener é comprado pra alegrar a vida de um menino que venceu o câncer, mas o problema são seus pais sádicos e que praticam bullying com o filho (quantos iguais não devem existir assim por aÃ!), fazendo coisas como aterrorizar a criança contando sobre o estupro de uma cachorra. Talvez os únicos momentos de alegria do menino tenham sido com o cachorro, que acaba parando no veterinário depois de uma forte diarréia.
Lá ele é roubado por Dawn, a veterinária carente ( Greta Gerwig) que vê no pet uma saÃda pra solidão. De lá ela sai pra uma road trip com um ex-colega de escola ( Kieran Culkin ). O destino é o lar do casal especial ( com sÃndrome de Down) que acaba adotando o cachorrinho. Finalmente um bálsamo e algumas cenas felizes, de alegria simples e ingênua.
Gostei mais da segunda metade do filme, tanto pelo elenco como pelo roteiro.
Danny De Vitto está ótimo como Dave, professor deprê de roteiro na faculdade de cinema ( quem sabe um alter ego do próprio diretor?!), eternamente frustrado por nunca conseguir ter um roteiro aprovado/vendido e a maioria dos estudantes reclamar dele devido a essa postura "ó dia, ó azar". Nesse quadro o cachorro é mero coadjuvante e instrumento da vingança final.
Na última estorinha o salsicha, agora chamado Câncer ( sim, isso mesmo!), é filho de Nana,uma senhora cega e amarga ( Ellen Burstyn ,como sempre excelente) que recebe a visita da neta meio doida que parece centrada em si própria e no namorado artista moderno e que só aparece pra pedir dinheiro.
Agora você pode perguntar : O que une os episódios além do cachorro?! A frustração e escolhas erradas dos donos que nos são apresentados, e a vida que poderia ter sido mas não foi. No final isso é jogado, praticamente estapeado, na cara do espectador sem dó nem piedade.
Mas calma, nem tudo é fel, de alguma forma o salsichinha deixou algo de bom na vida de quem passou : amor, companheirismo, alÃvio, resgate. É um filme legal, que embora meio estranho à primeira vista vale a pena ser visto.
Vale Ver !
Por Karina Massud
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