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PiTacO do PapO ! 'Autorretrato de uma Filha Obediente' - 2016


NOTA 7.0


Qual o jovem que mora com os pais nunca pensou em morar sozinho,  ter suas experiências sem precisar dar satisfação , seus romances ,  não ter horário pra nada, enfim, ir e vir sem ninguém pegando no pé? Pois é,acredito que muitos. Pois esse também é o sonho de Cristiana, a protagonista de 'Autorretrato de uma Filha Obediente' , longa romeno (isso mesmo, a Romênia produz filmes!) lançado em março desse ano em um circuito comercial bem restrito.


A jovem Cristiana (Elena Popa) com seus 30 anos de idade,  sempre teve uma vida correta, criada pelos pais burgueses em um bairro nobre. Ela prepara sua tese de doutorado em engenharia relacionada aos terremotos, e de vez em quando sai com duas amigas de longa data. Mas seu real prazer é manter um caso com um homem casado pelo qual está apaixonada. Cristiana tem outro sonho: ter seu próprio canto e comprar um cachorro, desejo de infância que nunca foi autorizada a concretizar.

A dualidade entre querer estar livre dos pais mas não agir para de fato deixar de depender deles está no cerne de 'Autorretrato de uma Filha Obediente'. Está, também, no cerne do processo de amadurecimento de Cristiana, sempre dividida entre quem diz ter vontade de ser e quem de fato é.

Em entrevistas, Lungu afirmou que o filme retrata uma situação típica da Romênia, onde os filhos demoram a deixar a casa dos pais. Mas esta separação tardia tem se tornado mais comum em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil, e tende a crescer em épocas de crise econômica. Por mais absolutamente romeno que o filme seja, e é, também toca em uma ferida universal.


Por seguir tão à risca a cartilha de outros cineastas de seu país, Lungu perde a chance de deixar mais claro seu estilo pessoal. De qualquer forma, é um bom filme de estreia – e uma rara chance de assistir, no Brasil, um filme romeno e ainda dirigido por uma mulher. Mas claro, estamos diante de uma proposta que pode não ser atraente a muitos,  recomendo pra quem gosta de experimentar novas linguagens cinematográficas, totalmente diferente do jeito europeu e americano em geral.  




Vale Ver ! 

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