PiTacO do PapO ! 'Nahid' - 2016
NOTA 8.0
Uma coisa todo mundo sabe: No Irã, um dos países da Ásia Ocidental, as mulheres não têm sua própria voz. Muitas vivem à sombra dos maridos, oprimidas por uma cultura machista ,e o pior , a maioria é feliz assim. A boa notícia - é o próprio cinema iraniano quem denúncia essas lástimas e produz longas que não só acumulam histórias bonitas e verdadeiras, mas também mostram ao mundo suas particularidades nada simpáticas.
Em 'Nahid- Amor e Liberdade' , Sareh Bayat, a Nahid do título, vive uma jovem mulher divorciada que foi obrigada a abrir mão do direito de se casar novamente para ter a guarda de seu filho Amir Reza (Milad HosseinPour). O que não estava previsto era ela se apaixonar por Masoud (Pejman Bazeghi), que a pede em casamento repetidas vezes sem entender o motivo da recusa, até que ela explica e surge uma solução: o 'sighe', casamento temporário mal visto pela sociedade iraniana. Começa aí uma sucessão de problemas na vida de Nahid.
Sareh Bayet é muito conhecida por 'Separação', o maior sucesso do país que inclusive faturou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012. Não por acaso, o filme também narrava as agruras vividas por uma mulher que passa por um processo de separação no Irã. 'Nahid' vai um pouco mais além e mostra o que acontece depois: é a primeira produção iraniana a abordar o universo das mulheres divorciadas e a guarda dos filhos. Ao impor que uma mulher viva só pelo resto da vida pra ter a guarda dos filhos, a cultura daquele lugar reforça de vez o privilégio masculino sobre o que eles consideram o lado mais fraco sempre: a mulher. O machismo está impregnado na sociedade islâmica, não se trata de lei e ordem, é simplesmente uma cultura arraigada , ou você vive isso, ou não vive ali.
Em termos técnicos, seu antecessor se mostra muito superior, mas 'Nahid' acaba ganhando o espectador pela superlativa interpretação de Bayet. A dor disfarçada, o choro, o semblante descrente - em tudo a atriz iraniana brilha e esse é um dos motivos mais óbvios em se assistir ao filme, que também tem como mérito não apelar para o melodrama -a direção de Ida Panahandeh é direta e sem fugas, coloca o problema, faz a denúncia , mas não oferece nenhuma solução pronta.
'Nahid - Amor e Liberdade' venceu o Prêmio do Futuro na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2015.
Vale Ver !
Uma coisa todo mundo sabe: No Irã, um dos países da Ásia Ocidental, as mulheres não têm sua própria voz. Muitas vivem à sombra dos maridos, oprimidas por uma cultura machista ,e o pior , a maioria é feliz assim. A boa notícia - é o próprio cinema iraniano quem denúncia essas lástimas e produz longas que não só acumulam histórias bonitas e verdadeiras, mas também mostram ao mundo suas particularidades nada simpáticas.
Em 'Nahid- Amor e Liberdade' , Sareh Bayat, a Nahid do título, vive uma jovem mulher divorciada que foi obrigada a abrir mão do direito de se casar novamente para ter a guarda de seu filho Amir Reza (Milad HosseinPour). O que não estava previsto era ela se apaixonar por Masoud (Pejman Bazeghi), que a pede em casamento repetidas vezes sem entender o motivo da recusa, até que ela explica e surge uma solução: o 'sighe', casamento temporário mal visto pela sociedade iraniana. Começa aí uma sucessão de problemas na vida de Nahid.
Sareh Bayet é muito conhecida por 'Separação', o maior sucesso do país que inclusive faturou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012. Não por acaso, o filme também narrava as agruras vividas por uma mulher que passa por um processo de separação no Irã. 'Nahid' vai um pouco mais além e mostra o que acontece depois: é a primeira produção iraniana a abordar o universo das mulheres divorciadas e a guarda dos filhos. Ao impor que uma mulher viva só pelo resto da vida pra ter a guarda dos filhos, a cultura daquele lugar reforça de vez o privilégio masculino sobre o que eles consideram o lado mais fraco sempre: a mulher. O machismo está impregnado na sociedade islâmica, não se trata de lei e ordem, é simplesmente uma cultura arraigada , ou você vive isso, ou não vive ali.
Em termos técnicos, seu antecessor se mostra muito superior, mas 'Nahid' acaba ganhando o espectador pela superlativa interpretação de Bayet. A dor disfarçada, o choro, o semblante descrente - em tudo a atriz iraniana brilha e esse é um dos motivos mais óbvios em se assistir ao filme, que também tem como mérito não apelar para o melodrama -a direção de Ida Panahandeh é direta e sem fugas, coloca o problema, faz a denúncia , mas não oferece nenhuma solução pronta.
'Nahid - Amor e Liberdade' venceu o Prêmio do Futuro na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2015.
Vale Ver !
Deixe seu Comentário: