PiTacO do PapO! 'O Som e a Fúria' - 2015
NOTA 6.8
Algumas obras cinematográficas se perdem no tempo e espaço. Talvez pela complexidade da obra, pela falta de interesse do estúdio em investir no lançamento prevendo um provável fracasso.... pode ser. 'O Som e a Fúria' , é mais uma destas produções que prometiam 'mundos e fundos', mas seu destino foi cair no esquecimento mesmo antes de um lançamento mundial.
A trama acompanha uma tradicional família de aristocratas do sul dos Estados Unidos: os Compson. Aos poucos a família entra em decadência. O nome da família entra em declínio pois grandes segredos têm sido relevados, o que está afetando até as gerações mais novas. São retratados os pontos de vistas dos três irmãos - Benjy (James Franco), Quentin (Jacob Loed) e Jason (Scott Haze), sobre os acontecimentos que afetaram suas vidas e o destino de sua irmã Caddy (Ahna O'Reilly).
O filme é na verdade uma adaptação da obra de William Faulkner. Publicado pela primeira vez em 1929, 'O Som e a Fúria' narra essa história decadente a partir de quatro narradores diferentes. Através de um complicado fluxo de consciência, de cronologia não linear e sintaxe incompleta, somos inseridos na mente de cada narrador e, assim, acompanhando seus pensamentos e estilos diferentes, podemos ir juntando as peças de um enorme quebra-cabeça. Porém, nada é verdadeiramente narrado. Eles não estão contando suas histórias e, portanto, não há preocupação com uma ordem cronológica mais ordenada ou com o conhecimento prévio do espectador em relação a determinados fatos da narrativa. Somos apenas intrusos nas mentes destes narradores, de onde tentamos obter e juntar as informações necessárias para conhecer a trama.
Infelizmente, o que pode funcionar bem na literatura, não se desenrola tão perfeitamente nessa adaptação dirigida por James Franco (sim, pra quem não sabe, ele agora também é diretor de cinema), a saga dos Compson é complexa e faltou clareza na montagem para que a história ficasse mais redonda e fluida na tela, e que por sua vez atrairia mais a atenção do espectador. O que ainda salva na película é a atuação de Franco como o doente mental Benjy, mesmo soando caricato em alguns momentos, é dele as melhores cenas da versão para o cinema.
Aliás , é como eu dizia, o filme não chegou a fazer barulho: depois de passar pelo Festival de Toronto no ano passado, o filme foi logo para plataformas digitais nos E.U.A e nem chegou a estrear oficialmente por aqui. Não dá pra prever o que terá acontecido para a produção 'sumir do mapa', mas a bem da verdade é que ela não faria tanta diferença assim. Se há méritos, fica por conta do roteiro de Martin Ritt (adaptar uma história tão densa tem suas dificuldades e ele transpôs todas elas) e a afinação do elenco. Destaco aqui as poucas, mas tocantes cenas da diva Loretta Devine como a empregada da casa dos Compson.
Vale Ver , Mas Nem Tanto !
Algumas obras cinematográficas se perdem no tempo e espaço. Talvez pela complexidade da obra, pela falta de interesse do estúdio em investir no lançamento prevendo um provável fracasso.... pode ser. 'O Som e a Fúria' , é mais uma destas produções que prometiam 'mundos e fundos', mas seu destino foi cair no esquecimento mesmo antes de um lançamento mundial.
A trama acompanha uma tradicional família de aristocratas do sul dos Estados Unidos: os Compson. Aos poucos a família entra em decadência. O nome da família entra em declínio pois grandes segredos têm sido relevados, o que está afetando até as gerações mais novas. São retratados os pontos de vistas dos três irmãos - Benjy (James Franco), Quentin (Jacob Loed) e Jason (Scott Haze), sobre os acontecimentos que afetaram suas vidas e o destino de sua irmã Caddy (Ahna O'Reilly).
O filme é na verdade uma adaptação da obra de William Faulkner. Publicado pela primeira vez em 1929, 'O Som e a Fúria' narra essa história decadente a partir de quatro narradores diferentes. Através de um complicado fluxo de consciência, de cronologia não linear e sintaxe incompleta, somos inseridos na mente de cada narrador e, assim, acompanhando seus pensamentos e estilos diferentes, podemos ir juntando as peças de um enorme quebra-cabeça. Porém, nada é verdadeiramente narrado. Eles não estão contando suas histórias e, portanto, não há preocupação com uma ordem cronológica mais ordenada ou com o conhecimento prévio do espectador em relação a determinados fatos da narrativa. Somos apenas intrusos nas mentes destes narradores, de onde tentamos obter e juntar as informações necessárias para conhecer a trama.
Infelizmente, o que pode funcionar bem na literatura, não se desenrola tão perfeitamente nessa adaptação dirigida por James Franco (sim, pra quem não sabe, ele agora também é diretor de cinema), a saga dos Compson é complexa e faltou clareza na montagem para que a história ficasse mais redonda e fluida na tela, e que por sua vez atrairia mais a atenção do espectador. O que ainda salva na película é a atuação de Franco como o doente mental Benjy, mesmo soando caricato em alguns momentos, é dele as melhores cenas da versão para o cinema.
Aliás , é como eu dizia, o filme não chegou a fazer barulho: depois de passar pelo Festival de Toronto no ano passado, o filme foi logo para plataformas digitais nos E.U.A e nem chegou a estrear oficialmente por aqui. Não dá pra prever o que terá acontecido para a produção 'sumir do mapa', mas a bem da verdade é que ela não faria tanta diferença assim. Se há méritos, fica por conta do roteiro de Martin Ritt (adaptar uma história tão densa tem suas dificuldades e ele transpôs todas elas) e a afinação do elenco. Destaco aqui as poucas, mas tocantes cenas da diva Loretta Devine como a empregada da casa dos Compson.
Vale Ver , Mas Nem Tanto !
Deixe seu Comentário: