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PiTacO do PapO! 'Docinho da América' - 2016

NOTA 8.0



'Docinho da América' , que chegou recentemente ao sistema de streming Netflix,  abriu o Festival de Cannes 2016, onde foi laureado com os prêmios do júri e do júri ecumênico de Melhor Diretora para a britânica Andrea Arnold (O Morro dos Ventos Uivantes, 2011), que também foi indicada para a Palma de Ouro no mesmo festival; vencedor do British Independent Awards em quatro categorias: Melhor Filme Independente, Melhor Diretora, Melhor Atriz (para a estreante Sasha Lane) e melhor fotografia; e indicado a diversas categorias no Independent Spirit Awards, o filme que por aqui ganhou uma tradução um tanto duvidosa,  faz o trabalho inverso de muitas produções : ele desconstrói a ideia do 'american way of life', ou ainda o tão almejado 'sonho americano'. 


A história acompanha a jovem Star (Lane), que decide abandonar uma vida de miséria e abuso sexual na casa de seu padrasto em Oklahoma, e acaba aceitando a proposta de emprego de Jake (Shia Labeouf) como vendedora de assinaturas de revistas, no esquema de porta-em-porta, viajando numa van ao lado de um grupo de jovens, que assim como ela, abandonaram uma vida de lares desfeitos e nenhum apego emocional ou afetivo.

'American Honey' é o que eu chamaria de um 'rodie movie com objetivos'. 
Digo isso, em função da maioria dos filmes do gênero, o tal 'pé na estrada' se dar no velho estilo 'going nowhere'. Todos tem sua função dentro da velha vã que carrega o grupo, muito embora aqui os personagens também usem o trabalho para fugirem de suas realidades. No meio de todo esse frenesi juvenil, uma paixão quente e instável surge entre Star e Jake, é quando as cenas mais quentes acontecem: a competente estreante e o 'celeb problema de Hollywood' demonstram química radiante em várias cenas, não só nas de sexo. 

Longo (cerca de 2h e 44min), a produção exige bastante de seu espectador. O ritmo é lento, e a produção se arrasta bastante em sua metade, abusando de tomadas contemplativas que dispersam um pouco o espectador, mas que compensam por sua bela fotografia, à cargo de Robbie Ryan. Entretanto, o tom denunciatório da produção está sempre presente na narrativa, o que é um impulso a mais para o filme. É sempre impressionante ver o nível de degradação ao qual chegou a sociedade atual, e o terrível efeito que tal degradação causa nos jovens que surgem deste cenário de abandono e desprezo. Preciso confessar que o desfecho me deixou 'a ver navios'... senti falta de uma conclusão satisfatória, principalmente pela força da protagonista, é como se o ciclo não se fechasse. 

Para os cinéfilos inveterados - que se ligam numa boa narrativa, com bela fotografia, dentro de um argumento recheado de detalhes,  eu recomendo sem medo de ser feliz. 






Vale Ver ! 


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