PiTacO do PapO! 'Mulheres do Século XX' - 2017
NOTA 9.0
Por Karina Massud @cinemassud
As décadas passam mas alguns assuntos e tabus continuam super atuais e parecem atormentar a humanidade até o dia do juízo final: aborto, orgasmo feminino, masculinidade, feminismo e relacionamentos.
No belo filme "Toda Forma de Amor" ( "Beginners", 2011), o diretor Mike Mills nos contou a história de seu pai, que depois da viuvez e já na terceira idade se assumiu gay. Agora em "Mulheres do Século 20" ("20th Century Women", 2017), ele vem nos apresentar e homenagear a encantadora figura de sua mãe, seu universo e dilemas.
Annette Bening (ótima atriz que quase sempre vemos em papéis coadjuvantes ) está magnífica como Dorothea, mulher na faixa dos 50 que cria sozinha Jamie (Lucas Jade Zumann), o filho adolescente, na Califórnia no finalzinho dos anos 70, começo dos 80. Ela aluga quartos da sua casa que está sempre meio que caindo aos pedaços e em reforma. Seus relacionamentos foram em sua maioria, efêmeros e ela diz gostar de ficar sozinha, assim como o inquilino/faz-tudo/ficante William (Billy Crudup) que parece ter mel e atrair muitas mulheres com seu jeito hippie e galanteador.
Outra inquilina e amiga é Abbie (Greta Gerwig, excelente atriz da nova geração que está bombando em muitas produções ), fotógrafa punk que venceu um câncer e dá conselhos pra Jamie, o ensina como tratar e conquistar uma mulher e como não ser um babaca ( embora essa palavra ainda não fosse usada na época, o tipo sempre existiu).
O garoto tem em Julie (Elle Fanning) a melhor amiga e paixão platônica, pois eles (literalmente) dormem juntos quase todos os dias e ela nem mesmo o beija, sob o pretexto de que se fizerem sexo a amizade estaria arruinada. Julie nunca teve um orgasmo e tem medo de se envolver com os garotos com quem transa.
Cada personagem narra um pouco da história do outro, do momento em que nasceram e cresceram e como o enxergam: "Meu filho nasceu durante a guerra do Vietnam, muitas drogas, Nixon e tédio." " Quando minha mãe nasceu não havia TV, os telefones eram antigos, os carros eram tristes, mas as pessoas eram reais." Tudo embalado por uma trilha sonora deliciosa que tem Talking Heads, Siouxsie & The Banshees, Iggy Pop, Clash, David Bowie, Louis Armstrong, Devo.
Presidentes, guerras, escândalos políticos, eleições, música, progresso tecnológico. O filme não é apenas um lindo retrato dessas mulheres e de suas gerações, mas o retrato de uma época, seu contexto histórico e cultural.
Sensacional.
Super Vale Ver !
Por Karina Massud @cinemassud
As décadas passam mas alguns assuntos e tabus continuam super atuais e parecem atormentar a humanidade até o dia do juízo final: aborto, orgasmo feminino, masculinidade, feminismo e relacionamentos.
No belo filme "Toda Forma de Amor" ( "Beginners", 2011), o diretor Mike Mills nos contou a história de seu pai, que depois da viuvez e já na terceira idade se assumiu gay. Agora em "Mulheres do Século 20" ("20th Century Women", 2017), ele vem nos apresentar e homenagear a encantadora figura de sua mãe, seu universo e dilemas.
Annette Bening (ótima atriz que quase sempre vemos em papéis coadjuvantes ) está magnífica como Dorothea, mulher na faixa dos 50 que cria sozinha Jamie (Lucas Jade Zumann), o filho adolescente, na Califórnia no finalzinho dos anos 70, começo dos 80. Ela aluga quartos da sua casa que está sempre meio que caindo aos pedaços e em reforma. Seus relacionamentos foram em sua maioria, efêmeros e ela diz gostar de ficar sozinha, assim como o inquilino/faz-tudo/ficante William (Billy Crudup) que parece ter mel e atrair muitas mulheres com seu jeito hippie e galanteador.
Outra inquilina e amiga é Abbie (Greta Gerwig, excelente atriz da nova geração que está bombando em muitas produções ), fotógrafa punk que venceu um câncer e dá conselhos pra Jamie, o ensina como tratar e conquistar uma mulher e como não ser um babaca ( embora essa palavra ainda não fosse usada na época, o tipo sempre existiu).
O garoto tem em Julie (Elle Fanning) a melhor amiga e paixão platônica, pois eles (literalmente) dormem juntos quase todos os dias e ela nem mesmo o beija, sob o pretexto de que se fizerem sexo a amizade estaria arruinada. Julie nunca teve um orgasmo e tem medo de se envolver com os garotos com quem transa.
Cada personagem narra um pouco da história do outro, do momento em que nasceram e cresceram e como o enxergam: "Meu filho nasceu durante a guerra do Vietnam, muitas drogas, Nixon e tédio." " Quando minha mãe nasceu não havia TV, os telefones eram antigos, os carros eram tristes, mas as pessoas eram reais." Tudo embalado por uma trilha sonora deliciosa que tem Talking Heads, Siouxsie & The Banshees, Iggy Pop, Clash, David Bowie, Louis Armstrong, Devo.
Presidentes, guerras, escândalos políticos, eleições, música, progresso tecnológico. O filme não é apenas um lindo retrato dessas mulheres e de suas gerações, mas o retrato de uma época, seu contexto histórico e cultural.
Sensacional.
Super Vale Ver !
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