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PiTacO do PapO! 'The Girl With All The Gifts' - 2016

NOTA 8.0


Por Karina Massud   @cinemassud 




Engana-se quem acha que o gênero "filme de zumbi" se esgotou. Já tivémos zumbis do mal comedores de gente, zumbis bonzinhos como namorado-zumbi, mãe-zumbi e até noiva-zumbi. E agora em "The Girl With All The Gifts" vemos um novo tipo: o semi-zumbi, uma criatura meio humana meio zumbi, pois tem o faro e o apetite dos mortos-vivos e a mente e aparência de um humano vivinho da silva.

A trama se passa na Inglaterra num futuro pós-apocalipse zumbi que não se sabe como ocorreu, e dessa vez eles não são os "walkers" ( caminhantes), são os "hungers" (famintos) que foram infectados por um fungo desconhecido e letal.


A princípio o espectador sofre um impacto ao ver crianças aparentemente inofensivas presas em celas e imobilizadas em cadeiras de rodas para assistir às aulas. Mas logo em seguida se percebe que elas não são crianças comuns, são seres híbridos que viram poderosos comedores de gente quando sentem fome. Sendo por esse motivo, objeto de estudo dos cientistas do exército britânico liderados pela Dra Caroline Caldwell ( Glenn Close, fria, calculista mas emotiva na medida), que lutam pra descobrir uma vacina contra esse fungo e assim salvar o que restou da humanidade.

Em meio a essa turma de híbridos há Melanie (Sennia Nanua em ótima estreia), uma menina que se destaca por aprender mais que as demais e ter carinho pela professora Helen Justineau (Gemma Artenton). Ela pode ser a chave para a cura, mas pra isso tem que ser dissecada. Você sente ternura e pena de Melanie, pois ela não tem culpa de ter nascido infectada e ter virado objeto de estudo; mas também sente repulsa quando aflora sua porção zumbi.

Mas o que é ruim sempre pode piorar:  A base militar/refúgio é tomado pela horda de zumbis e Melanie, Dra Caldwell, Justineau e Sargento Parks tem que sair em busca de outro lugar para se viver. Vão até Londres onde dão de cara com uma tribo de crianças híbridas e também com um laboratório auto-sustentável que os abriga.

O diretor Colm McCarthy (mais conhecido por dirigir séries excelentes como Sherlock, Doctor Who e The Tudors) conseguiu fazer de um filme de horror que poderia facilmente cair na classificação de filme B num bom filme, inteligente , criativo e sem papas na língua , que não deixa brechas para muita esperança, é tudo muito seco, direto e assustador. Há bons momentos de medo e tensão, outros tantos de afeto e muita tristeza, passando a sensação de que realmente estamos no fim do mundo.

O final é melancólico e brutal, porém coerente com o restante da trama. Aos fãs do gênero terror em futuro distópico: vale conferir.





Vale Ver ! 

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