PiTacO do PapO! ' Corra !' - 2017
NOTA 9.5
Por Thayná Prado @cinemanoporão
'Corra' (ou 'Get Out' no original) é um longa genuÃno, com um clima intensamente sombrio e com aquele plot twist de arrepiar.
Chris (Daniel Kaluuya) está prestes a conhecer em um final de semana a famÃlia de sua namorada, Rose (Allison Williams). Por ser negro, ele se preocupa com a reação da famÃlia em saber do relacionamento de ambos. No inÃcio, ele acredita que o comportamento demasiadamente carinhoso por parte da famÃlia, é uma tentativa de lidar com o fato da filha estar namorando um jovem negro, porém com o passar do tempo, Chris percebe ter algo bem errado com a famÃlia e principalmente com os empregados da casa.
Jordan Peele, o diretor e também roteirista, trabalhou em toda a sua carreira escrevendo e dirigindo comédias e conseguiu surpreender em um gênero completamente oposto. Ele provou que a mente de um humorista ligada ao horror atrai resultados provocantes. Peele, se mostrou também um ótimo diretor, logo no começo há um plano sequência incrivelmente estruturado que chama bastante a atenção, e tem uma ligação direta com o final da trama.
O filme é completamente irônico e azedo, a crÃtica social ao racismo é exposta sem o menor pudor. Ele retrata um preconceito mascarado porém bastante existente, principalmente da elite branca que insiste em demonstrar que não há esse fato e tentam incubar o preconceito com métodos superficiais. Um exemplo disso no filme, nos diálogos mostrados, certo personagem elitizado acaba de proferir um comentário racista e logo após se “justifica” dizendo ter votado no Obama, essa sacada foi genial para demonstrar como é latente o racismo nos EUA.
O primeiro ato é habitual: basicamente a apresentação da famÃlia e de cada personagem. Existem até alguns clichês, mas o filme nunca perde a originalidade e nem o ritmo por conta disso.
O segundo ato foi o que mais me interessou no filme, e também o que mais me prendeu. É proposital para criar tensão, provocar quem está assistindo a pensar em teorias de grande mistério e com certeza mexer com o nosso psicológico. A interação de Chris, com os empregados da casa foi algo que me fez arrepiar, os diálogos trocados, olhares e expressões na calada da noite mexeram muito com o meu psicológico e me fizeram lembrar de suspenses clássicos do nosso amado Hitchcock.
São trabalhados elementos de hipnose, que acaba deixando uma pitada de surrealismo embasado em sonho x realidade, que causa muita tensão e nos faz temer a personagem Missy Armitage (Catherine Keener). Uma consideração pessoal: sempre associo essa atriz a algo maquiavélico desde “Um Crime Americano” de 2008.
Destaque para Daniel Kaluuya, que está muito bem no filme e convence totalmente com sua interpretação, a sua indignação misturada com o pavor... o olhar... é algo incrÃvel no filme. Allison Williams também entrega uma interpretação digna e bastante convincente, até demais eu diria (risos), uma surpresa pra mim no filme. Betty Gabriel e Marcus Henderson (Georgina e Walter, os empregados da casa) são para mim o ponto alto do medo e da tensão, o que eles conseguem fazer com pouquÃssimos diálogos e expressões medonhas, é genial.
O ato final é algo inesperado, bizarro e diria também que perverso pela ideia em si executada, e como ela mostra através do horror e das intenções humanas que o racismo ainda é muito presente na sociedade.
Super Vale Ver !
Por Thayná Prado @cinemanoporão
'Corra' (ou 'Get Out' no original) é um longa genuÃno, com um clima intensamente sombrio e com aquele plot twist de arrepiar.
Chris (Daniel Kaluuya) está prestes a conhecer em um final de semana a famÃlia de sua namorada, Rose (Allison Williams). Por ser negro, ele se preocupa com a reação da famÃlia em saber do relacionamento de ambos. No inÃcio, ele acredita que o comportamento demasiadamente carinhoso por parte da famÃlia, é uma tentativa de lidar com o fato da filha estar namorando um jovem negro, porém com o passar do tempo, Chris percebe ter algo bem errado com a famÃlia e principalmente com os empregados da casa.
Jordan Peele, o diretor e também roteirista, trabalhou em toda a sua carreira escrevendo e dirigindo comédias e conseguiu surpreender em um gênero completamente oposto. Ele provou que a mente de um humorista ligada ao horror atrai resultados provocantes. Peele, se mostrou também um ótimo diretor, logo no começo há um plano sequência incrivelmente estruturado que chama bastante a atenção, e tem uma ligação direta com o final da trama.
O filme é completamente irônico e azedo, a crÃtica social ao racismo é exposta sem o menor pudor. Ele retrata um preconceito mascarado porém bastante existente, principalmente da elite branca que insiste em demonstrar que não há esse fato e tentam incubar o preconceito com métodos superficiais. Um exemplo disso no filme, nos diálogos mostrados, certo personagem elitizado acaba de proferir um comentário racista e logo após se “justifica” dizendo ter votado no Obama, essa sacada foi genial para demonstrar como é latente o racismo nos EUA.
O primeiro ato é habitual: basicamente a apresentação da famÃlia e de cada personagem. Existem até alguns clichês, mas o filme nunca perde a originalidade e nem o ritmo por conta disso.
O segundo ato foi o que mais me interessou no filme, e também o que mais me prendeu. É proposital para criar tensão, provocar quem está assistindo a pensar em teorias de grande mistério e com certeza mexer com o nosso psicológico. A interação de Chris, com os empregados da casa foi algo que me fez arrepiar, os diálogos trocados, olhares e expressões na calada da noite mexeram muito com o meu psicológico e me fizeram lembrar de suspenses clássicos do nosso amado Hitchcock.
São trabalhados elementos de hipnose, que acaba deixando uma pitada de surrealismo embasado em sonho x realidade, que causa muita tensão e nos faz temer a personagem Missy Armitage (Catherine Keener). Uma consideração pessoal: sempre associo essa atriz a algo maquiavélico desde “Um Crime Americano” de 2008.
Destaque para Daniel Kaluuya, que está muito bem no filme e convence totalmente com sua interpretação, a sua indignação misturada com o pavor... o olhar... é algo incrÃvel no filme. Allison Williams também entrega uma interpretação digna e bastante convincente, até demais eu diria (risos), uma surpresa pra mim no filme. Betty Gabriel e Marcus Henderson (Georgina e Walter, os empregados da casa) são para mim o ponto alto do medo e da tensão, o que eles conseguem fazer com pouquÃssimos diálogos e expressões medonhas, é genial.
O ato final é algo inesperado, bizarro e diria também que perverso pela ideia em si executada, e como ela mostra através do horror e das intenções humanas que o racismo ainda é muito presente na sociedade.
Super Vale Ver !
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