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Dica do Papo! 'Corra Lola, Corra' - 1998

Nunca antes o cinema alemão havia sido tão vanguardista e inovador , e até hoje depois de quase vinte anos , 'Corra Lola, Corra' continua sendo um marco no sisudo cinema germânico. 


O filme de Tom Tykwer em 1998 lançava atriz Franka Potente,  de perfil forte , assim como seu personagem pedia - a atriz é a cara e a alma de 'Corra Lola, Corra', não que o filme se resuma somente no visual, muito longe de mim pensar isso. O filme foi sim um conjunto de acertos e inovações que resultaram num longa conceitual e moderno até hoje, mesmo tanto tempo depois. O modo como Tykwer conduz a história é eletrizante, e o jeito de filmar, usando em alguns momentos curtos planos sequência e as vez câmeras em punho para deixar tudo desconcertado e inquieto (assim como a personagem título), é uma aula pra muito cineasta por aí. 

Na história, Manni (Moritz Bleibtreu), é uma espécie de coletor de uma quadrilha de contrabandistas, e em uma dessas 'entregas' , ele esquece no metrô uma sacola com 100.000 marcos. Ele só tem 20 minutos para recuperar o dinheiro ou irá confrontar a ira do seu chefe, Ronnie, um perigoso criminoso. Desesperado, Ronni telefona para Lola (Franka Potente), sua namorada, que vê como única solução , para pedir ajuda para seu pai (Herbert Knaup), que é presidente de um grande banco. Assim, Lola corre através das ruas de Berlim, sendo apresentados três possíveis finais da louca corrida de Lola para salvar o namorado.



Ágil, moderno e surpreendente, o filme foi uma das mais felizes produções daquele ano. Com uma estrutura narrativa inventiva, o filme tornou-se sucesso de bilheteria em pouco tempo. De um custo estimado em US$ 2 milhões, 'Corra Lola, Corra' arrecadou US$ 14 milhões apenas na Alemanha. Ocupando míseras cinco salas, embolsou US$ 100 mil no final de semana de estréia nos EUA. Duas semanas depois, já ultrapassava US$ 1 milhão.


A história toda se apresenta ao público em cerca de 20 e poucos minutos, e a sacada de gênio está nos 61 minutos restantes: A saga de Lola é contada três vezes. A cada vez, pequenas diferenças alteram por completo o destino de todos os que cruzam seu caminho. Lola e o namorado possuem três tentativas, três chances distintas. Se fracassam, basta começar tudo de novo.



Num ritmo de videogame, misturando cinema, vídeo e animação, Lola corre. Corre pelas ruas, pela calçada, prédios, enfrentando diversas situações, desviando dos obstáculos. O jovem cineasta foi quem fez o roteiro, produziu e compôs a trilha de música eletrônica. Ele dirigiu anteriormente "Deadly Maria" (1993) e "Winter Sleepers" (1997), recebidos sem muito entusiasmo pelo público. 


'Corra Lola, Corra' é um único filme, mas poderia ser vários. O diretor avança em diversos suportes, além do cinema, como vídeo, música, fotografia e animação. Mas engana-se quem acha que 'Corra, Lola, Corra' se resume unicamente ao incrível nível técnico, a mensagem central acaba sendo muito superior:  a história de Tykwer nos diz sobre recomeços, persistência e esperança. 





Ainda não viu esse clássico do cinema moderno?  
Então faça como a Lola...  Corra! 









'Papo de Cinemateca - Porque Cinema e Diversão é com a Gente Mesmo.'


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