PiTacO do PapO! 'Frantz' - 2017
NOTA 8.7
Por Rogério Machado
Baseado no filme 'Não Matarás', clássico de 1932 de Ernst Lubitsch, 'Frantz', que faz parte da seleção de filmes para o Festival Varilux de Cinema, é mais uma bela adaptação que tem o mestre François Ozon à frente da direção. O francês é hoje um dos grandes nomes do cinema francês que já nos deu pérolas como 'Dentro de Casa' (2012) e ' Jovem e Bela' (2013). Bem, posso ser suspeito pra falar pois tenho um certo 'fraco' para dramas franceses.
Filmado quase todo em preto e branco e passado no começo do século 20, o filme evoca os antigos melodramas da era de ouro do cinema, ao mostrar como a jovem Anna, interpretada por Paula Beer (“O Vale Sombrio”), conhece o tenente francês Adrien (Pierre Niney, de “Yves Saint Laurent”), quando este deixa flores no túmulo de seu noivo, Frantz, falecido durante a Primeira Guerra Mundial. Ao descobrir que os dois eram antigos amigos, Anna leva o francês para conhecer os pais de Frantz, que se encantam com o recém-chegado, forçando sua permanência da vida de todos, mesmo a contragosto da comunidade alemã.
Com impressionantes 11 indicações ao César 2017 (uma espécia de Oscar do cinema francês), 'Frantz' tem uma narrativa mais lenta, mas para os amantes do cinema europeu isso é meio que um ponto à favor, contudo, impressiona a condução de Ozon, que pauta sua história em um clima de mistério que só vai se mostrando aos poucos ao espectador enquanto revela detalhes e doçuras presentes no texto original.
Na montagem e edição, a ideia (que já não é exatamente inédita) de intercalar as cores com o preto e branco de acordo com o sentimento dos personagens em cena, também denota o cuidado da direção em expor de maneira mais clara esse sentimento que se alterna entre amor, tensão e na maioria do tempo (pois estamos falando de um drama) a tristeza. Apesar de soar previsÃvel a princÃpio, o efeito se sustenta, Ozon compreende bem os momentos que o efeito terá papel positivo, nunca soando repetitivo ou desnecessário. Aliás, tal caracterÃstica é tão bem feita, que poderia ser utilizada com um pouco mais de frequência. A fotografia também é de uma beleza indescritÃvel mesmo na ausência das cores.
Mas o que seria de uma boa história sem um elenco que desse vida à altura de seus personagens? Os jovens atores principais Beer e Niney são intérpretes econômicos, que possuem a admirável habilidade de demonstrar sentimentos intensos sem o uso de palavras, desenvolvendo personagens com conflitos pesados, cheios de culpa, arrependimento, tristeza, mentiras, mas ainda assim capazes de atos de ternura e bondade genuÃnas.
Vale Ver !
Por Rogério Machado
Baseado no filme 'Não Matarás', clássico de 1932 de Ernst Lubitsch, 'Frantz', que faz parte da seleção de filmes para o Festival Varilux de Cinema, é mais uma bela adaptação que tem o mestre François Ozon à frente da direção. O francês é hoje um dos grandes nomes do cinema francês que já nos deu pérolas como 'Dentro de Casa' (2012) e ' Jovem e Bela' (2013). Bem, posso ser suspeito pra falar pois tenho um certo 'fraco' para dramas franceses.
Com impressionantes 11 indicações ao César 2017 (uma espécia de Oscar do cinema francês), 'Frantz' tem uma narrativa mais lenta, mas para os amantes do cinema europeu isso é meio que um ponto à favor, contudo, impressiona a condução de Ozon, que pauta sua história em um clima de mistério que só vai se mostrando aos poucos ao espectador enquanto revela detalhes e doçuras presentes no texto original.
Na montagem e edição, a ideia (que já não é exatamente inédita) de intercalar as cores com o preto e branco de acordo com o sentimento dos personagens em cena, também denota o cuidado da direção em expor de maneira mais clara esse sentimento que se alterna entre amor, tensão e na maioria do tempo (pois estamos falando de um drama) a tristeza. Apesar de soar previsÃvel a princÃpio, o efeito se sustenta, Ozon compreende bem os momentos que o efeito terá papel positivo, nunca soando repetitivo ou desnecessário. Aliás, tal caracterÃstica é tão bem feita, que poderia ser utilizada com um pouco mais de frequência. A fotografia também é de uma beleza indescritÃvel mesmo na ausência das cores.
Mas o que seria de uma boa história sem um elenco que desse vida à altura de seus personagens? Os jovens atores principais Beer e Niney são intérpretes econômicos, que possuem a admirável habilidade de demonstrar sentimentos intensos sem o uso de palavras, desenvolvendo personagens com conflitos pesados, cheios de culpa, arrependimento, tristeza, mentiras, mas ainda assim capazes de atos de ternura e bondade genuÃnas.
Vale Ver !
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