PiTacO do PapO! 'Rodin' - 2017
NOTA 7.0
Por Rogério Machado
As mãos de Rodin falavam. O grande escultor de ar introspectivo, parecia não ser muito desenvolto com as palavras ou mesmo a escrita, mas exprimia toda sua sensibilidade com as mãos - seus instrumentos de trabalho que lhe rederam obras que ficarão eternizadas pelos séculos. Com a direção do veterano Jacques Doillon, 'Rodin', a cinebio desse Ãcone da arte francesa, chega aos cinemas do Brasil através do Festival Varilux de Cinema Francês.
A história é retratada à partir dos anos 1880, quando Rodin recebe a encomenda da obra que seria um marco na sua carreira: "Porta do inferno", tema da “Divina comédia”, de Dante. Auguste Rodin (vivido pelo ator Vicent Lindon) já era bastante conhecido, mas nunca havia conseguido nenhuma encomenda do Estado e esta oportunidade chegou exatamente aos quarenta anos de idade. Enquanto trabalha, ao lado da esposa Rose Beuret (Séverine Caneele), apaixona-se pela aluna Camille Claudel (Izïa Higelin), sua aprendiz mais talentosa, que se torna sua amante. Quando este relacionamento escondido acaba, Rodin muda radicalmente a forma de conduzir seus sentimentos, assim como a forma de seus trabalhos.
Quando estreou em Cannes, 'Rodin' provocou um verdadeiro tumulto entre os jornalistas que acusaram o filme de 'velho', entre outras coisas. Parando pra pensar em algumas afirmações, me lembro que durante a exibição, tive alguns 'desconfortos': fora o tempo demasiado da pelÃcula (exatas duas horas de exibição) a produção perde muito tempo mostrando o artista como um sujeito sedutor, que parecia gostar do assédio das mulheres e se aproveitar disso. Por outro lado, com respeito a sua obra, o artista se mostrava fraco e cheio de indecisões, conflitos esses que eram expostos aos amigos também artistas como Paul Cézanne e Claude Monet (em breves aparições no longa).
Se por um lado, a obra encontra um modo interessante de mostrar as facetas do artista e desnudá-lo diante do público , erra feio ao passar do tom e não se concentrar mais na obra do escultor. Os momentos de D.R com a escultora Camille Claudel (outra grande artista que já rendeu duas cinebios só dela), são excessivos e se estendem além do necessário.
Se há um chamariz para o longa de Doillon, esse seria o fantástico Vincent Lindon, que está grandioso em cena e toma pra si toda responsabilidade de estrelar a única cinebiografia do artista até agora, e a faz com minúcias de detalhes e esmero. Mas, que venham outras que retratem melhor o pai da escultura moderna.
Vale Ver !
Por Rogério Machado
As mãos de Rodin falavam. O grande escultor de ar introspectivo, parecia não ser muito desenvolto com as palavras ou mesmo a escrita, mas exprimia toda sua sensibilidade com as mãos - seus instrumentos de trabalho que lhe rederam obras que ficarão eternizadas pelos séculos. Com a direção do veterano Jacques Doillon, 'Rodin', a cinebio desse Ãcone da arte francesa, chega aos cinemas do Brasil através do Festival Varilux de Cinema Francês.
A história é retratada à partir dos anos 1880, quando Rodin recebe a encomenda da obra que seria um marco na sua carreira: "Porta do inferno", tema da “Divina comédia”, de Dante. Auguste Rodin (vivido pelo ator Vicent Lindon) já era bastante conhecido, mas nunca havia conseguido nenhuma encomenda do Estado e esta oportunidade chegou exatamente aos quarenta anos de idade. Enquanto trabalha, ao lado da esposa Rose Beuret (Séverine Caneele), apaixona-se pela aluna Camille Claudel (Izïa Higelin), sua aprendiz mais talentosa, que se torna sua amante. Quando este relacionamento escondido acaba, Rodin muda radicalmente a forma de conduzir seus sentimentos, assim como a forma de seus trabalhos.
Quando estreou em Cannes, 'Rodin' provocou um verdadeiro tumulto entre os jornalistas que acusaram o filme de 'velho', entre outras coisas. Parando pra pensar em algumas afirmações, me lembro que durante a exibição, tive alguns 'desconfortos': fora o tempo demasiado da pelÃcula (exatas duas horas de exibição) a produção perde muito tempo mostrando o artista como um sujeito sedutor, que parecia gostar do assédio das mulheres e se aproveitar disso. Por outro lado, com respeito a sua obra, o artista se mostrava fraco e cheio de indecisões, conflitos esses que eram expostos aos amigos também artistas como Paul Cézanne e Claude Monet (em breves aparições no longa).
Se por um lado, a obra encontra um modo interessante de mostrar as facetas do artista e desnudá-lo diante do público , erra feio ao passar do tom e não se concentrar mais na obra do escultor. Os momentos de D.R com a escultora Camille Claudel (outra grande artista que já rendeu duas cinebios só dela), são excessivos e se estendem além do necessário.
Se há um chamariz para o longa de Doillon, esse seria o fantástico Vincent Lindon, que está grandioso em cena e toma pra si toda responsabilidade de estrelar a única cinebiografia do artista até agora, e a faz com minúcias de detalhes e esmero. Mas, que venham outras que retratem melhor o pai da escultura moderna.
Vale Ver !
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