PiTacO do PapO! 'Z - A Cidade Perdida' - 2017
NOTA 8.0
"Uma jornada orgulhosa.."
Por VinÃcius Martins @cinemarcante
Dizem que há mais mistérios entre os céus e a terra do que podem imaginar as nossas vãs filosofias. O filme 'Z - A Cidade Perdida’ explora um desses mistérios e apresenta, de forma sensÃvel e frágil, a batalha de um homem para revelar esse que poderia ser o último ponto desconhecido na superfÃcie deste mundo.
Faz-se, inicialmente, a construção da ambição de Percy Fawcett (interpretado com maturidade por Charlie Hunnam) e seu sonho em alcançar patentes militares maiores a fim de tirar o nome da famÃlia da lama. Quando surge uma missão importante para mapear uma área sem registro, a ambição fala pelo protagonista e o faz aceitar desbravar o vasto desconhecido nas matas amazônicas. Ocorre, no entanto, que o militar desenvolve uma paixão obsessiva por uma história nativa sobre uma civilização ainda mais antiga que a européia; civilização essa que habitava aquelas matas em uma metrópole altamente desenvolvida para a época em que existiu.
Dessa forma, o filme logo oscila entre o 'moderno’ e o arcaico, mostrando um interessante contraste entre a elegância da sociedade da Europa e a nudez das matas sul americanas. Quem tem algum estudo em História consegue prever o final dessa trama de desbravamento, mas não entra em tédio devido ao bom desenvolvimento do roteiro e de seus personagens.
Por falar em personagens, Robert Pattinson entrega aqui um de seus melhores trabalhos, provando que seu talento vai além de 'simular constipação' como fez em Crepúsculo. Com barba e ferimentos dando-lhe um ar mais maduro, o ator tem uma performance que beira o impecável na pele de Henry Costin, companheiro de expedição de Fawcett. Tom Holland - o Homem-Aranha do universo cinematográfico da Marvel- também faz participação e deixa uma excelente impressão quanto a suas habilidades de atuação. Angus MacFadyen e Sienna Miller também têm papéis marcantes e fortes: o canalha mentiroso e a esposa do explorador, que fica e aguarda seu retorno a cada nova expedição.
A história real de Fawcett é retratada no filme como uma questão de honra, expondo as faces do orgulho que permeia o coração do protagonista e a transformação de suas ambições, que passam a ser maiores do que ele mesmo foi capaz de controlar. Como um todo, o filme é uma caminhada rumo ao desconhecido, ao passado e também, de certa forma e inevitavelmente, ao futuro. Um trabalho glorioso do diretor James Gray que, apesar de não ter tanto público hoje, certamente será uma referência no futuro sobre como levar a ciência da persistência para as telas sem ser ameno.
A história de Z pode parecer irrelevante para o mundo atual, onde todos sabem de tudo a todo o tempo, e não há nada de novo a ser descoberto que o Google já não tenha mostrado. Porém, a história da busca por Z precisava ser contada para nos lembrar de nossa ignorância e de como são fúteis e pequenas as nossas vãs filosofias.
Vale Ver !
"Uma jornada orgulhosa.."
Por VinÃcius Martins @cinemarcante
Dizem que há mais mistérios entre os céus e a terra do que podem imaginar as nossas vãs filosofias. O filme 'Z - A Cidade Perdida’ explora um desses mistérios e apresenta, de forma sensÃvel e frágil, a batalha de um homem para revelar esse que poderia ser o último ponto desconhecido na superfÃcie deste mundo.
Faz-se, inicialmente, a construção da ambição de Percy Fawcett (interpretado com maturidade por Charlie Hunnam) e seu sonho em alcançar patentes militares maiores a fim de tirar o nome da famÃlia da lama. Quando surge uma missão importante para mapear uma área sem registro, a ambição fala pelo protagonista e o faz aceitar desbravar o vasto desconhecido nas matas amazônicas. Ocorre, no entanto, que o militar desenvolve uma paixão obsessiva por uma história nativa sobre uma civilização ainda mais antiga que a européia; civilização essa que habitava aquelas matas em uma metrópole altamente desenvolvida para a época em que existiu.
Dessa forma, o filme logo oscila entre o 'moderno’ e o arcaico, mostrando um interessante contraste entre a elegância da sociedade da Europa e a nudez das matas sul americanas. Quem tem algum estudo em História consegue prever o final dessa trama de desbravamento, mas não entra em tédio devido ao bom desenvolvimento do roteiro e de seus personagens.
Por falar em personagens, Robert Pattinson entrega aqui um de seus melhores trabalhos, provando que seu talento vai além de 'simular constipação' como fez em Crepúsculo. Com barba e ferimentos dando-lhe um ar mais maduro, o ator tem uma performance que beira o impecável na pele de Henry Costin, companheiro de expedição de Fawcett. Tom Holland - o Homem-Aranha do universo cinematográfico da Marvel- também faz participação e deixa uma excelente impressão quanto a suas habilidades de atuação. Angus MacFadyen e Sienna Miller também têm papéis marcantes e fortes: o canalha mentiroso e a esposa do explorador, que fica e aguarda seu retorno a cada nova expedição.
A história real de Fawcett é retratada no filme como uma questão de honra, expondo as faces do orgulho que permeia o coração do protagonista e a transformação de suas ambições, que passam a ser maiores do que ele mesmo foi capaz de controlar. Como um todo, o filme é uma caminhada rumo ao desconhecido, ao passado e também, de certa forma e inevitavelmente, ao futuro. Um trabalho glorioso do diretor James Gray que, apesar de não ter tanto público hoje, certamente será uma referência no futuro sobre como levar a ciência da persistência para as telas sem ser ameno.
A história de Z pode parecer irrelevante para o mundo atual, onde todos sabem de tudo a todo o tempo, e não há nada de novo a ser descoberto que o Google já não tenha mostrado. Porém, a história da busca por Z precisava ser contada para nos lembrar de nossa ignorância e de como são fúteis e pequenas as nossas vãs filosofias.
Vale Ver !
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