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PiTacO do PapO! 'O Zoológico de Varsóvia' - 2017

NOTA 8.0


Por Karina Massud  @cinemassud 



Quantos não foram os heróis da 2ª Guerra Mundial que salvaram muitas vidas escondendo e ajudando judeus a fugir dos horrores dos campos de concentração. Em “O Zoológico de Varsóvia” (The Zookeeper´s Wife), filme adaptado do romance de mesmo nome de 2007 de Diane Ackerman, seremos apresentados à mais um belo drama de guerra desconhecido pelo grande público.

Antonina Zabinski (Jessica Chastain) e seu marido Jan (Johan Heldenbergh) são os donos/administradores do zôo de Varsóvia. Antonina é como uma encantadora de animais (dom esse que poderia ter sido mais explorado na trama), ela, o marido e o filho vivem felizes com a bicharada. Quando a Alemanha invade a Polônia boa parte do zôo é tristemente bombardeada, os animais que não morrem com as bombas são mortos pelos nazistas, sob o pretexto de que não sobreviveriam ao inverno. Tudo o que era cheio de vida e cor se transforma num cemitério cinzento.

O ofical Lutz Heck (Daniel Bruhl), chefe nazista e dito geneticista, quer fazer renascer um animal já extinto (um tipo de bisão) e usar o local para isso. O casal então propõe a ele que o zôo seja também transformado numa fazenda de porcos para alimentar os oficiais nazistas. E para alimentar esses porcos eles vão pegar restos de comida no gueto de Varsóvia.


Ao ver o sofrimento do povo judeu, eles têm a ideia de abrigar fugitivos nas jaulas de animais que estão vagas no porão, levando-os até lá escondidos no caminhão de lavagem. Essas idas e vindas do gueto são momentos que poderiam ter mais tensão e deixar o espectador roendo as unhas grudado na poltrona.

Há cenas bem sofridas pra quem ama animais. Mais do que as que massacram pessoas pelo simples fato de serem judias, cenas essas que não são mostradas no filme, deixando um filme de Holocausto desprovido do horror nazista e do sofrimento semita. Trechos fortes como a do estupro de uma adolescente judia por nazistas e dos judeus sendo levados para a câmara de gás foram apenas subentendidas e suavizadas.

O elenco é excelente: as ótimas atuações de Jessica, Johan e Daniel salvam a falta de profundidade do roteiro, que poderia ter contado melhor as histórias de vida (certamente interessantes) das pessoas que foram salvas, dos testes genéticos do militar e do período em que Jan fica ferido e sumido por anos depois de uma batalha.

Não chega a ter a intensidade e impacto de “A Lista de Schindler”, é um filme mais delicado mas não menos bonito e emocionante, que vale a pena assistir só pelo fato de ser uma história real que salvou vidas inocentes, e do zoológico de Varsóvia, que está em atividade até os dias de hoje.



Vale Ver ! 

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