PiTacO do PapO! 'João : O Maestro' - 2017
NOTA 8.0
Obsessão: segundo o dicionário , uma das definições mais próximas da palavra seria algo como uma perseguição diabólica. Nada mais peculiar para traduzir o que foi a vida de alguém como o maestro João Carlos Martins. A música não definiu somente a carreira do músico, mas também regeu sua vida. 'João: O Maestro' é a cinebiografia de um dos nomes mais influentes na música clássica brasileira, considerado o especialista em Bach no Brasil, tendo gravado sua obra completa.
João Carlos Martins (vivido aqui pelos atores Rodrigo Pandolfo na fase jovem e Alexandre Nero na adulta) era uma criança com sérios problemas de saúde. Por conta disso, teve uma infância reclusa. Mas num desses dias abençoados , o piano entrou na vida de João. A partir daí, surge um garoto obstinado, que, em poucos anos, se transforma em uma das maiores promessas da musica erudita mundial.
No momento que passa a ser reconhecido pela comunidade artística internacional, João sofre um acidente que afeta um nervo de seu braço e interrompe sua carreira. João não desiste e volta a tocar, mas a paralisia da mão piora e o impede de continuar. Dessa forma ele encerra sua carreira e vai se envolver com a política, onde é acusado de fraude fiscal. Quando tudo parecia estar perdido, João resolve retomar sua carreira musical e faz um enorme sucesso. Mas, por ironia do destino, João é agredido durante um assalto e sofre lesão cerebral que afeta todo seu lado direito. As dores são insuportáveis e os médicos decidem cortar o nervo da sua mão direita. Usando apenas a mão esquerda, ele realiza inúmeros concertos pelo mundo, o que causa sobrecarga na sua mão e resulta em um câncer. Sem desistir da sua paixão pela música, todos os intemperes só farão com que ele tenha que se reinventar - dificuldades essas que o levariam a se tornar um dos mais renomados maestros em solo brasileiro.
A narrativa conduzida de maneira não linear é até envolvente, mas a direção de Mauro Lima (de 'Tim Maia' - 2014) é um tanto quanto engessada, concentrando muito tempo em assuntos e curiosidades de pouca relevância e deixando a segunda parte (à cargo de Nero) relativamente espremida e com a famosa sensação do 'à toque de caixa' - o que pra mim acaba sendo um equívoco, já que o período que poderia render boas sequências em se tratando de uma cinebio, seriam mesmo as realizações do nosso mestre na fase adulta. Não que ele não tenha obtido grandes êxitos que não mereçam ser contados quando jovem, muito pelo contrário, são inúmeros, mas tudo era questão de saber usá-los no primeiro ato.
Mesmo diante de alguns deslizes, 'João: O Maestro' merece consideração por dois motivos: um, porque no cinema brasileiro, não costumamos ver muitas produções desse tipo - cinebios são raras - e dois, porque acredito que muito mais do que um filme, a produção seja uma grande e justa homenagem em vida à esse inexorável artista brasileiro - que fez da arte sua obsessão, e da sua obsessão sua arte, porém com um detalhe imprescindível: o amor.
Vale Ver !
Obsessão: segundo o dicionário , uma das definições mais próximas da palavra seria algo como uma perseguição diabólica. Nada mais peculiar para traduzir o que foi a vida de alguém como o maestro João Carlos Martins. A música não definiu somente a carreira do músico, mas também regeu sua vida. 'João: O Maestro' é a cinebiografia de um dos nomes mais influentes na música clássica brasileira, considerado o especialista em Bach no Brasil, tendo gravado sua obra completa.
No momento que passa a ser reconhecido pela comunidade artística internacional, João sofre um acidente que afeta um nervo de seu braço e interrompe sua carreira. João não desiste e volta a tocar, mas a paralisia da mão piora e o impede de continuar. Dessa forma ele encerra sua carreira e vai se envolver com a política, onde é acusado de fraude fiscal. Quando tudo parecia estar perdido, João resolve retomar sua carreira musical e faz um enorme sucesso. Mas, por ironia do destino, João é agredido durante um assalto e sofre lesão cerebral que afeta todo seu lado direito. As dores são insuportáveis e os médicos decidem cortar o nervo da sua mão direita. Usando apenas a mão esquerda, ele realiza inúmeros concertos pelo mundo, o que causa sobrecarga na sua mão e resulta em um câncer. Sem desistir da sua paixão pela música, todos os intemperes só farão com que ele tenha que se reinventar - dificuldades essas que o levariam a se tornar um dos mais renomados maestros em solo brasileiro.
A narrativa conduzida de maneira não linear é até envolvente, mas a direção de Mauro Lima (de 'Tim Maia' - 2014) é um tanto quanto engessada, concentrando muito tempo em assuntos e curiosidades de pouca relevância e deixando a segunda parte (à cargo de Nero) relativamente espremida e com a famosa sensação do 'à toque de caixa' - o que pra mim acaba sendo um equívoco, já que o período que poderia render boas sequências em se tratando de uma cinebio, seriam mesmo as realizações do nosso mestre na fase adulta. Não que ele não tenha obtido grandes êxitos que não mereçam ser contados quando jovem, muito pelo contrário, são inúmeros, mas tudo era questão de saber usá-los no primeiro ato.
Mesmo diante de alguns deslizes, 'João: O Maestro' merece consideração por dois motivos: um, porque no cinema brasileiro, não costumamos ver muitas produções desse tipo - cinebios são raras - e dois, porque acredito que muito mais do que um filme, a produção seja uma grande e justa homenagem em vida à esse inexorável artista brasileiro - que fez da arte sua obsessão, e da sua obsessão sua arte, porém com um detalhe imprescindível: o amor.
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