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PiTacO do PapO! 'Lady MacBeth' - 2017

NOTA 9.0

Por Karina Massud  @cinemassud 


Um drama de submissão, manipulação, sexo, ódio e vingança. E acima de tudo um ótimo suspense psicológico que deixa o espectador tenso esperando pela próxima tramóia pérfida.

'Lady MacBeth' , que está em cartaz nos cinemas, é baseado na peça de 1865 “Lady MacBeth of Mtsensk”, do escritor russo Nicolai Leskov ( essa, por sua vez, inspirada em Lady MacBeth de Shakepeare ), a trama de estréia do diretor britânico William Oldroyd conta a história de Katherine, uma jovem na Inglaterra do século 19 que foi vendida por sua família para ser esposa de um grosseiro filho de minerador rico.

Ela vive presa dentro de casa e não pode nem sair no jardim, apenas contemplá-lo da janela, nem sorrir lhe é permitido. A casa é sombria, não há um livro, um enfeite ou uma cor ( a única cor em cena vem do vestido de Katherine). E pra piorar o marido não consuma o casamento, eles nunca fazem sexo e ela vive num tédio profundo, dorme até sentada, mesmo apertadíssima dentro de espartilhos e armações de saia. A repressão vem de todos os lados: do marido, do sogro e até da escrava.


Anna, a escrava que mal fala, a maltrata como pode: esfregando-a no banho até machucar sua pele e penteando seu cabelo com rispidez. Ambas mulheres reprimidas, cada uma em seu meio social, mas no entanto desunidas pela rivalidade da diferença de classes, há uma guerra velada entre elas.

Até que um dia, com a ausência prolongada do marido, Katherine resolve tomar as rédeas de sua vida e começa a ter um caso com um empregado da fazenda. É a partir daí que começam as maledicências ( “originadas de onde?”, nos perguntamos) e intrigas.

Florence Pugh interpreta com brilhantismo a inicialmente noiva/inocente vendida pelo pai, que aos poucos vai se transformando numa mulher fortíssima, beirando a psicopatia, que não titubeia em se livrar dos obstáculos que atrapalham seus planos. Suas emoções são sutis mas ao mesmo tempo visíveis e marcantes.

Seria ela vítima ou vilã? Tudo que passou não basta como justificativa pelos seus atos? Katherine começa fazendo tudo o que faz por amor, mas depois vemos que faz apenas pra conseguir a liberdade absoluta e o poder sobre sua própria vida.

Visualmente o filme é lindo, tomadas da planície, da floresta e da enorme casa onde a protagonista é prisioneira, a maioria das cenas sem fundo musical. Tudo muito austero e sóbrio, assim como a narrativa, que parece ser lenta mas que guarda na tensão psicológica dos personagens sua ação. O final é chocante mas sem dúvida perfeito pro fechamento da trama.



Super Vale Ver ! 

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