PiTacO do PapO! 'A Torre Negra' - 2017 / Crítica 2
NOTA 6.0
Quando o estúdio esqueceu o rosto de seu pai...
Por Vinícius Martins @cinemarcante
Lembro-me que quando o remake de 'Godzilla' estreou, em maio de 2014, muita gente reclamou porque o monstro protagonista quase não apareceu. Lembro-me também que no final do ano anterior, em setembro de 2013, chegou aos cinemas a adaptação da saga literária de Cassandra Claire, sob o título 'Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos', onde a cidade prometida no nome da obra apareceu em miseráveis cinco minutos, no meio da trama, e depois foi esquecida por todo mundo.
A essa altura você deve estar se perguntando o que raios 'A Torre Negra' tem a ver com esses filmes, mas isso já será explicado (calma, gafanhoto). Godzilla, em seu filme, é visto em apenas pouco mais de dez minutos em seu tempo total de tela; entretanto, a ameaça emergente de sua presença é sentida constantemente. Em 'Os Instrumentos Mortais' os protagonistas vão até a tal cidade de forma quase caprichosa, em uma visita que pouco acrescentou à trama e que não faz justiça ao mérito do título. Já 'A Torre Negra', que adapta a série literária do majestoso Stephen King, o que se vê é um meio termo entre os dois filmes citados acima. A torre do título tem lá a sua importância, mas por ser mal explorada e por conta do ritmo atropelado da trama, acaba perdendo o sentido de ser o que origina o título do filme. Ninguém vai até a torre, e ela mal é vista na uma hora e meia que o filme dura.
Sendo assim, fica a pergunta: qual é o real propósito da existência dela e por que é tão importante protege-la? O filme, é claro, responde com palavras essas e outras questões; porém, o que é frustrante nessa adaptação é que o longa não convence, com essas palavras explicativas, de que a ameaça é algo a se preocupar, algo que mereça o esquentar da cuca do público e que represente a urgência perigosa que pede um filme assim. Resumindo, faltou cativar. Não dá pra se importar com a torre ou se ela fica de pé ou cai - na verdade quase que se torce para que ela caia de vez para que, quem sabe assim, o filme tenha um pouco mais de ação. Não é bem desenvolvida a história dos pistoleiros e nem fica explicado o propósito do MIB (o Homem de Preto, interpretado com um esforço sobre humano por Matthew McConaughey em cima de um roteiro que não colabora) e de seus capangas monstruosos mascarados.
Apesar do bom desenvolvimento no primeiro ato e da entrega visível na atuação de Idris Elba, o filme se torna irrelevantemente enfadonho e desnecessário, salvo apenas pelas rápidas cenas de ação envolvendo o pistoleiro Roland e por uma piada velha envolvendo um cachorro-quente. A sensação que fica ao ver 'A Torre Negra' é que ele foi feito especificamente para os fãs (assim como Warcraft, em 2016), que parece que serão os únicos capazes de entender as nuances e linhas ocultas que estão no emaranhado do roteiro. Se bem que, provavelmente, é em provável que muitos leitores sairão também decepcionados do cinema.
O problema não é a torre ser o Godzilla e quase não aparecer, e sim o fato de que ela, apesar de ser o ponto mais importante entre as 'multidimensões' que nos cercam, ainda ser tão inútil quanto um poste.
Vale Ver, Mas Nem Tanto !
Quando o estúdio esqueceu o rosto de seu pai...
Por Vinícius Martins @cinemarcante
Lembro-me que quando o remake de 'Godzilla' estreou, em maio de 2014, muita gente reclamou porque o monstro protagonista quase não apareceu. Lembro-me também que no final do ano anterior, em setembro de 2013, chegou aos cinemas a adaptação da saga literária de Cassandra Claire, sob o título 'Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos', onde a cidade prometida no nome da obra apareceu em miseráveis cinco minutos, no meio da trama, e depois foi esquecida por todo mundo.
A essa altura você deve estar se perguntando o que raios 'A Torre Negra' tem a ver com esses filmes, mas isso já será explicado (calma, gafanhoto). Godzilla, em seu filme, é visto em apenas pouco mais de dez minutos em seu tempo total de tela; entretanto, a ameaça emergente de sua presença é sentida constantemente. Em 'Os Instrumentos Mortais' os protagonistas vão até a tal cidade de forma quase caprichosa, em uma visita que pouco acrescentou à trama e que não faz justiça ao mérito do título. Já 'A Torre Negra', que adapta a série literária do majestoso Stephen King, o que se vê é um meio termo entre os dois filmes citados acima. A torre do título tem lá a sua importância, mas por ser mal explorada e por conta do ritmo atropelado da trama, acaba perdendo o sentido de ser o que origina o título do filme. Ninguém vai até a torre, e ela mal é vista na uma hora e meia que o filme dura.
Sendo assim, fica a pergunta: qual é o real propósito da existência dela e por que é tão importante protege-la? O filme, é claro, responde com palavras essas e outras questões; porém, o que é frustrante nessa adaptação é que o longa não convence, com essas palavras explicativas, de que a ameaça é algo a se preocupar, algo que mereça o esquentar da cuca do público e que represente a urgência perigosa que pede um filme assim. Resumindo, faltou cativar. Não dá pra se importar com a torre ou se ela fica de pé ou cai - na verdade quase que se torce para que ela caia de vez para que, quem sabe assim, o filme tenha um pouco mais de ação. Não é bem desenvolvida a história dos pistoleiros e nem fica explicado o propósito do MIB (o Homem de Preto, interpretado com um esforço sobre humano por Matthew McConaughey em cima de um roteiro que não colabora) e de seus capangas monstruosos mascarados.
Apesar do bom desenvolvimento no primeiro ato e da entrega visível na atuação de Idris Elba, o filme se torna irrelevantemente enfadonho e desnecessário, salvo apenas pelas rápidas cenas de ação envolvendo o pistoleiro Roland e por uma piada velha envolvendo um cachorro-quente. A sensação que fica ao ver 'A Torre Negra' é que ele foi feito especificamente para os fãs (assim como Warcraft, em 2016), que parece que serão os únicos capazes de entender as nuances e linhas ocultas que estão no emaranhado do roteiro. Se bem que, provavelmente, é em provável que muitos leitores sairão também decepcionados do cinema.
O problema não é a torre ser o Godzilla e quase não aparecer, e sim o fato de que ela, apesar de ser o ponto mais importante entre as 'multidimensões' que nos cercam, ainda ser tão inútil quanto um poste.
Vale Ver, Mas Nem Tanto !
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