PiTacO do PapO! 'Música da Alma' - 2016
NOTA 8.0
Por Bruno Santos
Olha eu aqui tentando tirar o atraso das minhas participações no blog com uma dica de um filme delicioso que assisti recentemente na Netflix: “Música da alma” (“The Sapphires”, no original), é um filme australiano lançado em 2012 que não teve muito destaque na divulgação da plataforma de streaming, eu mesmo nunca tinha ouvido falar dele no catálogo até alguns meses, mas a sinopse me chamou atenção, pois musicais e variedades sobre grupos étnicos, são temas muito caros à mim. É uma mistura de “Dream Girls” com “The Commitments” então, quem é fã de filmes de música, tem tudo pra gostar da produção.
O longa mostra a história, – inspirada em fatos reais -, de um girl group formado por aborígenes nos anos 60 que deixou a Austrália para fazer shows para as tropas norte-americanas no Vietnã. “The Sapphires” joga luz em um povo cuja história nós brasileiros pouco conhecemos, a dos aborígenes, que vivem uma situação muito parecida com a dos índios brasileiros. O roteiro toca na ferida da chamada ”geração roubada” – como são chamadas as vítimas de uma política governamental de aculturação forçada de aborígenes que começou com o século XX e continuou até a década de 60.
Tidos oficialmente como “parte da fauna e flora” da Austrália até não muito tempo atrás, somente a partir de 1967 os aborígenes foram considerados cidadãos australianos. Depois de terem quase sido dizimados com o respaldo de leis pavorosas, os poucos que restaram sofrem muito preconceito na sociedade local até hoje e lutam por maior representatividade na política, na mídia e na cultura.
Isso é bem alcançado em “The Sapphires”, pois o diretor, Wayne Blair, discursa o tema com propriedade, já que o próprio é de origem aborígene. O roteiro é de Keith Thompson e Tony Briggs, autor do musical de teatro de 2004 que inspirou o filme. Tony é filho de uma das Sapphires originais. As Sapphires são representadas por atrizes dessa etnia: Deborah Mailman (Gail), Miranda Tapsell (Cynthia), Shari Sebbens (Kay) e Jessica Mauboy (Julie), que além de atriz é uma popstar surgida no “Australian Idol”. Os resultados do longa foram ótimos: o longa foi ovacionado por 10 minutos no Festival de Cannes em 2012 e tornou-se um dos filmes de maior bilheteria na Austrália recentemente.
O sucesso do filme atraiu o interesse pelas Sapphires reais: na verdade somente duas, as irmãs Lois Peeler e Laurel Robinson, foram ao Vietnã. Suas duas primas, Beverley Briggs e Naomi Mayers, permaneceram na Austrália. Todas estão vivas e atuantes nas áreas de Saúde e Educação, e atualmente batalham para recuperar parte de sua história musical.
Não deixe “Música da Alma/The Sapphires” passar batido por você na imensidão de títulos da Netflix. É um filme que certamente vai fazer seu dia mais feliz.
Vale Ver !
Por Bruno Santos
Olha eu aqui tentando tirar o atraso das minhas participações no blog com uma dica de um filme delicioso que assisti recentemente na Netflix: “Música da alma” (“The Sapphires”, no original), é um filme australiano lançado em 2012 que não teve muito destaque na divulgação da plataforma de streaming, eu mesmo nunca tinha ouvido falar dele no catálogo até alguns meses, mas a sinopse me chamou atenção, pois musicais e variedades sobre grupos étnicos, são temas muito caros à mim. É uma mistura de “Dream Girls” com “The Commitments” então, quem é fã de filmes de música, tem tudo pra gostar da produção.
O longa mostra a história, – inspirada em fatos reais -, de um girl group formado por aborígenes nos anos 60 que deixou a Austrália para fazer shows para as tropas norte-americanas no Vietnã. “The Sapphires” joga luz em um povo cuja história nós brasileiros pouco conhecemos, a dos aborígenes, que vivem uma situação muito parecida com a dos índios brasileiros. O roteiro toca na ferida da chamada ”geração roubada” – como são chamadas as vítimas de uma política governamental de aculturação forçada de aborígenes que começou com o século XX e continuou até a década de 60.
Tidos oficialmente como “parte da fauna e flora” da Austrália até não muito tempo atrás, somente a partir de 1967 os aborígenes foram considerados cidadãos australianos. Depois de terem quase sido dizimados com o respaldo de leis pavorosas, os poucos que restaram sofrem muito preconceito na sociedade local até hoje e lutam por maior representatividade na política, na mídia e na cultura.
Isso é bem alcançado em “The Sapphires”, pois o diretor, Wayne Blair, discursa o tema com propriedade, já que o próprio é de origem aborígene. O roteiro é de Keith Thompson e Tony Briggs, autor do musical de teatro de 2004 que inspirou o filme. Tony é filho de uma das Sapphires originais. As Sapphires são representadas por atrizes dessa etnia: Deborah Mailman (Gail), Miranda Tapsell (Cynthia), Shari Sebbens (Kay) e Jessica Mauboy (Julie), que além de atriz é uma popstar surgida no “Australian Idol”. Os resultados do longa foram ótimos: o longa foi ovacionado por 10 minutos no Festival de Cannes em 2012 e tornou-se um dos filmes de maior bilheteria na Austrália recentemente.
O sucesso do filme atraiu o interesse pelas Sapphires reais: na verdade somente duas, as irmãs Lois Peeler e Laurel Robinson, foram ao Vietnã. Suas duas primas, Beverley Briggs e Naomi Mayers, permaneceram na Austrália. Todas estão vivas e atuantes nas áreas de Saúde e Educação, e atualmente batalham para recuperar parte de sua história musical.
Não deixe “Música da Alma/The Sapphires” passar batido por você na imensidão de títulos da Netflix. É um filme que certamente vai fazer seu dia mais feliz.
Vale Ver !
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