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PiTacO do PapO! 'Onde Está Segunda?' - 2017

NOTA 8.0


Por Karina Massud @cinemassud 



A humanidade não está muito longe de um futuro aflitivo e desesperador: super população, pouca comida, pouco espaço e muitos fatores catastróficos causados pelo próprio homem. Essa premissa é o fio condutor de 'Onde Está Segunda?', nova super produção Netflix.

Ano de 2073, o mundo não tem mais recursos pra tanta gente. O governo então impõe a lei do “Filho Único”: as famílias só podem ter um filho, se tiverem mais eles serão enviados para criogenia (congelamento), até que haja um mundo melhor, mais recursos ou então outro planeta seja colonizado. A realidade não é muito diferente, já que, exceto pela criogenia, na China vigora a mesma lei (a punição é não ter direito aos benefícios governamentais).


Terrence Settman (William Dafoe), para fugir à lei, decide esconder as netas sétuplas e criá-las como se fossem uma só pessoa perante o mundo: Karen Settman, a mãe das meninas. Elas recebem os nomes dos dias da semana, e a cada uma é permitido sair de casa no dia correspondente.


Noomi Rappace ( de “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” e “Prometheus”), interpreta com maestria as 7 irmãs gêmeas , umas de forma melhor que outras, mas convenhamos, tantos personagens em uma só trama é tarefa hercúlea. 

Cada irmã tem uma personalidade bem distinta da outra, com forças e fraquezas: a cyber nerd, a executiva bem sucedida, a esportiva, a descolada que bebe e se droga (mas no entanto é virgem).

Elas vivem crises de identidade e uma certa revolta eternas, pois todos os dias tem de se transformar em Karen Settman para sair para o mundo, impedidas de ser quem realmente são. Certa noite Segunda (a executiva de um grande banco) não volta para casa, e suas irmãs saem para descobrir o que aconteceu com ela.

Glenn Close é Nicolette Cayman, chefe da Agência de Alocação Infantil e inventora da criogenia para as crianças nascidas sem permissão. Ela é fria e não titubeia em eliminar quem ameça sua reputação e planos, se as sétuplas vierem à público acabariam com sua carreira e ambições. Talvez por um singelo minuto tenha sentido uma pontinha de remorso: “ As crianças não sofrem, é pro bem delas” (olhando as crianças cativas antes do processo de congelamento). Poderia ter sido mais maquiavélica e dado mais peso à vilã.

O diretor Tommy Wirkola (de “Zumbis na Neve” e “João e Maria”) colocou todos os elementos para um filme de ação alucinante: fugas, tiroteios, lutas, olhos arrancados, dedos cortados sem dó nem piedade e crianças sacrificadas em nome do bem-estar coletivo. Há também o drama familiar, cumplicidade e conflitos entre as irmãs. O roteiro é fraco mas a direção e a interpretação da protagonista compensam.

O filme tem uma pegada “Blade Runner” vs “ Black Mirror”, mundo distópico, pessoas monitoradas pelo governo, cidade super povoada, chuva incessante, e a caça não por androides, mas por crianças que não sejam filhas únicas.

A trama vai crescendo em ação e mistério até revelar seus segredos, mas culmina num anticlímax, o final poderia ter sido menos óbvio e mais impactante. Mesmo assim é uma produção que vale conferir.




Vale Ver !

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