PiTacO do PapO! 'Planeta dos Macacos : A Gerra' - 2017
NOTA 10
A beleza da tragédia
Por VinÃcius Martins @cinemarcante
O primeiro filme da série 'Planeta dos Macacos' tem um dos finais mais brilhantes de todos os tempos. O clássico é uma mistura perfeita entre ação, ficção cientÃfica e suspense, e a inesquecÃvel reviravolta do final da história é uma das coisas mais geniais do cinema mundial. Por ter toda essa áurea de soberania e por ser portador de uma legião de fãs, houve um torcer de nariz generalizado quando a Fox anunciou que um de seus principais lançamentos para o ano de 2011 seria um filme de origem acerca da mitologia já estabelecida dos primatas futuristas. O resultado dessa ideia, porém, foi surpreendentemente bom.
A jornada de César, o chimpanzé que é interpretado com maestria por Andy Serkis (que dominou a técnica de captura de movimentos desde sua atuação como Gollum em 'O Senhor dos Anéis' e se tornou referência no mercado), ganhou uma sequência em 2014 apresentando uma abordagem mais agressiva e igualmente mais humana para os sÃmios, evidenciando os conflitos que enfrentavam com o novo mundo ao seu redor e também entre si. E agora, seis anos depois de trazer de volta a famosa franquia distópica, chega aos cinemas a conclusão de uma trilogia já épica.
'Planeta dos Macacos: A Guerra' é um monstro em sua mais pura essência. A delicadeza com que o diretor Matt Reeves conduz o desenvolvimento deste clÃmax (já que, basicamente, 'A Guerra' é um terceiro ato se visto em conjunto com 'A Origem' e 'O Confronto') é destruidora, em todos os sentidos. Atos de desesperança e fúria enchem a tela com a urgência de um inevitável "fim do mundo", e as ações de todos os personagens é plausÃvel e fácil de entender, mesmo em suas mais primitivas motivações: sobreviver. Não há vilões nesse novo capÃtulo de 'Planeta dos Macacos'; o que há na verdade são homens (e quando digo homens me refiro também aos macacos) lutando para manter aquilo que acreditam, se dispondo a fazer o que precisar para defender os seus iguais. No fim, são todos sobreviventes de forças maiores que eles mesmos e reféns de sua própria existência.
Entretanto, em meio ao caos existe também espaço para o humor, e o alÃvio cômico da vez se faz na faceta mais hilariante de Steve Zahn em seu excelente Macaco Mau. O elenco inteiro é, na verdade, um enorme acerto. Desde a escolha de Woody Harrelson como o opositor de César, até o figurante mÃnimo que nas gravações ficou pagando mico (ba-dum-tisss) naquela roupinha especial para digitalizar os movimentos, o filme se fez uma obra de arte em atuação e um passo enorme em tecnologia cinematográfica. As pequenas variações na expressão intensa de César é vista na tela de forma orgânica e "palpável", com uma textura capaz de fazer até os olhos mais apurados crerem que aqueles são macacos de verdade.
Reeves conseguiu colocar em duas horas e vinte toda a fragilidade de questionar a si mesmo e a sua humanidade. Seja com o explorar da relação paterna de César e suas variantes ou no gesto simples (porém marcante) de colocar uma flor junto à orelha, os aspectos de interação são aqui nobres demonstrações de humanidade em meio a tragédia de estar próximo de seu próprio fim. Vale citar a participação de um dos melhores atores dessa geração, Toby Kebbell, que retorna para encarnar o fantasma de Koba e deixa aquela vontade de ver mais da figura que assombra o herói primata.
Encerrando, deve-se ressaltar que mesmo sabendo do final (pra quem assistiu aos filmes clássicos ou até mesmo ao remake meia-boca de Tim Burton), a jornada compensa. A fotografia, com sua lente nervosa alternando o foco sempre a fim de revelar algo novo, é digna de Oscar e trabalha muito bem anexa à ferramenta do 3D, e o roteiro surpreende no fim por mudar de forma sutil um ponto estabelecido décadas atrás. E assim, a produção é um belÃssimo retrato de que, à s vezes, é somente através da guerra que se obtém a desejada paz. Ave, César!
Super Vale Ver !
A beleza da tragédia
Por VinÃcius Martins @cinemarcante
O primeiro filme da série 'Planeta dos Macacos' tem um dos finais mais brilhantes de todos os tempos. O clássico é uma mistura perfeita entre ação, ficção cientÃfica e suspense, e a inesquecÃvel reviravolta do final da história é uma das coisas mais geniais do cinema mundial. Por ter toda essa áurea de soberania e por ser portador de uma legião de fãs, houve um torcer de nariz generalizado quando a Fox anunciou que um de seus principais lançamentos para o ano de 2011 seria um filme de origem acerca da mitologia já estabelecida dos primatas futuristas. O resultado dessa ideia, porém, foi surpreendentemente bom.
A jornada de César, o chimpanzé que é interpretado com maestria por Andy Serkis (que dominou a técnica de captura de movimentos desde sua atuação como Gollum em 'O Senhor dos Anéis' e se tornou referência no mercado), ganhou uma sequência em 2014 apresentando uma abordagem mais agressiva e igualmente mais humana para os sÃmios, evidenciando os conflitos que enfrentavam com o novo mundo ao seu redor e também entre si. E agora, seis anos depois de trazer de volta a famosa franquia distópica, chega aos cinemas a conclusão de uma trilogia já épica.
'Planeta dos Macacos: A Guerra' é um monstro em sua mais pura essência. A delicadeza com que o diretor Matt Reeves conduz o desenvolvimento deste clÃmax (já que, basicamente, 'A Guerra' é um terceiro ato se visto em conjunto com 'A Origem' e 'O Confronto') é destruidora, em todos os sentidos. Atos de desesperança e fúria enchem a tela com a urgência de um inevitável "fim do mundo", e as ações de todos os personagens é plausÃvel e fácil de entender, mesmo em suas mais primitivas motivações: sobreviver. Não há vilões nesse novo capÃtulo de 'Planeta dos Macacos'; o que há na verdade são homens (e quando digo homens me refiro também aos macacos) lutando para manter aquilo que acreditam, se dispondo a fazer o que precisar para defender os seus iguais. No fim, são todos sobreviventes de forças maiores que eles mesmos e reféns de sua própria existência.
Entretanto, em meio ao caos existe também espaço para o humor, e o alÃvio cômico da vez se faz na faceta mais hilariante de Steve Zahn em seu excelente Macaco Mau. O elenco inteiro é, na verdade, um enorme acerto. Desde a escolha de Woody Harrelson como o opositor de César, até o figurante mÃnimo que nas gravações ficou pagando mico (ba-dum-tisss) naquela roupinha especial para digitalizar os movimentos, o filme se fez uma obra de arte em atuação e um passo enorme em tecnologia cinematográfica. As pequenas variações na expressão intensa de César é vista na tela de forma orgânica e "palpável", com uma textura capaz de fazer até os olhos mais apurados crerem que aqueles são macacos de verdade.
Reeves conseguiu colocar em duas horas e vinte toda a fragilidade de questionar a si mesmo e a sua humanidade. Seja com o explorar da relação paterna de César e suas variantes ou no gesto simples (porém marcante) de colocar uma flor junto à orelha, os aspectos de interação são aqui nobres demonstrações de humanidade em meio a tragédia de estar próximo de seu próprio fim. Vale citar a participação de um dos melhores atores dessa geração, Toby Kebbell, que retorna para encarnar o fantasma de Koba e deixa aquela vontade de ver mais da figura que assombra o herói primata.
Encerrando, deve-se ressaltar que mesmo sabendo do final (pra quem assistiu aos filmes clássicos ou até mesmo ao remake meia-boca de Tim Burton), a jornada compensa. A fotografia, com sua lente nervosa alternando o foco sempre a fim de revelar algo novo, é digna de Oscar e trabalha muito bem anexa à ferramenta do 3D, e o roteiro surpreende no fim por mudar de forma sutil um ponto estabelecido décadas atrás. E assim, a produção é um belÃssimo retrato de que, à s vezes, é somente através da guerra que se obtém a desejada paz. Ave, César!
Super Vale Ver !
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