Matéria Especial - Questões Adultas em Filmes Infantis?
Por Vinícius Martins @cinemarcante
É muito comum nos depararmos com referências e trocadilhos adultos em filmes infantis. Essas "piadinhas" servem, na maioria das vezes, para dar algum entretenimento para que os pais que levam os filhos a tais sessões não caiam no mais absoluto tédio. O genial 'Robôs', da Blue Sky e da Fox, é um exemplo perfeito disso - tanto que, para mim, continua sendo a melhor animação do estúdio desde que o vi na telona em 2005.
Porém, algumas vezes os filmes vão longe demais e , ao invés de simples piadas, colocam referências que passam despercebidas para a maior parte do público. É sobre essas mensagens subliminares (parece até que estou escrevendo sobre alguma teoria da conspiração) que o artigo de hoje irá tratar. Os filmes escolhidos para nossa avaliação são as três animações indicadas ao Oscar de Melhor Animação da edição de 2007. São eles 'A Casa Monstro', 'Carros' e 'Happy Feet - O Pinguim'. Vamos a eles em tópicos:
- A CASA MONSTRO
A primeira referência que vemos é uma piada que se apresenta mais 'na cara' que as outras duas cenas, e dentre elas é a menos subliminar. A cena em questão diz respeito à entrada do trio de protagonistas na casa mal assombrada, onde eles se deparam com a úvula do imóvel (se a casa tem boca e engole as coisas, então também tem que ter úvula, né?!), que é confundida por um dos personagens com o nome de um ponto do órgão sexual feminino, a vulva.
Ao ouvir da amiga que o lustre (acho que era um lustre) deveria ser a úvula da casa, o jovem não perde tempo e constata "Oh! É uma casa fêmea!", antes de ser corrigido pela menina ao lado. Engraçadinho, mas embaraçoso.
- CARROS
Logo nos primeiros minutos do filme, após a corrida que termina em um empate triplo, o personagem Relâmpago McQueen é abordado por duas fãs que se colocam diante dele, a frente de fotógrafos e demais curiosos, com uma pintura igual a sua (o equivalente, na nossa realidade, com o uniforme de corrida), e após se apresentarem, dizem ser suas maiores fãs. Até aí tudo bem, só mais uma tietagem normal. O que acontece a seguir é que dá o contexto adulto à coisa toda: Ocorre que ambas levantam o farolete e jogam o farol na cara do aspirante a campeão, e neles está o emblema do número de McQueen, 95, destacado através do facho de luz que passou pelo desenho fosco do numeral feito no farol.
No mundo em que vivemos, isso se dá o equivalente a elas terem levantado as blusas e mostrado os peitos ao ídolo, e até faz valer o dito popular sobre estar com o farol aceso. Em seus seios estaria pintado o número do piloto a quem veneram, o que justifica a expressão de contentamento no rosto do corredor e a rápida intervenção dos seguranças do evento, que trataram de logo tirar as moças dali, já que tal ato cometido por elas é ilícito e aquele é um ambiente familiar.
- HAPPY FEET
'Happy Feet: O Pinguim' é um filme belíssimo - que considero obra de arte - do diretor australiano George Miller e foi o vencedor do Oscar em sua categoria. É o melhor dentre os três competidores, convenhamos (amo 'Carros', mas 'Happy Feet' consegue ser melhor), e é também o que esconde a cena mais pesada da lista, sendo ela extremamente adulta e sexual em sua essência.
Após o grupo de pinguins recém graduados darem seu primeiro mergulho, Mano e Glória se encontram no meio do aglomerado que encheu o gélido mar antártico. Para saírem, nadam rápido e saltam para fora d'água. Sua aterrissagem no gelo, no entanto, entrega um bacanal de posições sexuais enquanto os dois, de forma desajeitada, tentam se colocar de pé após escorregarem entre o relevo irregular da plataforma. Há uma sequência que incita sexo oral na mulher, 69, cachorrinho (de 4), e também a posição do missionário (o famoso papai e mamãe). Essa suruba deve ter passado despercebida para muita gente, mas desde que a vi pela primeira vez, no meio da minha adolescência - dez anos atrás -, não pude deixar de notar o quão grotesca é a ideia de usar essa linguagem visual em um filme infantil. Havia outras formas mais sutis de informar ao público mais "adulto" que os dois pinguins estavam num coito; mas se escolheram usar essa, onde o jovem casal quase "acidentalmente" cai um sobre o outro diversas vezes, então resta apenas assistir e dizer um okay bem grande. Talvez isso reforce o argumento que algumas pessoas dão para justificar uma gravidez acidental - deve ser desse jeito que acontece, vai saber...
Enfim, essas foram as três questões adultas em filmes infantis dessa semana. Se você, que lê o Papo e gostou do artigo, quiser uma parte 2 desse mesmo assunto, comenta aí e bate aquele papo com a gente! Para pedir ou sugerir algo para o próximo artigo é só falar também que a gente arruma as palavras!
Na próxima semana vamos ver as referências cinematográficas presentes em 'Madagascar'! Ativa aí as notificações da nossa fanpage no Facebook pra não perder nada!
É muito comum nos depararmos com referências e trocadilhos adultos em filmes infantis. Essas "piadinhas" servem, na maioria das vezes, para dar algum entretenimento para que os pais que levam os filhos a tais sessões não caiam no mais absoluto tédio. O genial 'Robôs', da Blue Sky e da Fox, é um exemplo perfeito disso - tanto que, para mim, continua sendo a melhor animação do estúdio desde que o vi na telona em 2005.
Porém, algumas vezes os filmes vão longe demais e , ao invés de simples piadas, colocam referências que passam despercebidas para a maior parte do público. É sobre essas mensagens subliminares (parece até que estou escrevendo sobre alguma teoria da conspiração) que o artigo de hoje irá tratar. Os filmes escolhidos para nossa avaliação são as três animações indicadas ao Oscar de Melhor Animação da edição de 2007. São eles 'A Casa Monstro', 'Carros' e 'Happy Feet - O Pinguim'. Vamos a eles em tópicos:
- A CASA MONSTRO
A primeira referência que vemos é uma piada que se apresenta mais 'na cara' que as outras duas cenas, e dentre elas é a menos subliminar. A cena em questão diz respeito à entrada do trio de protagonistas na casa mal assombrada, onde eles se deparam com a úvula do imóvel (se a casa tem boca e engole as coisas, então também tem que ter úvula, né?!), que é confundida por um dos personagens com o nome de um ponto do órgão sexual feminino, a vulva.
Ao ouvir da amiga que o lustre (acho que era um lustre) deveria ser a úvula da casa, o jovem não perde tempo e constata "Oh! É uma casa fêmea!", antes de ser corrigido pela menina ao lado. Engraçadinho, mas embaraçoso.
- CARROS
Logo nos primeiros minutos do filme, após a corrida que termina em um empate triplo, o personagem Relâmpago McQueen é abordado por duas fãs que se colocam diante dele, a frente de fotógrafos e demais curiosos, com uma pintura igual a sua (o equivalente, na nossa realidade, com o uniforme de corrida), e após se apresentarem, dizem ser suas maiores fãs. Até aí tudo bem, só mais uma tietagem normal. O que acontece a seguir é que dá o contexto adulto à coisa toda: Ocorre que ambas levantam o farolete e jogam o farol na cara do aspirante a campeão, e neles está o emblema do número de McQueen, 95, destacado através do facho de luz que passou pelo desenho fosco do numeral feito no farol.
No mundo em que vivemos, isso se dá o equivalente a elas terem levantado as blusas e mostrado os peitos ao ídolo, e até faz valer o dito popular sobre estar com o farol aceso. Em seus seios estaria pintado o número do piloto a quem veneram, o que justifica a expressão de contentamento no rosto do corredor e a rápida intervenção dos seguranças do evento, que trataram de logo tirar as moças dali, já que tal ato cometido por elas é ilícito e aquele é um ambiente familiar.
- HAPPY FEET
'Happy Feet: O Pinguim' é um filme belíssimo - que considero obra de arte - do diretor australiano George Miller e foi o vencedor do Oscar em sua categoria. É o melhor dentre os três competidores, convenhamos (amo 'Carros', mas 'Happy Feet' consegue ser melhor), e é também o que esconde a cena mais pesada da lista, sendo ela extremamente adulta e sexual em sua essência.
Após o grupo de pinguins recém graduados darem seu primeiro mergulho, Mano e Glória se encontram no meio do aglomerado que encheu o gélido mar antártico. Para saírem, nadam rápido e saltam para fora d'água. Sua aterrissagem no gelo, no entanto, entrega um bacanal de posições sexuais enquanto os dois, de forma desajeitada, tentam se colocar de pé após escorregarem entre o relevo irregular da plataforma. Há uma sequência que incita sexo oral na mulher, 69, cachorrinho (de 4), e também a posição do missionário (o famoso papai e mamãe). Essa suruba deve ter passado despercebida para muita gente, mas desde que a vi pela primeira vez, no meio da minha adolescência - dez anos atrás -, não pude deixar de notar o quão grotesca é a ideia de usar essa linguagem visual em um filme infantil. Havia outras formas mais sutis de informar ao público mais "adulto" que os dois pinguins estavam num coito; mas se escolheram usar essa, onde o jovem casal quase "acidentalmente" cai um sobre o outro diversas vezes, então resta apenas assistir e dizer um okay bem grande. Talvez isso reforce o argumento que algumas pessoas dão para justificar uma gravidez acidental - deve ser desse jeito que acontece, vai saber...
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Enfim, essas foram as três questões adultas em filmes infantis dessa semana. Se você, que lê o Papo e gostou do artigo, quiser uma parte 2 desse mesmo assunto, comenta aí e bate aquele papo com a gente! Para pedir ou sugerir algo para o próximo artigo é só falar também que a gente arruma as palavras!
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'Papo de Cinemateca - Muito Cinema pra Todo Mundo'
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