PiTacO do PapO - '120 Batimentos por Minuto' (2017)
NOTA 9.5
Por Rogério Machado
'A ignorância é sua inimiga, o conhecimento é sua arma...'
A frase em questão estampava um caminhão do grupo ativista Act Up durante a parada gay na frança, onde milhares de pessoas morriam por não conhecer mais sobre o mal do século que até hoje leva embora sonhos e vidas: a AIDS. Em "120 Batimentos por Minuto", o diretor Robin Campillo resgata uma história que viveu na própria pele, quando em 1992 passou a integrar o grupo que combatia com fervor a desinformação da sociedade e a apatia dos laboratórios em frente ao avanço aterrador da doença.
O longa se passa logo no inÃcio dos anos 90, na frança, onde esse grupo ativista está comprometido à intensificar seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento em relação a Aids, que mata cada vez mais há uma década. Recém-chegado ao grupo, Nathan (Arnaud Valois) logo fica impressionado com a dedicação de Sean (Nahuel Pérez Biscayart) junto ao grupo, apesar de seu estado de saúde muito debilitado. Inevitavelmente, um carinho grande surge entre os dois, e junto com isso, a melancolia e a dor em não saber até onde aquele sentimento poderia ser levado.
Campillo não escolhe caminhos fáceis para o espectador, o filme é um soco no estômago: até nos momentos mais descontraÃdos ,que se passam numa boate com muita música eletrônica com aquele 'baticum' super anos noventa, a câmera se concentra em closes , as luzes são quase inexistentes, não há euforia. Todos vivem ali sob uma pressão muito grande, não só por ter que conviver com a doença, mas pela responsabilidade que assumiram em bater de frente com as grandes entidades que na época pareciam se manter indiferentes à s mortes que vinham acontecendo aos montes.
É nÃtido o didatismo da produção, desde as inúmeras reuniões do grupo, onde muitos termos técnicos e Ãndices de cargas virais são mencionados , até as ações organizadas por eles em vários locais da cidade, momentos esses que rendem lindas sequências contemplativas inclusive. Há ainda algumas intervenções gráficas que ilustram a contaminação do vÃrus que fazem um contraponto interessante com as cenas feitas na boate.
'120 Batimentos por Minuto' foi prêmio do juri em Cannes, é o escolhido pela frança para disputar um Oscar em 2018, e é um dos longas carro chefe no Festival Internacional do Rio esse ano. O filme tem força, tem originalidade , e mesmo apesar de se configurar como um drama pesado, é sonoro e poético. O novo queridinho do cinema francês , tem tudo para entrar no seleto hall de ótimos longas que têm a AIDS como tema. Onde estão trabalhos do nipe de 'Filadélfia' (1993) e 'Clube de Compras Dallas' (2013).
Super Vale Ver !
DIREÇÃO
Robin Campillo
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Robin Campillo
Produção: Hugues Charbonneau and Marie-Ange Luciani
Fotografia: Jeanne Lapoirie
Edição: Robin Campillo
Música: Arnaud Rebotini
ELENCO
Elenco: Nahuel Perez Biscayart, Arnaud Valois, Adèle Haenel
Por Rogério Machado
'A ignorância é sua inimiga, o conhecimento é sua arma...'
A frase em questão estampava um caminhão do grupo ativista Act Up durante a parada gay na frança, onde milhares de pessoas morriam por não conhecer mais sobre o mal do século que até hoje leva embora sonhos e vidas: a AIDS. Em "120 Batimentos por Minuto", o diretor Robin Campillo resgata uma história que viveu na própria pele, quando em 1992 passou a integrar o grupo que combatia com fervor a desinformação da sociedade e a apatia dos laboratórios em frente ao avanço aterrador da doença.
O longa se passa logo no inÃcio dos anos 90, na frança, onde esse grupo ativista está comprometido à intensificar seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento em relação a Aids, que mata cada vez mais há uma década. Recém-chegado ao grupo, Nathan (Arnaud Valois) logo fica impressionado com a dedicação de Sean (Nahuel Pérez Biscayart) junto ao grupo, apesar de seu estado de saúde muito debilitado. Inevitavelmente, um carinho grande surge entre os dois, e junto com isso, a melancolia e a dor em não saber até onde aquele sentimento poderia ser levado.
Campillo não escolhe caminhos fáceis para o espectador, o filme é um soco no estômago: até nos momentos mais descontraÃdos ,que se passam numa boate com muita música eletrônica com aquele 'baticum' super anos noventa, a câmera se concentra em closes , as luzes são quase inexistentes, não há euforia. Todos vivem ali sob uma pressão muito grande, não só por ter que conviver com a doença, mas pela responsabilidade que assumiram em bater de frente com as grandes entidades que na época pareciam se manter indiferentes à s mortes que vinham acontecendo aos montes.
É nÃtido o didatismo da produção, desde as inúmeras reuniões do grupo, onde muitos termos técnicos e Ãndices de cargas virais são mencionados , até as ações organizadas por eles em vários locais da cidade, momentos esses que rendem lindas sequências contemplativas inclusive. Há ainda algumas intervenções gráficas que ilustram a contaminação do vÃrus que fazem um contraponto interessante com as cenas feitas na boate.
'120 Batimentos por Minuto' foi prêmio do juri em Cannes, é o escolhido pela frança para disputar um Oscar em 2018, e é um dos longas carro chefe no Festival Internacional do Rio esse ano. O filme tem força, tem originalidade , e mesmo apesar de se configurar como um drama pesado, é sonoro e poético. O novo queridinho do cinema francês , tem tudo para entrar no seleto hall de ótimos longas que têm a AIDS como tema. Onde estão trabalhos do nipe de 'Filadélfia' (1993) e 'Clube de Compras Dallas' (2013).
Super Vale Ver !
DIREÇÃO
Robin Campillo
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Robin Campillo
Produção: Hugues Charbonneau and Marie-Ange Luciani
Fotografia: Jeanne Lapoirie
Edição: Robin Campillo
Música: Arnaud Rebotini
ELENCO
Elenco: Nahuel Perez Biscayart, Arnaud Valois, Adèle Haenel
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