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PiTacO do PapO - '1922' | 2017

NOTA 7.5 

Por Karina Massud @cinemassud 

Meus caros, 2017 é mesmo o ano de Stephen King. No ano em que comemora seus 70 anos, o escritor mestre do terror teve diversas obras adaptadas para a TV e cinema. Depois dos ótimos “IT: A Coisa” e “Jogo Perigoso” ( sem falar nos ruins “A Torre Negra”, “Mr. Mercedes” e “O Nevoeiro”), a Netflix nos traz mais uma boa produção: “1922” (baseado no conto de mesmo nome da coletânea “Full Dark, No Stars” de 2010).

A ganância tem limites? Qual o preço pago por ela? 
Existe em nós um lado angelical e outro maléfico e sem escrúpulos?



Wilfred James ( Thomas Jane, excelente, balbuciando e cuspindo na maior parte das falas) é um fazendeiro turrão e antiquado do Arkansas. Sua mulher Arlette (Molly Parker, também em ótima atuação) recebe um pedaço de terra como herança e sonha vender tudo e se mudar com o marido e o filho adolescente Henry para a cidade a fim de abrir uma loja de roupas. Mas Wilf despreza a vida urbana e entra em conflito com a mulher, que quer o divórcio.  Ele pouco a pouco vai fazendo a cabeça do filho e convencendo-o que a única maneira de permanecerem no campo (e assim o garoto não deixar sua namorada) é matando a mãe. Acreditem, eles assassinam Arlette e escondem o corpo com requintes de crueldade, dizendo para as autoridades que ela fugiu com um amante na calada da noite.

Wilf se achava frio e calculista , o homem mau porém prático que morava dentro dele venceria, e que se livrando da mulher seus problemas estariam todos resolvidos.... Ledo engano fazendeiro chucro! É aí que eles realmente começam! O que antes era um lar simples, inferior ao do vizinho (de quem ele descaradamente tem inveja) mas aconchegante, vira um inferno de assombrações e ratos peludos nojentos que não param de se multiplicar, todos guiados pela culpa que atormenta o protagonista e seu filho.

A narrativa é lenta e em flashback, talvez até um pouco decepcionante pra quem espera sustos, grandes aflições e viradas chocantes. O fio condutor é a carta que Wilf escreve confessando seus crimes e angústias depois de ser consumido pelo arrependimento e não ter mais nada a perder. A trama não é um terror fácil, é do tipo psicológico e mais complexo que trata de valores morais e seu preço. E também, como não poderia deixar de ser numa obra de Stephen King, de alucinações e fantasmas da consciência do protagonista, todos desencadeados pelos seus atos insanos. Há mais tragédia que o horror propriamente dito.

Como o próprio título diz, o filme se passa na década de 20 e a reconstituição de época é muito boa, assim como a maquiagem asquerosa à la “Walking Dead”, há cenas bem cruas com sangue e carne em decomposição. A passagem do tempo dá a exata noção da crescente atmosfera  perturbadora no ambiente (ou seria na cabeça?) do protagonista, que é perseguido pelo fantasma da falecida e pelos ratos famintos.

Vale Ver !


DIREÇÃO 
Zak Hilditch

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: Obra original de Stephen King, Zak Hilditch
Produção: Ross M. Dinerstein
Fotografia: Ben Richardson
Trilha Sonora: Mike Patton
Estúdio: Netflix



ELENCO
Molly Parker, Thomas Jane, Dylan Schmidt, Kaitlyn Bernard,Kaitlyn Bernard, Neal McDonough, Tanya Champoux, Brian d'Arcy James, Bob Frazer,Eric Keenleyside 

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