PiTacO do PapO - 'O Rastro' | 2017
NOTA 8.0
Por Rogério Machado
Hospitais jogados às traças, superfaturamentos, profissionais da saúde sem receber e pacientes sem atendimento. Que a realidade da saúde pública no Brasil é caótica todo mundo sabe. Só não dava pra prever que de uma realidade tão absurda iria nascer um eficiente filme de terror nacional: 'O Rastro' , do estreante J.C. Feyer, consegue um feito e tanto dentro do gênero em terras tupiniquins.
Na trama, Rafael Cardoso é João Rocha, um jovem e talentoso médico em ascensão, que ganha um cargo numa secretaria de saúde e acaba encarregado de uma tarefa ingrata: supervisionar a transferência de pacientes quando um hospital público da cidade do Rio de Janeiro é fechado por falta de verba. Quando tudo parece correr dentro da normalidade, uma das pacientes, criança, desaparece no meio da noite, levando João para uma jornada num mundo obscuro e perigoso. João poderá contar somente com a ajuda de sua mulher, Leila (Leandra Leal), que inclusive está grávida do primeiro filho do casal.
'O Rastro' é eficiente e criativo justamente por lançar mão de um tema recorrente na realidade do brasileiro: os problemas sociais, e porque não dizer, a corrupção. Aqui, tudo acontece dentro do metiê da saúde e por trabalhar uma realidade tão próxima de nós, o longa de Feyer consegue aliar muito bem o gênero com a crÃtica ao sistema público no paÃs.
O longa se divide em dois, e propositalmente, diga-se de passagem. Sem dar spoiler e entregar o conteúdo, vimos os personagens atuando de uma maneira mais desapegada e sem conexão com a situação, mas isso contrasta com a forte intensidade que começa a ser aplicada a partir da segunda metade do longa. Os protagonistas (João e Leila) demonstram uma boa quÃmica em tela, mas isso se potencializa depois que João começa a investigar o caso do sumiço da garota. É nessa hora que conseguimos nos identificar e acreditar na jornada do herói.
É nÃtido que para classificá-lo como um filme de terror precisaria um pouco mais - Sabemos também que a linha entre o susto e a risada é muito tênue, aquele milésimo de segundo quando você quer ousar e acaba não atingindo o objetivo. Em 'O Rastro', acredito que o diretor tenha ficado no meio desse conceito. Traz o susto, muito pelo recurso do áudio ou alguns bons efeitos especiais, mas faltou um pouco mais do suspense que precede o susto e da sensação de tensão, que poderiam ser mais frequentes.
De qualquer forma, sejam pelos recursos estéticos ou mesmo pelo potente argumento, podemos afirmar que finalmente descobrimos que o brasileiro pode investir nesse gênero pois pode vir a dar samba.. Ops!..Susto.
Vale Ver !
Por Rogério Machado
Hospitais jogados às traças, superfaturamentos, profissionais da saúde sem receber e pacientes sem atendimento. Que a realidade da saúde pública no Brasil é caótica todo mundo sabe. Só não dava pra prever que de uma realidade tão absurda iria nascer um eficiente filme de terror nacional: 'O Rastro' , do estreante J.C. Feyer, consegue um feito e tanto dentro do gênero em terras tupiniquins.
Na trama, Rafael Cardoso é João Rocha, um jovem e talentoso médico em ascensão, que ganha um cargo numa secretaria de saúde e acaba encarregado de uma tarefa ingrata: supervisionar a transferência de pacientes quando um hospital público da cidade do Rio de Janeiro é fechado por falta de verba. Quando tudo parece correr dentro da normalidade, uma das pacientes, criança, desaparece no meio da noite, levando João para uma jornada num mundo obscuro e perigoso. João poderá contar somente com a ajuda de sua mulher, Leila (Leandra Leal), que inclusive está grávida do primeiro filho do casal.
'O Rastro' é eficiente e criativo justamente por lançar mão de um tema recorrente na realidade do brasileiro: os problemas sociais, e porque não dizer, a corrupção. Aqui, tudo acontece dentro do metiê da saúde e por trabalhar uma realidade tão próxima de nós, o longa de Feyer consegue aliar muito bem o gênero com a crÃtica ao sistema público no paÃs.
O longa se divide em dois, e propositalmente, diga-se de passagem. Sem dar spoiler e entregar o conteúdo, vimos os personagens atuando de uma maneira mais desapegada e sem conexão com a situação, mas isso contrasta com a forte intensidade que começa a ser aplicada a partir da segunda metade do longa. Os protagonistas (João e Leila) demonstram uma boa quÃmica em tela, mas isso se potencializa depois que João começa a investigar o caso do sumiço da garota. É nessa hora que conseguimos nos identificar e acreditar na jornada do herói.
É nÃtido que para classificá-lo como um filme de terror precisaria um pouco mais - Sabemos também que a linha entre o susto e a risada é muito tênue, aquele milésimo de segundo quando você quer ousar e acaba não atingindo o objetivo. Em 'O Rastro', acredito que o diretor tenha ficado no meio desse conceito. Traz o susto, muito pelo recurso do áudio ou alguns bons efeitos especiais, mas faltou um pouco mais do suspense que precede o susto e da sensação de tensão, que poderiam ser mais frequentes.
De qualquer forma, sejam pelos recursos estéticos ou mesmo pelo potente argumento, podemos afirmar que finalmente descobrimos que o brasileiro pode investir nesse gênero pois pode vir a dar samba.. Ops!..Susto.
Vale Ver !
DIREÇÃO
J.C. Feyer
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: André Pereira, Beatriz Manella
Produção: André Pereira, Malu Miranda
Fotografia: Gustavo Hadba
Trilha Sonora: Fabiano Krieger, Lucas Marcier
Montador: Marcio Hashimoto
Distribuidora: Imagem Filmes
ELENCO
Alberto Flaksman, Alice Wegmann, Cláudia Abreu, Érico Brás, Felipe Camargo, Gustavo Novaes, Jonas Bloch, Júlia Lund, Leandra Leal, Rafael Cardoso, Ricardo Ventura, Sura Berditchevsky
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