PiTacO do PapO - 'Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi' | 2017
NOTA 8.7
Por Karina Massud @cinemassud
Duas famílias, uma fazenda, muita lama , tensão racial e um filme poderoso.
Depois de milhares de filmes épicos sobre conflito racial no Sul dos EUA, fica difícil uma produção do gênero que prenda e surpreenda um cinéfilo escaldado. “Mudbound : Lágrimas Sobre o Mississippi”, produção da Netflix (ainda não lançada no Brasil), não só convence como também emociona.
Baseado no romance de 2008 de Hillary Jordan , o drama familiar é um retrato da sociedade americana sulista antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. Conheceremos na trama, a família negra dos Jackson´s, que são arrendatários de uma fazenda no Mississippi onde vivem e cultivam algodão, numa situação frágil sem direito algum mesmo tendo uma escritura. Essa terra é alugada da família de brancos McAllan, que veio da cidade mas parece não ter tido muito sucesso/alegria nessa mudança. Quando Ronsel Jackson e Jamie McAllan, ex-combatentes de guerra traumatizados, se tornam amigos, geram burburinho e indignação na cidade pois quebram a regra de separação racial vigente, fazendo vir à tona todo o ódio velado existente na população branca.
O desenrolar do belo roteiro se deve boa parte ao elenco sensacional. Carey Mulligan é Laura McAllan, a moça da cidade que depois de se casar já tardiamente para mudar de vida ( “uma solteirona virgem de 31 anos”), é obrigada a viver numa fazenda lamacenta e se adaptar com as filhas às piores condições de vida possíveis. A cantora Mary J. Blige está ótima e quase irreconhecível como Florence Jackson, a matriarca da família lutadora que cria os filhos, é parteira, curandeira, dá suporte emocional pro marido oprimido pelo patrão e pro filho que voltou da Guerra.
Os narradores são diversos, cada um contando suas impressões e agruras diante da vida rural, da miséria, das batalhas na guerra e do sofrimento familiar, tensões que vão se afunilando e culminam numa tragédia.
A trama tem de tudo um pouco: doenças, romance, traição, Ku-Klux-Klan, e é muito bem amarrada da primeira à última cena. Quase todos os personagens têm suas (talvez um pouco excessivas) histórias resolvidas em bons finais. Desfechos esses que mostram a ferida da luta racial ainda aberta e a sociedade ainda estagnada por seus preconceitos e ódios, temas mais atuais do que nunca.
Vale Ver !
Por Karina Massud @cinemassud
Duas famílias, uma fazenda, muita lama , tensão racial e um filme poderoso.
Depois de milhares de filmes épicos sobre conflito racial no Sul dos EUA, fica difícil uma produção do gênero que prenda e surpreenda um cinéfilo escaldado. “Mudbound : Lágrimas Sobre o Mississippi”, produção da Netflix (ainda não lançada no Brasil), não só convence como também emociona.
Baseado no romance de 2008 de Hillary Jordan , o drama familiar é um retrato da sociedade americana sulista antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. Conheceremos na trama, a família negra dos Jackson´s, que são arrendatários de uma fazenda no Mississippi onde vivem e cultivam algodão, numa situação frágil sem direito algum mesmo tendo uma escritura. Essa terra é alugada da família de brancos McAllan, que veio da cidade mas parece não ter tido muito sucesso/alegria nessa mudança. Quando Ronsel Jackson e Jamie McAllan, ex-combatentes de guerra traumatizados, se tornam amigos, geram burburinho e indignação na cidade pois quebram a regra de separação racial vigente, fazendo vir à tona todo o ódio velado existente na população branca.
O desenrolar do belo roteiro se deve boa parte ao elenco sensacional. Carey Mulligan é Laura McAllan, a moça da cidade que depois de se casar já tardiamente para mudar de vida ( “uma solteirona virgem de 31 anos”), é obrigada a viver numa fazenda lamacenta e se adaptar com as filhas às piores condições de vida possíveis. A cantora Mary J. Blige está ótima e quase irreconhecível como Florence Jackson, a matriarca da família lutadora que cria os filhos, é parteira, curandeira, dá suporte emocional pro marido oprimido pelo patrão e pro filho que voltou da Guerra.
Os narradores são diversos, cada um contando suas impressões e agruras diante da vida rural, da miséria, das batalhas na guerra e do sofrimento familiar, tensões que vão se afunilando e culminam numa tragédia.
A trama tem de tudo um pouco: doenças, romance, traição, Ku-Klux-Klan, e é muito bem amarrada da primeira à última cena. Quase todos os personagens têm suas (talvez um pouco excessivas) histórias resolvidas em bons finais. Desfechos esses que mostram a ferida da luta racial ainda aberta e a sociedade ainda estagnada por seus preconceitos e ódios, temas mais atuais do que nunca.
Vale Ver !
DIREÇÃO
Dee Rees
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Dee Rees e Virgil Williams
Produção: Carl Effenson, Sally Jo Effenson, Cassian Elwes, Charles King, Christopher Lemole, Kim Roth, Tim Zajaros
Fotografia: Rachel Morrison
Montagem: Mako Kamitsuna
Música: Tamar-Kali Brown
Distribuição: Netflix
ELENCO
Carrey Mulligan, Jason Clarke, Garret Hedlund, Jonathan Banks, Jason Mitchell, Kelvin Harrison Jr, Rob Morgan, Kerry Cahill, Mary J.Blige, Henry Frost,
Dee Rees
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Dee Rees e Virgil Williams
Produção: Carl Effenson, Sally Jo Effenson, Cassian Elwes, Charles King, Christopher Lemole, Kim Roth, Tim Zajaros
Fotografia: Rachel Morrison
Montagem: Mako Kamitsuna
Música: Tamar-Kali Brown
Distribuição: Netflix
ELENCO
Carrey Mulligan, Jason Clarke, Garret Hedlund, Jonathan Banks, Jason Mitchell, Kelvin Harrison Jr, Rob Morgan, Kerry Cahill, Mary J.Blige, Henry Frost,
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