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PiTacO do PapO - 'O Matador' | 2017

NOTA 6.5

Por Rogério Machado



'O Matador' é a primeira produção nacional de ficção com o selo Netflix. A cargo da obra, o diretor Marcelo Galvão, dos ótimos 'Colegas' (2012) e 'A Despedida' (2014). Experiência certamente não é o problema para Galvão, mas o sucesso de uma produção vai muito além da direção.  É um conjunto de fatores que usualmente determinam o que é bom ou não. A força motriz de uma produção, sobretudo em alguns casos,  depende do acerto em conjunto. 



Esse faroeste legitimamente brasileiro acontece entre as décadas de 1910 e 1940 e narra a história de Cabeleira (Diogo Morgado), um temido matador do estado de Pernambuco. Cabeleira, criado por um cangaceiro local chamado Sete Orelhas (Deto Montenegro), que o encontrou abandonado quando bebê, cresce no sertão completamente isolado da civilização. Agora um adulto, ele finalmente vai à cidade para procurar o desaparecido Sete Orelhas e encontra uma cidade sem lei, governada pelo tirânico Monsieur Blanchard (Chicot), um francês que domina o mercado de pedras preciosas e anteriormente empregava Sete Orelhas como seu matador. 

Já dizia o ditado: 'Uma andorinha só, não faz verão...' No cinema, alguma raras vezes vemos uma produção caminhar bem contanto que tenham ao menos protagonistas de peso, ou ainda, mesmo que o elenco deixe a desejar, fica difícil desprezar algumas obras por conta do rico roteiro. Em 'O Matador', Marcelo Galvão, que também assina o texto, até se sai bem na direção mas a produção não se sustenta por conta do roteiro 'arroz com feijão' que não tem nem um ponto alto sequer. Mesmo não sendo linear, o filme se mostra simplório e previsível demais.

Para completar, faltou uma melhor escolha do casting. O protagonista, Diogo Morgado (conhecido pela série americana 'The Messengers'), mesmo com a excelente maquiagem, o bonitão irreconhecível se mostra inexpressivo do início ao fim, e assim,(com poucas exceções) seguem diversas interpretações equivocadas e um tom acima do necessário, como o do personagem de Igor Cotrim, o filho afeminado do impiedoso francês. Isso sem contar que fica difícil entender o porque de vermos Mel Lisboa e Maytê Piragibe no elenco - as duas atrizes mal abrem a boca nas duas únicas cenas em que aparecem... como assim? 

Há um detalhe que me chamou a atenção: a paleta de cores em tons sépia com cinzas usada na fotografia de Fabrício Tadeu, cujo bom gosto até destoa de todo resto.  Enfim, não foi nesse primeiro longa brasileiro que a Netflix arrancou nossos suspiros... quem sabe na próxima. 

Vale Ver, Mas Nem Tanto! 


DIREÇÃO
Marcelo Galvão

EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Marcelo Galvão
Produção: Marcelo Galvão, Murray Lipnik,Carolina Vianna
Fotografia : Fabrício Tadeu
Montagem: Jon Kadocsa
Música: Pedro Lima
Distribuidora : Netflix


ELENCO 

Diogo Morgado ,Maria de Medeiros, Nill Marcondes, Mel Lisboa Will Roberts, Etienne Chicot ,Deto Montenegro, Paulo Gorgulho, Maytê Piragibe, Igor Cotrin, Thaila Ayala

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